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- A comprehensive review of existing and new methods and approaches to assess benthic ecosystem functionsPublication . Peña, Cecilia Vanessa Mendoza; Castilho, Rita; Hinz, HilmarNos últimos anos, tem havido um reconhecimento crescente da necessidade de aprimorar as metodologias para avaliar as funções dos ecossistemas bentónicos devido ao seu papel crítico na manutenção da biodiversidade marinha e da saúde dos ecossistemas. Avaliar essas funções é essencial para compreender a dinâmica dos ecossistemas, apoiar esforços de conservação e orientar a gestão de recursos. No entanto, a complexidade e variabilidade inerentes aos ambientes marinhos apresentam desafios significativos para o desenvolvimento de abordagens amplamente aplicáveis e padronizadas. Este estudo avalia três principais metodologias — abordagens baseadas em estrutura, processos e funções — cada uma oferecendo vantagens e limitações distintas na pesquisa ecológica marinha. As metodologias baseadas em estrutura, como a análise de características biológicas (BTA – Biological Trait Analysis), permitem perceber melhor as funções dos ecossistemas ao vincular características das espécies a processos ecológicos. A BTA concentra-se em caracterizar os componentes estruturais dos ecossistemas, incluindo a composição, abundância e características particulares das espécies, para inferir as suas contribuições relativamente às funções ecológicas. Ao examinar as relações entre as características funcionais das espécies e os processos que elas influenciam, a BTA contribui para a compreensão da biodiversidade e do funcionamento dos ecossistemas. No entanto, a padronização dos métodos baseados nas estruturas apresenta desafios significativos. A ampla gama de espécies e características requer um gasto de tempo considerável, colaboração e construção de consensos na comunidade científica para alcançar consistência nas definições das características, medições destas e na estratégia de tratamento de dados. A variabilidade dos dados e a subjectividade inerente complicam ainda mais os esforços para padronizar esses métodos. Apesar desses desafios, os métodos baseados na estrutura permanecem cruciais, especialmente quando medições diretas não estão disponíveis ou são impraticáveis. Eles fornecem uma ampla compreensão de como as espécies contribuem para as funções dos ecossistemas e são particularmente valiosos quando combinados com outras metodologias para alcançar um entendimento mais abrangente. A integração de métodos baseados em estrutura com outras abordagens, como metodologias baseadas em processos e funções, melhora sua utilidade e eficácia. Por exemplo, a incorporação de técnicas não invasivas, como análise de DNA ambiental (eDNA) ou monitoramento por vídeo subaquático, permite a colheita de dados de interações de espécies e composição da comunidade com distúrbio mínimo. Essa integração oferece novas oportunidades para monitorização de ecossistemas e fornece uma compreensão mais robusta dos mecanismos subjacentes que impulsionam os processos ecológicos observados. Além disso, a BTA pode ser aplicada a estruturas físicas criadas pelos organismos, como refúgios e recifes, servindo como proxies funcionais e ampliando sua aplicabilidade em diversos ambientes ecológicos. Esforços contínuos para harmonizar as definições das características e protocolos de recolha de dados ajudarão a melhorar a comparabilidade e a integração entre estudos, maximizando o potencial dos métodos baseados em estrutura na ecologia marinha. As metodologias baseadas em processos oferecem medições diretas de atividades dinâmicas dentro dos ecossistemas bentónicos, como filtração, bioturbação, produção primária e modificação de habitats. Esses métodos abrangem tanto técnicas visuais — como sistemas de vídeo remoto iscado subaquático (BRUVs - Baited Remote Underwater Video Systems), câmeras autónomas iscadas e imagens de perfil de sedimentos (SPI – sediment profile images) — quanto sistemas controlados, como incubações e mesocosmos, para fornecer dados altamente padronizados e comparáveis. As abordagens baseadas em processos beneficiam de protocolos estabelecidos e equipamentos padronizados, permitindo a coleta de dados confiáveis e reprodutíveis em vários estudos e regiões. Por exemplo, BRUVs e câmeras autónomas iscadas capturam efetivamente comportamentos de escavadores e interações de espécies, fornecendo dados de alta resolução com um mínimo viés provocado pelo observador. Da mesma forma, as câmeras SPI oferecem visualizações detalhadas da estratigrafia do sedimento e das atividades dos organismos bentónicos, como bioturbação e bioirrigação, tornando-as adequadas para monitoramento ecológico de longo prazo. Apesar de seu alto potencial de padronização, as metodologias baseadas em processos também enfrentam vários desafios, particularmente relacionados à complexidade operacional e analítica. O uso de ferramentas como remote operated vehicles (ROVs), autonomous underwater vehicle (AUVs) e câmeras SPI requer conhecimentos especializados, planeamento substancial e equipamentos sofisticados para garantir a recolha correcta de dados. Os custos associados a esses métodos — equipamentos, manutenção e análise de dados — podem ser proibitivos, especialmente em ambientes com recursos limitados, restringindo sua aplicação mais ampla. Além disso, embora os métodos baseados em processos forneçam medições diretas de funções específicas, estes podem não capturar todo o espectro de