Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
É sabido que a mulher desempenha um papel determinante na vida do romanceiro tradicional. As mulheres constituiram-se como os seus cantores-transmissores por excelência, marcaram os principais espaços “reais” da sua transmissão e aparecem frequentemente como as personagens centrais das suas histórias.
Deixando de lado o papel da mulher tanto na difusão como na temática do género – aspectos mais elaborados pela crítica -, este trabalho debruça-se sobre todos os temas e símbolos que, no romanceiro, dão conta de uma forma de representação do feminino submetida a uma clara ritualização, produto duma tradição cultural muito precisa: espaços onde as mulheres, omnipresentes no romanceiro, assumem uma gestualidade codificada. As autoras deste artigo reflectem sobre o modo como o género tendeu a representar as mulheres e a mostrá-las, sobre qual é o tipo de sociedade que transparece no romanceiro, e sobre a razão de ser destes esquemas de representação. Para tal fim, baseiam-se num corpus de romances da tradição moderna procedentes da província de Cádiz (Andaluzia, Espanha).