Browsing by Issue Date, starting with "1984"
Now showing 1 - 7 of 7
Results Per Page
Sort Options
- Faro e o Movimento do OrfeuPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaFaro foi a única cidade de província a dar cobertura e apoio ao movimento futurista liderado por Fernando Pessoa, Mário Sá-Carneiro e Almada Negreiros. É esse o principal aspecto focado nesta comunicação, para além de ser lembrado que Fernando Pessoa viveu em Tavira, em casa de sua tia cujo imóvel bem merecia a colocação de uma placa evocativa da passagem pelo Algarve de um dos maiores poetas da cultura portuguesa. Será igualmente analisado o papel do semanário «O Heraldo», dirigido pelo pintor Lyster Franco na cidade de Faro e recordada a colaboração do artista Carlos Porfírio, director da revista «Portugal Futurista», de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Sá-Carneiro e de vários outros jovens algarvios. De salientar que o último sobrevivente do Movimento Futurista Português foi um algarvio, o Dr. Mário Lyster Franco, falecido em 1984.
- Um presépio napolitano do século XVIII no museu paroquial de MoncarapachoPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaEste presépio napolitano, cuja autoria creio ter pertencido a Giuseppe Sammartino, é composto por 45 peças, 11 das quais são representações animalistas, e pertenceu à principesca casa da família Júdice Fialho, grande impulsionadora da indústria conserveira e do comércio português além fronteiras, que após o seu desmoronamento, suscitado pelas consequentes partilhas da fortuna, acabou por ir parar às mãos do Asilo de Santa Isabel em Faro mercê de uma doação feita ainda em vida pela viúva daquele famoso industrial. Durante largos anos, por altura dos festejos natalícios, este esplendoroso conjunto artístico foi reunido e exposto ao público que, deste modo, pôde apreciar «in-loco» a riqueza, o talhe e a expressão das encantadoras figuras. Mas o correr dos tempos associado ao desconhecimento do valor das próprias peças permitiu que o desleixo fosse generalizado e que o abandono originasse, progressiva e irreversivelmente, um processo de desagregação que levou inclusivamente à destruição de algumas peças
- «Chronica do Algarve» terá sido o primeiro jornal algarvio?Publication . Mesquita, José Carlos VilhenaO jornal que inaugurou a imprensa algarvia chamava-se «Chronica do Algarve», nasceu por ocasião da Invasão do Algarve pelas tropas liberais do Duque de Terceira. Publicou-se no dia 15 de Julho de 1833, e anunciava-se como órgão oficial do partido constitucionalista de D. Pedro, Regente e futuro Rei de Portugal. Dado que os liberais receavam a oposição militar e popular desta província editaram a «Chronica do Algarve» para informar o povo, e principalmente a burguesia, acerca do poderio do exército da Rainha e dos seus êxitos no campo de batalha. Por outro lado, serviria como elemento de propaganda das novas ideias e como veículo de recrutamento de efectivos militares para as fileiras do exército liberal.
- O museu e a escolaPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaO museu é, no seu próprio contexto geográfico, o mais valioso espólio do património local. Nele se deposita a memória dos nossos antepassados e através dele poderemos fazer uma verdadeira e alucinante viagem no tempo. Aí se contacta com testemunhos insubstituíveis cuja observação e estudo nos farão compreender melhor a nossa história. Porém, há que preparar convenientemente essa visita para que não nos confrontemos com situações ou peças museológicas que nada nos dizem por lhes desconhecermos o significado. Não vale a pena levar as crianças a visitar uma praça-forte sem terem previamente uma noção do que foi e em que consistiu o feudalismo.
- Teixeira Gomes, o escritor burguêsPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaTeixeira Gomes nunca pensou ser escritor enquanto viveu preenchidamente a sua juventude, porém as suas qualidades revelavam- se na correspondência que trocava com os amigos, principalmente com o Fialho de Almeida, que, inclusivamente, as aproveitava como fonte de inspiração para as suas crónicas. Realmente, só quando se sentiu já quarentão, chefe de família e herdeiro duma fortuna agrária que o transformara num «lavrador abastado», é que lançou raízes à terra, delas vindo a justificar uma vida literária a todos os títulos notável.
- O Museu Antonino de Faro e o turismo no AlgarvePublication . Mesquita, José Carlos VilhenaNo contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse o Museu Antonino, que, reunindo características populares, perpectualiza justamente a memória de um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. A ermida de Stº António do Alto, onde se acha inserido o Museu, situa-se na mais alta colina da cidade, que em tempos idos foi uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832-1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pela edilidade.
- O homem que incendiou a Casa de CamiloPublication . Mesquita, José Carlos VilhenaEm 1916 ocorreu um violento incêndio na freguesia de São Miguel de Seide, concelho de Vila Nova de Famalicão, precisamente na então designada "Casa Amarela", ou seja na velha mansarda que serviu de residência ao escritor Camilo Castelo Branco. Esse desastroso sinistro, que praticamente reduziria a escombros a notável habitação do emérito romancista, foi por muitos dos seus biógrafos considerado como um dos mais tristes episódios do itinerário camiliano. Nunca se chegaram a apurar as verdadeiras responsabilidades sobre a autoria do sinistro, pelo que na época chegou a correr em surdina que se tratara de uma vingança dos Farias (gente agressiva, virulenta e perigosa, a quem Camilo, nos seus romances, atribuíra vários crimes e atrocidades pouco abonatórios e bastante depreciativos do bom nome dessa família), cujos antigos ódios nunca se apaziguaram, nem mesmo depois do passamento do insigne romancista. Mas, no princípio da década de oitenta do século passado, sentindo que a chama da vida já se lhe estava a extinguir, o inocente incendiário da Casa de Camilo chamou-me à sua presença para me contar a real versão dos factos, a qual, por sua vontade, escrevi e publiquei no vespertino «Diário de Notícias».