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A lenda do rei Bamba fez parte da tradição historiográfica peninsular da Idade Média. Foi primeiramente transmitida pelo Libro de las Generaciones (1260-1270), de origem navarra, e, a partir de um testemunho desta fonte, pela primeira redacção da Crónica Geral de Espanha de 1344, de onde passou à refundição da mesma crónica, datada de c. 1400. Entre as três versões existem algumas diferenças significativas, resultantes dos contextos específicos de produção e do processo de composição narrativa, assente no cruzamento de fontes histórico-literárias. A história lendária do lavrador Bamba, ungido rei dos Godos, por vontade divina, destacou da galeria das personagens históricas da monarquia visigótica uma figura a que já a historiografia antiga, desde o séc. VII (Julião de Toledo, Historia Wambae) ao séc. XIII (Lucas de Tuy, Chronicon Mundi; Rodrigo de Toledo, Historia de Rebus Hispaniae), dera especial relevo. A lenda retomou motivos bíblicos, bem como imagens e psicotemas da literatura peninsular, que foram transmitidos por autores árabes e moçárabes.