Browsing by Author "Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos"
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- Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistênciaPublication . Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos; Lourenço, João Paulo GilNa década de 1960, a descoberta da atividade anticancerígena da cisplatina e a sua eficácia clínica despertaram um grande interesse na investigação de compostos de coordenação para tratamento do cancro. Para além da cisplatina, surgiram outros complexos de platina, como a carboplatina e a oxaliplatina. Estes compostos são amplamente utilizados no tratamento de vários tipos de cancro, incluindo testicular, pulmonar, ovário e bexiga. O mecanismo de ação dos fármacos de platina é bastante complexo, sendo que a formação de adutos inter ou intracadeias com o ADN nuclear é uma das vias mais estudadas e reconhecidas. A formação destes adutos resulta na interrupção dos processos de replicação e trancrição do ADN, promovendo desta forma apoptose. No entanto, o ADN nuclear não é o único alvo, existem outros alvos celulares que contribuem para o efeito dos fármacos de platina. O complexo de cisplatina ataca as mitocôndrias e desencadeia a produção de espécies reativas de oxigénio, destruindo os lisossomas e por sua vez, induzindo a libertação de proteáses lisossomais que degradam o retículo endoplasmático. Estes complexos podem ainda, através da formação de adutos com grupos funcionais em proteínas, em particular com átomos de enxofre presentes nos resíduos de cisteína e metionina, alterar a função proteica contribuindo para a morte celular. Apesar da eficácia comprovada, a resistência aos fármacos de platina representa um grande desafio no meio oncológico. As células cancerígenas podem desenvolver resistência através de diversos mecanismos, como a alteração da captação/efluxo de fármaco, a inativação da cisplatina por moléculas contendo tiol, e a capacidade de regeneração do ADN danificado. Compreender estes mecanismos de resistência é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Ao longo desta monografia são demonstrados diversos mecanismos de resistência, bem como formas de ultrapassar e otimizar o tratamento farmacoterapêutico.