processos que contribuem para essas funções. Integrar metodologias baseadas em processos com abordagens baseadas na estrutura pode ajudar a superar essas limitações, proporcionando uma compreensão mais abrangente da dinâmica dos ecossistemas. Por exemplo, entender a composição de características das espécies observadas por meio de métodos visuais pode melhorar as interpretações de seus papéis ecológicos e contribuições. Esforços futuros devem-se concentrar em superar os desafios operacionais e relacionados aos custos associados a esses métodos, garantindo que sejam acessíveis a uma gama mais ampla de pesquisadores. As metodologias baseadas em funções, particularmente aquelas que utilizam câmaras de fluxo bentónicas (BFCs - Benthic Flux Chambers), oferecem os meios mais diretos e padronizados de avaliar as funções dos ecossistemas bentónicos. As BFCs medem diretamente resultados como ciclagem de nutrientes, estabilização de sedimentos e troca de gases, fornecendo dados de alta resolução essenciais para compreender a saúde e a dinâmica dos ecossistemas aquáticos. A principal vantagem das BFCs reside na sua capacidade de gerar observações in situ de sistemas relativamente não perturbados, preservando a integridade dos processos naturais e minimizando os vieses introduzidos por distúrbios amostrais. Essas câmaras demonstraram versatilidade em uma variedade de ambientes, desde habitats subtidais rasos até regiões de mar profundo, capturando processos biogeoquímicos críticos. No entanto, apesar de suas vantagens, os métodos baseados em funções, como as BFCs, ainda são subutilizados, especialmente em escalas temporais e espaciais mais amplas. Custos elevados, a necessidade de conhecimentos especializados e desafios logísticos associados à sua implantação limitam seu uso generalizado. Para expandir a aplicação das BFCs, esforços devem ser feitos para abordar essas barreiras, como o desenvolvimento de versões mais económicas desses instrumentos e o aproveitamento de avanços tecnológicos, como capacidades de transmissão remota de dados. Incentivar a integração das BFCs com métodos complementares, como abordagens baseadas em estrutura e processos, também pode melhorar o escopo e a profundidade das avaliações ecológicas, apoiando modelos preditivos mais robustos e estratégias de conservação eficazes. Olhando para o futuro, a investigação nesta área deve concentrar-se em ampliar a aplicação dessas ferramentas inovadoras, ao mesmo tempo em que promove colaborações interdisciplinares e parcerias para melhorar a comparabilidade dos dados em diferentes contextos. Ao integrar múltiplas metodologias, os investigadores podem capitalizar os pontos fortes de cada abordagem, proporcionando uma compreensão abrangente das funções dos ecossistemas. Essa abordagem integrada apoiará estratégias de conservação mais eficazes e decisões políticas, garantindo a preservação da biodiversidade marinha e da saúde dos ecossistemas.
- Farmacoterapia da hidradenite supurativaPublication . Cunha, Érica Sofia Fonseca; Conceição, Jaime Manuel Guedes Morais daA hidradenite supurativa (HS) é uma doença da pele crónica, inflamatória, recorrente e debilitante do folículo piloso que geralmente surge após a puberdade. Manifesta-se principalmente nas áreas portadoras de glândulas apócrinas do corpo, mais comumente nas regiões das axilas, inguinais e anogenitais, através de nódulos dolorosos, abcessos, fístulas, tratos sinusais e cicatrizes. Devido à sua natureza recorrente, dor persistente, secreções desagradáveis e à presença frequente de outras condições de saúde, a HS possui um impacto significativo na qualidade de vida dos utentes, uma vez que afeta não apenas a saúde física, mas também aspetos sociais, psicológicos e sexuais. A origem da HS encontra-se relacionada ao funcionamento comprometido da unidade pilossebácea-apócrina. Este distúrbio resulta na hiperqueratinização, obstrução, dilatação e rutura do folículo piloso, desencadeando uma resposta imunológica local o que leva à formação de lesões inflamatórias. Mutações genéticas que afetam a via de sinalização através da γ-secretase, atividade androgénica excessiva, variações hormonais durante o ciclo menstrual, inflamação sistémica, dietas ricas em hidratos de carbono, atrito da pele, sudorese intensa, tabagismo/nicotina e o uso de lítio são possíveis fatores desencadeantes da patologia. Com base nas considerações anteriores, os objetivos desta Dissertação são os seguintes: i) abordar a classificação, incidência, prevalência e fisiopatologia da HS; ii) referir o algoritmo de tratamento, mencionando o grupo farmacoterapêutico, mecanismo de ação, indicação terapêutica, efeitos indesejáveis, contraindicações, interações medicamentosas e propriedades farmacocinéticas para os principais fármacos; iii) descrever as medidas não farmacológicas; e iv) indicar o papel do farmacêutico ao nível da farmacoterapia e gestão da patologia. A HS permanece uma condição desafiadora a ser tratada, devido à diversidade das suas manifestações e à resposta aos fármacos disponíveis. O desenvolvimento de novas terapias biológicas e uma abordagem cada vez mais personalizada do tratamento, levando em conta as características específicas dos pacientes, são cruciais para o progresso no controlo da doença. Assim, a gestão multidisciplinar é relevante, tendo em vista a implicação psicológica e social da patologia. O farmacêutico auxilia na escolha da medicação, monitoriza os efeitos indesejáveis, assegura a adesão e o uso racional da farmacoterapia.
- Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistênciaPublication . Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos; Lourenço, João Paulo GilNa década de 1960, a descoberta da atividade anticancerígena da cisplatina e a sua eficácia clínica despertaram um grande interesse na investigação de compostos de coordenação para tratamento do cancro. Para além da cisplatina, surgiram outros complexos de platina, como a carboplatina e a oxaliplatina. Estes compostos são amplamente utilizados no tratamento de vários tipos de cancro, incluindo testicular, pulmonar, ovário e bexiga. O mecanismo de ação dos fármacos de platina é bastante complexo, sendo que a formação de adutos inter ou intracadeias com o ADN nuclear é uma das vias mais estudadas e reconhecidas. A formação destes adutos resulta na interrupção dos processos de replicação e trancrição do ADN, promovendo desta forma apoptose. No entanto, o ADN nuclear não é o único alvo, existem outros alvos celulares que contribuem para o efeito dos fármacos de platina. O complexo de cisplatina ataca as mitocôndrias e desencadeia a produção de espécies reativas de oxigénio, destruindo os lisossomas e por sua vez, induzindo a libertação de proteáses lisossomais que degradam o retículo endoplasmático. Estes complexos podem ainda, através da formação de adutos com grupos funcionais em proteínas, em particular com átomos de enxofre presentes nos resíduos de cisteína e metionina, alterar a função proteica contribuindo para a morte celular. Apesar da eficácia comprovada, a resistência aos fármacos de platina representa um grande desafio no meio oncológico. As células cancerígenas podem desenvolver resistência através de diversos mecanismos, como a alteração da captação/efluxo de fármaco, a inativação da cisplatina por moléculas contendo tiol, e a capacidade de regeneração do ADN danificado. Compreender estes mecanismos de resistência é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Ao longo desta monografia são demonstrados diversos mecanismos de resistência, bem como formas de ultrapassar e otimizar o tratamento farmacoterapêutico.
- O contributo das tic para um envelhecimento bem-sucedidoPublication . Meza, Cristopher Eduardo Urgiles; Doutor, CatarinaA presente investigação intitulada “O contributo das TIC para um envelhecimento bem-sucedido” insere-se no âmbito do Mestrado em Ciências da Educação, da Universidade do Algarve. Este trabalho de investigação tem como objetivo principal compreender de que forma a utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC) contribui para um envelhecimento bem-sucedido. Procura-se, deste modo, compreender e analisar o processo de aprendizagem dos adultos mais velhos no que respeita às TIC; conhecer a importância das TIC na vida dos adultos mais velhos; identificar e analisar as causas que levam os adultos mais velhos à exclusão digital; e, ainda, identificar as estratégias utilizadas para ultrapassar as dificuldades tecnológicas. No que concerne à estratégia metodológica, a presente investigação baseia-se numa abordagem qualitativa. Para alcançar os objetivos, recorremos às seguintes técnicas de recolha de informação: a observação direta, o diário de campo, a entrevista e, por último, a análise documental. Estas técnicas possibilitaram uma análise mais aprofundada do contributo das TIC nos adultos mais velhos. Os resultados evidenciam uma forte motivação dos adultos no que respeita a uma educação ao longo da vida como uma forma de ter independência na velhice, tendo em conta o rápido avanço tecnológico, que é uma ferramenta que pode ajudá-los a alcançar esse objetivo. Através da análise dos resultados obtidos, podemos concluir que as TIC desempenham um papel importante na vida dos adultos mais velhos, por exemplo na comunicação com os filhos ou familiares que residem noutros países, em atividades de autoaprendizagem, informações relativamente aos acontecimentos do mundo, o acesso a consultas médicas, fazer o pagamento do IRS. As TIC destacam-se também como ferramentas essenciais para promover um envelhecimento bem-sucedido, potenciando a qualidade de vida e a inclusão social das pessoas mais velhas.