Chaves Jr, José Inaldo2025-07-092025-07-0920141645-8052http://hdl.handle.net/10400.1/27364A descrição é aterradora e denota enorme crueldade. Como uma espécie de Facundo dos sertões da Paraíba colonial2 Teodósio Alvarez arrastara o capitão dos índios Panati pelas ruas do pequeno povoado no sertão do Piancó, dando-lhe muitas pancadas e bofetadas e exigindo o encarceramento do dito índio, executado pelo visitador, um religioso do Carmo transeunte pela região naqueles dias e que fora praticamente obrigado a dar voz de prisão ao índio. 3 Preso, o Principal fora vítima de mais um ataque de fúria de um colono, desferido dessa vez por Manoel da Silva, que lhe atingiu com inúmeras cutiladas, deixando-o pela hora da morte. Sem que saibamos o motivo da omissão – talvez por medo de sofrerem represálias da parte dos acusados, ou simplesmente por concordarem com seus atos –, nenhum dos que presenciaram esta malevolência, dada no caminho da rua até o cárcere de Piancó, ocupou-se de socorrer o ensanguentado índio, que morreu “sem lhe curarem as mortais feridas”. Doravante, os sequazes preocuparam-se em dissimular o homicídio, “atando-lhe uma corda ao pescoço para fingir que o mesmo Cappitam mor Índio se enforcara”, o que era “falsíssimo e verdade que eles o matarão, como se prova pella sertidão junta do Mestre de Campo Mathias Soares Taveirapor"Uma Santa Reforma": as vilas de índios na Paraíba colonial (1750-1800)journal article