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Browsing CIMA by Field of Science and Technology (FOS) "Ciências Agrárias::Agricultura, Silvicultura e Pescas"
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- Alterações ambientais na costa algarvia durante o holocénico: um estudo com base em diatomáceasPublication . Gomes, Ana Isabel de Sousa Horta Dias; Boski, T.; Moura, Delminda; Szkornik, Katie; Witkowski, AndrzejA sensibilidade das diatomáceas às alterações físico-químicas do meio aquático em que vivem, torna estas algas unicelulares indicadores paleoambientais de alto potencial interpretativo. O presente estudo caracteriza as condições de vida das diatomáceas em zonas de transição oceano-continente do Algarve e assim cria um análogo modeno para interpretações paleoambientais do registo sedimentar. A investigação descrita abrangeu os sedimentos superficiais, a água superficial dos estuários de rios Arade e Guadiana e as diatomáceas associadas aos sedimentos. Tal permitiu: (i) definir associações de diatomáceas e, complementarmente, a concentração dos estomatocistos de crisofíceas ao longo das zonas intermareais dos dois estuários e, (ii) concluir que os parâmetros ambientais que condicionam a distribuição das diatomáceas nestes estuários são principalmente a textura do sedimento, o tempo de inundação e a salinidade da água intersticial do sedimento. Além disso, o fraco gradiente de salinidade observado no estuário do Arade permitiu aprofundar o conhecimento das associações presentes em ambientes de água salobra, enquanto que a análise da distribuição das associações de diatomáceas no estuário do Guadiana contribuiu para aumentar o conhecimento adquirido no estuário do Arade, relacionando a composição das associações com o gradiente completo de salinidade entre o meio marinho e fluvial. Adicionalmente, verificou-se que em ambos os estuários existem espécies que não foram descritas até ao momento. Assim, foi ainda identificado e proposto formalmente um novo género e espécie de diatomácea, a Syvertsenia iberica. A aplicação dos conhecimentos adquiridos no presente trabalho à interpretação dos paleoambientes sedimentares do Plistocénico terminal e Holocénico, nos estuários do Arade e Guadiana, através do desenvolvimento de funções de transferência e do estudo do registo fóssil das diatomáceas e dos estomatocistos de crisofíceas, resultou numa reconstrução mais pormenorizada da evolução das referidas zonas estuarinas, em função da subida do nível médio do mar após o Último Máximo Glacial.
- Contribuição para a reconstrução do paleonível do mar com base nas associações de foraminíferos de mangais e sapaisPublication . Pereira, Laura de Fátima da Cruz; Boski, T.O objetivo do presente trabalho foi contribuir para a reconstrução do nível médio do mar durante o Holocénico, em dois sistemas: estuário do Rio Potengi (Brasil) e Ria Formosa (Portugal). Para cumprir este objetivo, efetuou-se a análise da microfauna fóssil em cinco sondagens no estuário do rio Potengi e cinco sondagens na Ria Formosa, cruzando estes dados com os da análise granulométrica e da datação por radiocarbono. As associações de foraminíferos dominantes no estuário do Potengi foram Ammonia tepida, Elphidium spp. e o grupo dos Miliolídeos e no sistema lagunar da Ria Formosa as espécies estuarinas Ammonia tepida e Haynesina germanica foram codominantes sendo substituídas pelas espécies aglutinadas Jadammina macrescens e Trochammina inflata nas amostras mais recentes. A espécie Haynesina germanica registou maior expressão nas sondagens da Ria Formosa enquanto a espécie exótica Pararotalia cananeiaensis só ocorreu no estuário do Potengi. As formas aglutinadas tiveram pouca expressão no estuário do Potengi, por causa de processos tafonómicos ou devido a caudais de água doce negligenciável. A interpretação paleombiental baseada nas associações de foraminíferos bentónicos e nas datações disponíveis sugerem, para o estuário do Potengi um período de estabilização do nível do mar, isto foi assinalado através da fase estuarina/lagunar, que se manteve ao longo das sondagens. Provavelmente esta fase foi coincidente com a acreção das planícies costeiras adjacentes à embocadura do Rio Potengi e preenchimento sedimentar do interior do estuário. No sistema lagunar da Ria Formosa a interpretação paleoambiental mostra a presença de um ambiente marinho por volta dos 10.000 anos BP, como resultado da subida pós-glacial do nível do mar. Num período mais recente, ocorreu uma mudança ecológica, para um ambiente mais confinado, provavelmente como resultado progressivo da formação da lagoa.