III. Unidades de Investigação, Desenvolvimento e Outras
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Browsing III. Unidades de Investigação, Desenvolvimento e Outras by contributor "André, Lino"
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- Mudanças em sistemas ambientais e sua expressão temporal. Livro de resumos da IX Reunião do Quaternário IbéricoPublication . Gomes, Ana; Gonçalves, Célia; André, Lino; Bicho, Nuno; Boski, TomaszO CIMA – Centro de Investigação Marinha e Ambiental associa-se ao ICARHEB – Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano para acolher, pela segunda vez na Universidade do Algarve, a Reunião do Quaternário Ibérico. Esta associação é ditada pela crescente necessidade de integrar os dados obtidos acerca dos amplamente entendidos sistemas ambientais nos domínios de ciências humanas, naturais e económicos. Na realidade voltamos aos princípios de naturalismo integrador do Século XIX num contexto de complexidade infinitamente maior que exige um diálogo interdisciplinar tão necessário como difícil. No decorrer do Século XXI acumularam-se evidências claras de que a população humana do nosso Globo tornou-se um fator de alteração – forçador em praticamente todos os sistemas ambientais do Planeta. Vários destes sistemas aproximam-se de pontos-de-não-retorno e de novos equilíbrios físico-químicos, com consequências para as nossas sociedades que são difíceis de prever, embora os últimos relatórios de IPCC tracem já perspectivas quantitativas de elevada verossimilhança. O reconhecimento da dimensão do impacto antrópico foi possível graças ao desenvolvimento das novas tecnologias de superfície e espaciais que permitem obter, em tempo real, dados acerca do estado da atmosfera, hidrosfera, criosfera e biosfera em quase toda a superfície da Terra. Os dados acumulados abrangem, na maior parte dos casos, duas a três décadas, permitindo a monitorização da dinâmica e da evolução de sistemas na escala de tempo de decênios. Discernir o impacte antrópico da mudança/dinâmica natural dos sistemas nesta escala de tempo é impossível. Graças à abundância de proxies, da crescente firmeza das escalas temporais e das condições limites para os modelos dos sistemas terrestres, torna-se possível acoplar as mudanças observadas em escalas de tempo entre 102 e 106 anos com as observações instrumentais acima referidas. Assim, o principal desafio que se coloca perante a comunidade dos estudiosos do Quaternário é o de fornecer um quadro cada vez mais preciso das alterações inferidas dos arquivos naturais: marinhos, glaciais, costeiros, continentais, arqueológicos... para avaliar corretamente a dimensão do forçador antropogénico em escalas global, regional e local. Esta investigação, associada a crescentes contributos de arqueologia, cria uma base do conhecimento acerca da evolução da espécie humana e da sua expansão, bem como do seu impacto na esfera terrestre.