Jiménez-Ros, Antonia MaríaCosta, Daniela Alexandra Jesus2017-09-152017-09-152016-10-042016http://hdl.handle.net/10400.1/9962Dissertação de mestrado, Psicologia Clínica e da Saúde, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2016A partir do estudo e dos modelos cognitivo-comportamentais da perturbação obsessivo-compulsiva, têm sido desenvolvidas teorias sobre a prevalência dos pensamentos intrusivos na população não-clínica e da sua importância no desenvolvimento e manutenção da POC (Rachman, 2014; Rachman e de Silva, 1978). Destes modelos, postulou-se a possibilidade da existência de um contínuo entre normalidade-patologia (Clark & Inozu, 2014). Esta questão tem sido alargada ao estudo de outras perturbações mentais, que assumem a possibilidade de continuidade entre pensamentos intrusivos “normais” e pensamentos intrusivos “patológicos”. Como é o caso da perturbação dismórfica corporal (Veale, 2001), das perturbações alimentares (Williamson, White, York-Crowe & Stewart 2004) e da perturbação de ansiedade em relação à saúde (Abramowitz, Olatunji, e Deacon, 2007). O objetivo principal desta investigação foi explorar e descrever os pensamentos intrusivos de carácter obsessivo, dismórfico, alimentar e de ansiedade na saúde, na população não clínica portuguesa, assim como a forma como estes indivíduos avaliam estas intrusões e as estratégias que utilizam para as controlar. Participaram nesta investigação 312 indivíduos da população não clínica com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. A maioria dos participantes (69.7%) eram mulheres. Após a obtenção do consentimento informado, os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e ao Questionário de Pensamentos Intrusivos Desagradáveis (QUPIDES), Os resultados principais mostraram que a maioria (94,6%) dos participantes reconheceu ter experimentado alguma vez na vida intrusões dos quatro tipos de conteúdos avaliados. O pensamento foi a forma de manifestação mais frequente dos quatro conteúdos de intrusões. Os conteúdos de intrusões mais frequentemente experimentados e considerados mais incómodos foram os obsessivos. As intrusões relacionadas com a saúde provocaram mais medo do que as restantes. Quanto ao humor, as intrusões obsessivas foram as que provocaram menos tristeza e as dismórficas as que provocaram mais. As intrusões obsessivas causaram uma maior interferência no pensamento do que os outros conteúdos e as alimentares menos. Na comparação dos quatro conteúdos, na realização de avaliações disfuncionais e utilização de estratégias de controlo, as intrusões obsessivas foram as avaliadas como mais disfuncionais e nas que foram utilizadas mais estratégias de controlo. Pelo contrário as intrusões alimentares foram as avaliadas como menos disfuncionais e foram empregues menos estratégias de controlo.porPensamentos intrusivosIntrusõesObsessõesPerturbação obsessivo-compulsivaPerturbação dismórfica corporalPerturbações alimentaresPerturbação de ansiedade na saúdeContínuoPensamentos intrusivos desagradáveis: frequência, avaliação e estratégias para os controlarmaster thesis201708639