Infante do Carmo, CarinaRodrigues, ErnestoSousa, Rui2021-02-152021-02-152017http://hdl.handle.net/10400.1/15087Refletir acerca da relação que José Gomes Ferreira (1900-1985) estabeleceu com Pessoa não nos conduz à mera averiguação de influências sobre quem veio depois e sofreu o abalo de um mestre. Muito mais interessante do que isso è a densa teia histórico-literária em que os dois poetas atuaram, numa configuração de tempo múltiplo e dialógico que não se compadece com a linearidade homogénea e unidirectional de autores e correntes literárias. A formação poética de José Gomes Ferreira confirma-nos a morosidade da consagração pessoana e modernista assim como as continuidades, metamorfoses e ruturas do campo literário português nas primeiras d´ecadas do século XX. A distancia de um século, não se pode descortinar nesse período apenas a figura de Pessoa como gigante literário: Oscar Lopes não se esqueceu de lhe juntar os nomes de Aquilino, Brandão e Pessanha. Um olhar apenas concentrado na proeminência de Pessoa – Eduardo Lourenço chamou-lhe “insolação pessoana” ou ”aparição maciça" – não conseguirá identificar a complexidade de uma conjuntura literária em que sobressaíam ainda o epigonismo poético simbolista, saudosista, neorromântico e a referencia da estética realista-naturalistaporModernidade pós-PessoaJosé Gomes FerreiraCoincidir integralmente com a sua época ou a modernidade pós-Pessoa de José Gomes Ferreirabook part2021-02-12cv-prod-1643855