Nogueira, AdrianaBoeri, Marcelo2023-05-252023-05-252015PLATÃO, Teeteto, (versão do grego de Adriana Nogueira e Marcelo Boeri. Introdução de José Trindade Santos) Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. 4ª Edição. 2015978-972-31-1108-8http://hdl.handle.net/10400.1/19614Nesta obra de Platão, a estrutura do diálogo parece comparativamente simples. Após uma dupla introdução dramática, a segunda das quais gradualmente vai assumindo uma função metodológica, Sócrates lança a pergunta – “O que é o saber?” -, que comandará todo o diálogo. É a ela que Teeteto apresenta as três respostas que constituem o diálogo, cada uma das quais, pela sua autonomia, serve de baliza à argumentação. […] O argumento do diálogo é animado por uma intenção, expressa no plano dramático: a de recordar a personalidade de Teeteto, relatando um episódio da sua educação filosófica (144d-151e). Esta intenção explica alguns excessos erísticos da argumentação de Sócrates, bem como as frequentes digressões, particularmente no curso da refutação de Protágoras. Mas deixa-se progressivamente atenuar, ao longo das refutações da segunda e terceira respostas de Teeteto, devido à especiosa dificuldade de muitos dos problemas levantados pela argumentação de Sócrates. Este facto indicia uma gradual transformação na abordagem da questão do saber. Podemos considerar o exame da primeira resposta meramente introdutório e constitutivo do problema, refutando Teeteto, a partir da crítica das sucessivas versões apresentadas da ontoepistemologia, atribuída a Heraclito e Protágoras. Tudo muda, porém, após a refutação desta resposta, emergindo o saber como problema autónomo. O exame da segunda resposta dá origem à constituição da cognição, como atividade unificada à emergência do “problema do conhecimento”, poderemos dizer. É desta que parte o exame da terceira resposta, o qual, aceitando os resultados da análise precedente, se confronta com uma nova dificuldade: a da possibilidade e meio de atingir o saber. Esta perspetiva contribui para colocar o problema da integração do diálogo no Corpus em termos muito diferentes dos habituais. (Da introdução de J. Trindade Santos)porPlatãoTeetetoepistemesaberconhecimentosensaçãoperceçãoPLATÃO, Teeteto, (versão do grego de Adriana Nogueira e Marcelo Boeri)book