Repository logo
 
Loading...
Profile Picture

Search Results

Now showing 1 - 10 of 14
  • A produção oleira romana no Algarve
    Publication . Bernardes, João Pedro; Viegas, Catarina
    A produção oleira romana no Algarve encontra-se repartida por toda a região, ainda que se fixe no litoral e, na maior parte dos casos, em relação directa com os centros produtores de preparados piscícolas. Conhece-se cerca de uma dúzia de centros oleiros que produziram ânforas, cerâmica doméstica e de construção. A maior parte destes centros oleiros surgem a partir do século III, dedicando-se principalmente à produção de contentores para transporte de preparados de peixe, ainda que, nas olarias do Algarve oriental de S. Bartolomeu de Castro Marim e da Manta Rota, tenha ocorrido ainda no Alto Império. A produção tardia local deste tipo de recipientes tem sido relacionada com diversos factores, sendo sugerido que a região recorreu durante os primeiros séculos da nossa Era a ânforas oriundas da vizinha Bética para envasar os seus produtos piscícolas. Só a partir de então, como reacção ao incremento da exploração local dos recursos marinhos e ao declínio das olarias da Bética, é que os centros oleiros algarvios se afirmarão.Depois de se abordarem os tipos anfóricos produzidos na região bem como a distribuição dos respectivos centros oleiros, focam-se as estruturas de produção, nomeadamente a organização da olaria do Martinhal, a maior do Algarve,que produziu ânforas, cerâmica comum e cerâmica de construção até época tardia.
  • Sal e pesca no Algarve romano
    Publication . Bernardes, João Pedro; Cassandra, Gonçalves
    Os achados arqueológicos de um número alargado de tanques para salga de peixe (cetárias) nos sítios romanos do Sudoeste Peninsular Ibérico demonstram uma forte ligação das populações costeiras ao mar. Esse vínculo encontra-se atestado pela frequência de motivos marinhos e atividades piscatórias na iconografia dos mosaicos e moedas das zonas litorais hispânicas cujos recursos foram intensamente explorados e possibilitaram a rentabilidade e o desenvolvimento económico dessas regiões. Na Lusitania romana as principais zonas de concentração de fábricas de processamento de peixe foram o Algarve e os estuários do Tejo e do Sado. Os dados disponíveis evidenciam a existência de um aproveitamento das matérias-primas diretamente relacionadas com a localização das fábricas conserveiras, que necessitariam de grandes quantidades de sal e peixe para as salgas e produção de molhos. É, pois, sobre a obtenção das matérias primas marinhas no Algarve romano, bem como os produtos com elas fabricados, que trata o presente texto.
  • Citrus as a component of the Mediterranean Diet
    Publication . Duarte, Amílcar; Fernandes, Maria Jacinta; Bernardes, João Pedro; Miguel, Maria Graça
    Citrus are native to southeastern Asia, but are present in the Mediterranean basin for centuries. This group of species has reached great importance in some of the Mediterranean countries and, in the case of orange, mandarin and lemon trees, they found here soil and climatic conditions which allows them to achieve a high level of fruit quality, even better than in the regions where they came from. Citrus fruits are present in the diet of the peoples living on the Mediterranean basin, at least since the time of the Roman Empire. In the 20th century they became the main crop in various agricultural areas of the Mediterranean, playing an important role in the landscape, in the diet of the overall population, and also in international trade. They are present in the gardens of palaces and monasteries, but also in the courtyards and orchards of the poorest families. Their fruits are not only a refreshing dessert, but also a condiment, or even a major component of many dishes. Citrus fruits have well-documented nutritional and health benefits. They can actually help prevent and cure some diseases and, above all, they are essential in a balanced and tasty diet.
  • Ciclo de palestras Amatores in Situ – O Mundo Antigo visto por aqueles que o amam. Ruínas Romanas de Milreu, Estoi – Setembro A Dezembro 2020
    Publication . Soares, Ana Isabel; Bernardes, João Pedro
    O presente ciclo de palestras é promovido pela CÍVIS – Associação para o Aprofundamento da Cidadania, que tem sede em Faro, juntamente com o Departamento de Artes e Humanidades (DAH) da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade do Algarve e o https://doi.org/10.14195/2183-7260_65_11 182 BOLETIM DE ESTUDOS CLÁSSICOS • 65 CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação (UAlg e Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa). A partir de uma ideia inicialmente elaborada e dinamizada por Adriana Freire Nogueira, docente do DAH e atual Diretora Regional de Cultura do Algarve, o ciclo foi até 2018 por ela coordenado. Nas edições de 2019 e 2020, tem a coordenação de João Pedro Bernardes e Ana Isabel Soares, docentes do DAH. Tanto um quanto outra participaram, como palestrantes, em edições anteriores AMATORES IN SITV. O primeiro, arqueólogo, investigador e docente responsável por disciplinas das áreas de Arqueologia e Património, tem no seu currículo um número incontável de palestras e ações de divulgação do conhecimento sobre o mundo antigo; Ana Isabel Soares, cuja experiência de lecionação e apresentações públicas é igualmente extensa, é docente de disciplinas relacionadas com as Literaturas em Língua Inglesa e a Teoria da Literatura, e conhece o mundo antigo através de pesquisa histórica realizada em torno da herança literária da Antiguidade em períodos como o Romantismo e a contemporaneidade. Tem ainda colaborado na organização de eventos culturais e artísticos, entre os quais se destacam, para além de colóquios e congressos académicos, a programação literária da Feira do Livro de Faro e colaboração permanente com Bibliotecas Municipais da região.
