Browsing by Author "Monteiro, Pedro Alexandrino Silva Ferreira Martins"
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- Destino das rejeições do arrasto de crustáceos da costa Algarvia: metodologias de estudoPublication . Monteiro, Pedro Alexandrino Silva Ferreira Martins; Castro, Margarida; Erzini, KarimAs rejeições podem causar grandes efeitos ecológicos, pois constituem alimento acessível para espécies necrófagas. O presente estudo teve como objectivo quantificar e avaliar o destino das rejeições do arrasto de crustáceos da costa algarvia. Adicionalmente, contribuir para a elaboração de metodologias que permitam avaliar o destino das rejeições a vários níveis da coluna de água, designadamente, à superfície, à meia-água e no fundo marinho. Para a realização deste estudo, foram efectuadas várias experiências de forma a avaliar o destino das rejeições nos sistemas marinhos e permitir obter informações quantitativas para a integração num Modelo Conceptual. De modo a estimar as quantidades rejeitadas e caracterizar o processo de pesca, efectuaram-se amostragens em vários arrastões da pesca comercial. Este estudo permitiu verificar que o arrasto de crustáceos da costa algarvia se caracteriza pela realização de lances extremamente longos; em termos médios de aproximadamente 6 horas. Esta realidade, conjuntamente com as características pouco selectivas das redes de arrasto, conduzem a elevadas capturas por lance. No presente estudo, a captura média por lance foi superior a 150 kg. Muitas das espécies capturadas possuem pouco ou nenhum valor comercial e são devolvidas ao mar. Estimou-se que em média são rejeitados cerca de 37,9% do pescado capturado. As rejeições foram compostas essencialmente por osteíctios, constituindo mais de 80% do total. As aves 'marinhas contribuem consideravelmente para o consumo das rejeições. Estimou-se que em média cerca de 52% das rejeições são consumidas pelas aves marinhas à superfície. As maiores taxas de consumo pelas aves marinhas foram obtidas com condríctios e osteictios, respectivamente 81% e 90%. O consumo de invertebrados foi moderado comparado com peixes. A restante porção das rejeições, constituindo 48%, se afunda na coluna de água. Verificou-se que o consumo a meia água é reduzido. Do total que se afunda na coluna de água, 12% é consumido pelas espécies pelágicas e demersais antes de chegar ao fundo. Estimou-se que somente 6% do total rejeitado é consumido por espécies pelágicas. A restante porção, 41% da biomassa rejeitada, chega ao fundo e é constituída por uma grade variedade de espécies. Embora as quantidades que chegam ao fundo sejam relativamente elevadas, estimou-se que a concentração é extremamente reduzida (0,023 g/m2). Este facto permite concluir que na costa algarvia, os impactes das rejeições no fundo serão reduzidos e muito localizados.