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- Um poeta a crescer na escola e fora dela: notas autobiográficas de José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doA obra autobiográfica de José Gomes Ferreira (1900-1985) centra-se com especial evidência, na narrativa de vida e na composição do auto-retrato de artista, vindo a acrescentar, em crescendo, a força temática da infância.
- Le travail de l’ironie dans les chroniques de Maria Judite de Carvalho et de José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doA leitura paralela de Maria Judite de Carvalho e José Gomes Ferreira permite-nos pensar a crónica como forma privilegiada de dizer a cidade contemporânea mediante uma lucidez irónica e uma aguda consciência histórica. José Gomes Ferreira nunca esconde o grotesco e a desolação do mundo dos outros mas dá a ver o que existe de irreal, de sonho no quotidiano e ironiza a sua posição (melancólica) de poeta militante. Maria Judite de Carvalho, por seu turno, vive uma dolorosa contiguidade com as ruas e rostos que se entregam à indiferença, ao consumo e à alienação. E, no entanto, esta verdade como um punho revela-se através de uma ironia fina e ácida que denuncia as injustiças e os lugares comuns dos discursos e dos gestos. Em ambos os casos, de modos diversos, a crónica trabalha as nuances próprias da ironia, contra a evidência do banal, do esquecimento e da morte.
- A cidade irreal de José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doAinda entre os primeiros contos-crónica de O Irreal Quotidiano (1971), sobressaem dois textos interligados e deles resulta uma verdadeira poética do olhar sobre a cidade em José Gomes Ferreira.
- José Gomes Ferreira, leitor de AquilinoPublication . Carmo, Carina Infante doA admiração inequívoca por Aquilino, com quem travou conhecimento amistoso, não obstante a relativa diferença de idades - Aquilino nascera em 1885 e José Gomes Ferreira, quinze anos depois - , dá ensejo à revelação de um traço de união muito forte entre os dois: a admiração por Raul Brandão.
- José Gomes Ferreira e o sonho neo-realista do destinatário trabalhadorPublication . Carmo, Carina Infante doA dedicatória do romance "Fanga" (1943), de Alves Redol, pode bem ser um emblema da forma como os escritores neo-realistas se entenderam e questionaram enquanto intermediários entre a arte e o povo.
- ‘Que sei eu do povo?’, uma entre outras interrogações incómodas de José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante do"Que sei eu do povo?" é a interrogação escolhida por José Gomes Ferreira para abrir uma das crónicas de O Irreal Quotidiano (1971)
- A 1ª. República na intervenção sonâmbula de José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doReveladora de uma forte consciência histórica, a obra autobiográfica de José Gomes Ferreira (1900-1985) elege I República como matriz do século XX português, ciente, em todo o caso, que lhe cabe sobretudo escrever «para a eternidade efémera da História dos Momentos Ignorados». Em A Memória das Palavras (1965) e Revolução Necessária (1975), é particularmente notória a forma como situa a raiz do fascínio revolucionário no espaço nacional e lisboeta da sua aprendizagem infantil, em detrimento do exemplo mais previsível, a Revolução Russa de 1917. Dessa forma assume a filiação jacobina das barricadas, sedimentada nas leituras literárias do romantismo social e na admiração pelo pai, que foi político republicano e maçónico empenhado. Ao fazer da História matéria autobiográfica, José Gomes Ferreira não apenas recorta a formação pessoal dentro da história familiar e colectiva. Também alinha deliberadamente na valorização ideológica da I República e, por extensão, do liberalismo oitocentista levada a cabo, desde os anos 40, no campo da Historiografia e dos Estudos Literários, para responder ao anátema lançado pelo salazarismo sobre esses períodos históricos. Gomes Ferreira exerce, portanto, a resistência no campo cultural por meio do exercício de memória na primeira pessoa. Quando chega o 25 de Abril (a que chama II República), tempera o entusiasmo de o viver com a lucidez da sua já longa viagem pelo século, sempre à espera de voltar a presenciar a vibração livre da multidão nas ruas. Pressente o esquecimento progressivo da I República em benefício de um novo marco revolucionário, sabendo-se testemunha exaltada e melancólica de revoluções, da sua força construtiva e dos seus desfechos magoados.
- O esqueleto esquisito e as lentes progressivas do inventor de diáriosPublication . Carmo, Carina Infante doFigurações do tempo histórico em Imitação dos Dias. Diário Inventado (1966), de José Gomes Ferreira
- A maior escritora de todos os tempos portugueses segundo José Gomes FerreiraPublication . Carmo, Carina Infante doA 4 de Maio de 1966 José Gomes Ferreira assinala, no primeiro volume da sua série diarística Dias Comuns, o êxito da 2ª. edição de Solidão (1939) de Irene Lisboa.
- Coincidir integralmente com a sua época ou a modernidade pós-Pessoa de José Gomes FerreiraPublication . Infante do Carmo, Carina; Rodrigues, Ernesto; Sousa, RuiRefletir acerca da relação que José Gomes Ferreira (1900-1985) estabeleceu com Pessoa não nos conduz à mera averiguação de influências sobre quem veio depois e sofreu o abalo de um mestre. Muito mais interessante do que isso è a densa teia histórico-literária em que os dois poetas atuaram, numa configuração de tempo múltiplo e dialógico que não se compadece com a linearidade homogénea e unidirectional de autores e correntes literárias. A formação poética de José Gomes Ferreira confirma-nos a morosidade da consagração pessoana e modernista assim como as continuidades, metamorfoses e ruturas do campo literário português nas primeiras d´ecadas do século XX. A distancia de um século, não se pode descortinar nesse período apenas a figura de Pessoa como gigante literário: Oscar Lopes não se esqueceu de lhe juntar os nomes de Aquilino, Brandão e Pessanha. Um olhar apenas concentrado na proeminência de Pessoa – Eduardo Lourenço chamou-lhe “insolação pessoana” ou ”aparição maciça" – não conseguirá identificar a complexidade de uma conjuntura literária em que sobressaíam ainda o epigonismo poético simbolista, saudosista, neorromântico e a referencia da estética realista-naturalista