  • O peristilo da villa romana de Milreu: novas interpretações
    Publication . Bernardes, João Pedro
    No âmbito do programa de valorização das ruínas romanas de Milreu, promovida pela delegação regional de Faro do IPPAR, foi reescavada parte da ala sul do peristilo daquela villa romana, a fim de se tentar esclarecer algumas problemáticas relacionadas com a interpretação deste espaço. Esta área, escavada sucessivamente desde Estácio da Veiga, colocava alguns problemas interpretativos que obstaculizavam a execução de um projecto de valorização para esta parte nuclear da villa, uma vez que não era claro qual teria sido o seu aspecto na última fase de construção, durante o século IV, fase essa que, por ser a que melhor está retratada no conjunto das ruínas, seria a que enquadrava as intervenções de valorização. A campanha de escavação, que decorreu de 27 de Junho a 22 de Julho de 2005, foi orientada pelo autor destas linhas que contou com a participação de cerca de 20 alunos do curso de Património Cultural da Universidade do Algarve, com a colaboração pontual de 4 técnicos de arqueologia a estagiarem no IPPAR e um topógrafo do mesmo Instituto.
  • Boca do Rio (Budens, Vila do Bispo): novos dados de uma villa piscícola romana
    Publication . Bernardes, João Pedro; Medeiros, Ismael
    O sítio da Boca do Rio é bem conhecido desde que o tsunami de 1755 colocou à vista, até hoje, as suas ruínas romanas. Cento e vinte anos depois iniciam-se um conjunto de campanhas arqueológicas, suscitadas, em grande parte, pela tentativa de resgatar da destruição pela ação marítima os bem conservados testemunhos da presença romana. Este artigo, apresentado nos Encontros de Arqueologia do Algarve de 2011, do qual nunca saíram atas, dá sobretudo conta de mais uma dessas campanhas com vista a salvar um mosaico do sítio, permitindo esta intervenção conhecer um pouco mais desta notável estação arqueológica e de propor uma interpretação do sítio no que concerne à sua organização funcional e à sua classificação como villa marítima de vocação produtiva, cujo “fundus” era o mar e a pars frumentaria as officinae salsamentariae.
  • Consumo e transformação de peixe entre o mundo romano e o mundo islâmico
    Publication . Bernardes, João Pedro
    É conhecido na Antiguidade o gosto por um conjunto de produtos à base de peixe, onde se destaca o famoso garum. Esta palavra, de origem grega (Plínio, N.H. XXXI, 93; Isidoro, Etym. XX, 3, 19)1, é a que melhor retrata o gosto de Gregos e Romanos pelos preparados de peixe, uma vez que constituiu o produto mais refinado e luxuoso dentro de uma vasta gama de derivados piscícolas e que, por isso mesmo, foi o mais aludido na literatura greco-latina que se refere aos produtos alimentícios oriundos do mar. É um étimo que tende a perpetuar-se no tempo, acabando por servir para designar, já em plena Idade Média, qualquer preparado de peixe, mesmo que nada tenha a ver com as características específicas e genuínas do produto original referido por autores gregos e romanos que, amiúde, elogiaram a superior qualidade do que era produzido no Sudoeste Peninsular. Com efeito, uma das regiões do Império mais activas na captura e transformação do pescado foi o extremo ocidente do Mediterrâneo, com centro em Cádis, de que a literatura clássica faz eco e os vestígios arqueológicos testemunham. A costa andaluza, o norte de Marrocos e o sul de Portugal (o golfo luso-hispano- marroquino ou o pré-mediterrâneo de que fala Orlando Ribeiro, 1961: 83) concentram os mais abundantes vestígios de fábricas de peixe do mundo romano, onde se destaca Tróia como maior complexo piscícola conhecido com mais de uma vintena de fábricas instaladas (Étienne et al., 1994). Ainda em Portugal, é no Algarve que arqueologicamente a actividade está melhor atestada, conhe- cendo-se mais de uma trintena de fábricas com uma capacidade instalada que permitiria a produção de vários milhares de metros cúbicos de preparados de peixe, entre molhos, pastas e salgas sólidas (Fabião, 2006). As fontes literárias e a Arqueologia testemunham o atum, a sardinha e a cavala como os peixes capturados mais comuns nesta área do mundo romano.
