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  • Memórias da emigração clandestina do Algarve para Andaluzia e Marrocos
    Publication . Anica, Aurízia; Dias, Maria do Livramento
    O Algarve pelas suas características geomorfológicas e históricas manteve desde a Idade Média uma rede de contactos e relações económicas externas, em especial no âmbito do golfo luso-hispano-marroquino, rede que persistiu na longa duração. O comércio, a agricultura e a pesca animaram o golfo de Cádis, ao qual o Algarve continuou estreitamente ligado mesmo na época contemporânea. A emigração clandestina e o contrabando participavam do dinamismo socioeconómico deste complexo histórico-geográfico, tendo permanecido socialmente aceites e relativamente tolerados no Estado Novo (M. Baganha, 1996; 2003; V. Pereira, 2005; 2009). Na época contemporânea, até meados de novecentos, os movimentos migratórios, incluindo os clandestinos, com origem no sotavento do Algarve tomaram duas direcções principais: pela via terrestre e fluvial alcançava-se o Alentejo e a Andaluzia; a navegação no Atlântico permitia o desembarque nos portos andaluzes, gibraltinos e marroquinos, ou mesmo a demanda de destinos longínquos, entre os quais avultou a Argentina (Anica, 2003: M. Borges, 1997). Pretende-se interpretar os significados atribuídos pelos atores sociais às suas experiências vividas de emigração clandestina do Algarve para a Andaluzia e Marrocos a partir de narrativas e memórias orais produzidas pelos atores envolvidos no processo. Recorre-se a uma metodologia etno-histórica, interpretativa e comparativa, sendo o corpus documental constituído por depoimentos registados nos processos abertos contra os emigrantes ilegais nos tribunais judiciais do sotavento algarvio, nos anos 40, 50 e 60 do século XX, e por memórias orais recolhidas pelas autoras, no presente ano, junto de pessoas que viveram a experiência da emigração clandestina no mesmo espaço/tempo.
  • Emigração clandestina durante o Estado Novo. O fluxo migratório ilegal do sotavento do Algarve para Marrocos
    Publication . Dias, Maria do Livramento; Anica, Aurízia
    Este artigo analisa a emigração clandestina com origem no sotavento do Algarve, durante o Estado Novo, para esclarecer as questões seguintes: que relação existia entre este fluxo migratório ilegal e outros sistemas emigratórios coetâneos? Quem eram os emigrantes ilegais que dinamizavam este sistema? Que circunstâncias e motivos justificavam a opção destes emigrantes? Foram analisados os dados obtidos num corpus documental constituído por 43 processos-crime instruídos nas comarcas de Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, por factos relacionados com a emigração ilegal, nos quais foram acusadas 178 pessoas. No Estado Novo foi crescente o controlo e repressão da emigração clandestina pela polícia de fronteiras, mas isso não impediu os emigrantes ilegais de procurarem trabalho e melhores condições de vida, dinamizando o sistema migratório luso-hispano-marroquino que persistiu a par do sistema transatlântico. Os constrangimentos colocados pelo novo Reino de Marrocos e a emergência do sistema migratório europeu contribuiriam para transmutar o «marroquino» em o «francês».