Browsing by Author "Braga, Tiago Filipe Roque"
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- Evaluation of the antioxidant activity and antitumor activity of marine invertebrates extractsPublication . Braga, Tiago Filipe Roque; Custódio, Luísa; González-Wangüemert, MercedesA saúde Humana é tema de grande importância, merecendo assim uma enorme atenção por parte da comunidade científica. As condições ambientais às quais o Homem se encontra sujeito nos dias de hoje, como por exemplo os agravados níveis de poluição e intensos níveis de radiação UV, são por si só potenciais causadores de inúmeros distúrbios e condições perigosas que podem facilmente evoluir para doenças, muitas delas irreversíveis e até mesmo incuráveis. Em associação aos hábitos de vida pouco saudáveis de uma enorme percentagem da população como o tabaco, má nutrição, vida sedentária e o intenso nível stress a que estamos sujeitos diariamente, todos juntos contribuem de uma forma assustadora para o desenvolvimento e progressão de doenças como cancros, Alzheimer, Parkinson e uma série de outras doenças. Tal facto, gera um stress oxidativo no organismo, que como consequência trará uma série de distúrbios ou até mesmo doenças graves. Visando aumentar a esperança média de vida, fontes naturais de compostos bioativos têm sido intensamente estudadas, de forma a prevenir, retardar e até mesmo curar determinadas doenças. Inúmeros compostos bioactivos foram já isolados de frutas, vegetais, plantas e algas, essencialmente oriundos de organismos pertencentes ao Reino das plantas. Parte destes metabolitos naturais fazem ou fizeram parte de ensaios clínicos, os quais inclusive obtiveram para alguns casos obtiveram resultados bastante positivos levando á produção farmacológica. O Oceano é um dos ecossistemas mais ricos do planeta Terra, albergando uma vasta diversidade de organismos permitindo-nos um espetáculo de cor, texturas, tamanhos e diferentes complexidades. Diariamente são produzidos inúmeros metabolitos, muitos deles por descobrir, os quais apresentam as mais variadas bioatividades e aplicações medicinais. Estudos têm vindo a provar que os compostos naturais produzidos nos Oceanos são de facto uma potencial fonte para o desenvolvimento da indústria Farmacológica. Devido á sua interessante e exuberante fisiologia e adaptações ao meio ambiente os invertebrados marinhos são talvez uma das mais promissoras fontes de compostos bioativos. Muito poucos estudos foram ainda realizados nesta área e apesar de ainda existir muito por descodificar e descobrir, estudos prévios apontam para uma forte possibilidade na utilização de invertebrados marinhos como fonte de compostos bioativos. Contudo á que ter em atenção que o estudo dos organismos como fonte de compostos bioativos é ainda bastante recente, tendo sido iniciado à sensivelmente 60 anos, pelo que ainda necessita de muitas reformulações no que toca á extração de compostos. Atualmente aproximadamente 1500 metabolitos de origem marinha já foram descritos, dos quais alguns deram inclusive origem a medicamentos como: Ziconitide (Prialt™), Yondelis™ e Halaven™, bastante referenciados para a prevenção e tratamento do cancro. Sendo que os referidos medicamentos são derivados da descoberta de compostos bioativos em esponjas. Assim sendo e considerando o potencial que os invertebrados marinhos representam para a indústria farmacológica, neste trabalho foi estuda uma espécie de lesma do mar (B.leachii), a qual é considerada invasora no Mar Mediterrâneo. Com o intuito de avaliar o potencial da mesma como fonte de metabolitos naturais foram realizados diferentes ensaios, todos eles complementares, permitindo a quantificação da atividade antioxidante (Inibição do DPPH, atividade quelante do ferro e cobre, atividade redutora do ferro e a inibição do oxido nítrico), neuroprotectora, avaliando o efeito dos extratos de B.leachii na inibição enzimática (acetilcolinesterase, butirilcolinesterase e tirosinase) e ainda o seu efeito in vitro para culturas celulares, avaliando a capacidade anti-inflamatória dos extratos (avaliando a viabilidade celular após ser induzida uma resposta inflamatória pelo LPS) e o seu potencial na proteção das células contra o efeito de H2O2. Os resultados deste estudo mostram que a B. leachii apresenta uma atividade antioxidante bastante relevante. Estes resultados são bastante promissores, pois os compostos antioxidantes têm a capacidade de prevenir o stress oxidativo, que quando descontrolado despoleta a iniciação e desenvolvimento de doenças. Os extratos mostraram ainda uma elevada afinidade para inibir a tirosinase, mostrando-se assim bastante promissores para indústria da cosmética (inibindo a produção de melanina) ou até mesmo para a indústria farmacológica. Uma vez que a tirosinase está implícita na progressão de doenças neurológicas como Parkinson, devido à libertação de compostos tóxicos associados á sua atividade, extratos de B. leachii podem portanto representar uma esperança na possibilidade do desenvolvimento de tratamento da doença. Ainda referente à atividade neuroprotectora, o extrato de acetona mostrou uma enorme habilidade na inibição do óxido nítrico, apresentando assim uma potente atividade anti-inflamatória, a qual é essencial para a prevenção de doenças neurológicas. De acordo com os dados obtidos para o seu perfil de ácidos gordos, a espécie é de facto possuidora de uma considerável percentagem de ácidos polinsaturados, especialmente ómega-3, destacando-se o EPA, o que vai de encontro á sua capacidade anti-inflamatória. De uma forma geral a espécie de lesma estudada mostrou ser uma potencial fonte de metabolitos naturais os quais apresentaram as mais diversas atividades biológicas sendo possivelmente capazes de beneficiar a saúde Humana, dada a possibilidade de atuação perante determinadas doenças. Além disso este estudo demonstrou que a lesma do mar estudada apresenta um teor proteico relevante. Pelo que uma possível alimentação em recursos obtidos destes organismos pode beneficiar em muito o sistema imunitário do Homem. Os dados obtidos nesta tese de certa forma acabam por ir ao encontro da teoria que tem vindo a ser desenvolvida pela comunidade científica: Que os compostos presentes na maioria dos invertebrados marinhos na verdade são metabolitos secundários (oriundos da dieta). Finalmente o facto de se falar de uma espécie invasora, e uma vez que a espécie tem todo este potencial, os dados justificam que no âmbito do controle da sua densidade e abundância para os locais onde é invasora, em vez de simplesmente remover o excesso de biomassa, que seria depois desperdiçado, que seja feito o reencaminhamento devido da biomassa para locais onde possa ser devidamente estuda e aproveitada. Este estudo potencializa a abertura de novas portas e oportunidades para o desenvolvimento da saúde humana. Sendo um dos primeiros estudos realizados, não existem estudos comparáveis pelo que todos os resultados são válidos para descartar ou conduzir a novas oportunidades e teorias.