Browsing by Author "Sanita, Maria Margarida dos Santos"
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- O design na tecelagem tradicional: o contributo do design de comunicação para a criação de novos produtos contemporâneosPublication . Sanita, Maria Margarida dos Santos; Lacerda, AntónioO presente estudo, acerca do projeto denominado DLUSA, de design de tapetes e tapeçarias, executados em tecelagem tradicional, na técnica do ponto de nó (Beiriz), busca a sua inspiração nos grafismos das platibandas decoradas de casas tradicionais algarvias. A responsabilidade do designer, na vertente ecológica do projeto, focou-se em escolher matérias-primas biodegradáveis, dando primazia à pura lã, minimizando desta forma a pegada ecológica. Nas criações das tapeçarias predominam as cores da arquitetura mediterrânica e também a decoração geométrica de raiz vernacular. Estas representações visam confrontar as características do desenho tradicional como linguagem, no percurso que nos conduz ao design como dimensão cognitiva, indo mais além que a criação de “meros” objetos estéticos. Assim, o designer pretende qualificar o desenho tradicional e transformá-lo em novas manifestações artísticas que traduzem uma nova linguagem visual e dinâmica cultural, através da criação de coleções de tapeçarias com base em elementos ligados à cultura tradicional, usando uma metodologia projetual segundo Bruno Munari. Perante a experiência estética das peças, o fruidor, através da memória e perceção visual, desencadeia mapas mentais. São essas memórias e vivências de lugares que aproximam pessoas a territórios onde as sensações e as ligações a elementos culturais, existentes nestas criações com história, permitem interpretações múltiplas. Este processo de diálogos entre percepções, reações e interceções revela experiências aprimoradas que vão determinar a fiabilidade das peças tecidas, sensibilizando e despertando o público-alvo a contribuir para a preservação e promoção do património cultural popular e a compreender um conhecimento ancestral, valorizando a cultura e as tradições regionais, através da apresentação da resignificação dos símbolos culturais em que tanto o designer como o fruidor surgem como modificadores de contextos. Numa sociedade massificada é fulcral devolver coesão às comunidades, preservando a identidade cultural de um território: esse cunho que nos distingue dos demais.