  • A transformação do espaço funerário no ocidente entre os séculos IV e VI. Ambiguidades e loci sepulturae em espaços rurais do sul da Lusitânia: o caso dos templos
    Publication . Bernardes, João Pedro
    Após os cuidados tidos com os locus sepulturae, comprovados por dados epigráficos e pela literatura clássica de época imperial, uma profunda alteração na organização de muitas necrópoles e espaços de enterramento surge a partir do século quarto. Esta mudança resulta da gradual decadência dos modelos de gestão imperiais, mas também da afirmação de uma nova perspetiva de entendimento do universo mental e religioso. Do ponto de vista arqueológico, agora existem novas realidades na deposição sepulcral e na topografia funerária, quer em áreas urbanas, quer rurais, que são sintomas de novas conceções religiosas no mundo como a vida além‑túmulo é concebida. Contudo, também evidenciam mudanças nos poderes e formas de gestão social, e mesmo na desregulação da ars moriendi, típica de um momento de grandes conflitos religiosos e mentais. A transição observada em certos espaços sepulcrais na Hispania, o comportamento de práticas funerárias pagãs na sua relação com os loci sepulturae cristãos ou a discussão sobre os seus conteúdos e significados em época de grandes ambiguidades e temores, são os principais temas tratados no presente estudo. Argumenta‑se que, ao invés de uma cristianização de templos rurais no século v ou vi e sua conversão para igrejas cristãs, o que ocorre é a apropriação destes loci sacer para a deposição funerária cristã, num tempo em que os teólogos e a hierarquia da Igreja desvalorizavam e não punham constrangimentos aos rituais de deposição funerária dos seguidores de Cristo.
  • Roman amphora production in the Algarve (Southern Portugal)
    Publication . Bernardes, João Pedro; Viegas, Catarina
    During the Roman period, pottery production was disseminated across the Algarve region, mainly on the coast, and in most cases it has a direct connection with fish-salting units. Somewhat fewer than ten production sites are known to have manufactured amphorae and complementarily domestic pottery and building ceramics, although on only five of them have the fabrics been studied and published. The site at Martinhal on the westernmost part of the coast deserves to be specially highlighted, since it is the only one where the dimensions of the production area are better known, and there are features that allow the evaluation of the structures that supported the production. Most of these production centres began in the 3rd century AD and were dedicated mostly to the manufacture of amphorae to contain and transport fish products, such as types Almagro 50, Almagro 51c and Almagro 51a-b/Algarve 1. Local production prior to the 3rd century was rare, and the only workshops known were located in the eastern Algarve, in S. Bartolomeu de Castro Marim and in Manta Rota, where a late variant of type Dressel 14 was produced. The increase in fish salting from the 3rd century onward certainly contributed to the affirmation of the pottery production units in the region.
  • Salgados – um sítio com produção de ânforas. Contributo para o estudo da ocupação romana no estuário da ribeira de São Lourenço (Almancil – Loulé – Faro)
    Publication . Bernardes, João Pedro; Dias, Fernando; Santos, Marco; Carrusca, Sofia; Mendonça, Vânia
    O sítio arqueológico dos Salgados localiza-se junto à margem esquerda da ribeira de São Lourenço, aproximadamente a 400 m para SE do dique do Ludo. Administrativamente pertence à freguesia de Almancil, concelho de Loulé, a algumas dezenas de metros da linha divisória entre este concelho e o de Faro (Fig. 1). A área com os vestígios arqueológicos situa-se junto a um pequeno olival circundado por um vasto pinhal e pomar de citrinos, sob as coordenadas 7° 59’ 27’’ Long. W e 37° 02’ 53’’ Lat. N. Neste local observam- se inúmeros materiais cerâmicos de cronologia romana à superfície e num corte existente no terreno. Tendo este arqueosítio sido identificado, ocasionalmente, na sequência de um percurso pedestre em Março de 2004, por um grupo de alunos da Universidade do Algarve que deu conhecimento ao Prof. Doutor João Pedro Bernardes, e verificando-se estar o sítio inédito, surgiu a oportunidade e o incentivo para a realização do presente artigo.