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- Do livro ao fantoche, reciclando palavras. Desenvolvimento da comunicação oralPublication . Nunes, Sofia Isabel Henriques; Fonseca, OlgaO presente relatório enquadra-se no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada (PES) do Mestrado em Educação Pré-Escolar, a qual foi desenvolvida num jardim de infância situado na cidade de Faro. Este estudo procura perceber se os fantoches podem contribuir para o desenvolvimento da comunicação oral em crianças no Pré-Escolar. Desde o início da prática pedagógica, a 17 de novembro de 2014, que constatei, segundo vivências observadas na sala onde me encontrava a estagiar, que as crianças demonstravam algumas dificuldades de verbalização em determinadas atividades, como por exemplo o reconto de histórias, a partilha e comunicação de acontecimentos e as dramatizações. Ao mesmo tempo, apercebi-me de que as crianças, quando se encontravam a brincar na «área da casinha», área que inclui diversos objetos e acessórios, que permitem às crianças brincar ao «faz de conta», se libertavam mais e a sua comunicação se tornava mais fluída e espontânea. Notava-se que as crianças conseguiam exprimir os seus sentimentos com maior facilidade. Decidimos realizar este estudo, no mesmo grupo de estágio, a fim de, com algum rigor, verificar se o uso de fantoches pode minimizar as dificuldades identificadas ao nível da comunicação. Comecei por fazer uma leitura em voz alta de A ovelhinha que veio para o jantar, de Steve Smallman. Solicitei, depois, às crianças que fizessem o reconto da narrativa, em pares e apoiando-se no livro. Numa segunda fase, os mesmos pares realizaram o reconto manipulando fantoches produzidos por mim, com materiais reutilizados; esta estratégia visava, a par da sensibilização ecológica, ajudar as crianças a superarem algumas das dificuldades de expressão e comunicação, tais como a vergonha, a timidez, o medo de serem julgadas, que as impede de terem um discurso claro e fluido e de expressar os seus sentimentos, quando estão na presença do seu grupo. Por forma a dar resposta à questão inicial, focámo-nos nos objetivos definidos, recorremos a uma metodologia de natureza mista (quantitativa e qualitativa), e a uma estratégia de investigação na ação. Para análise dos resultados, procedemos, numa primeira fase, à análise do discurso, identificámos as sequências narrativas e criámos tabelas e gráficos com o número de frases produzidas pelas crianças, bem como o tipo de frases que estas mais vii utilizaram. Nesta primeira fase, verificámos logo que as crianças tinham aumentado o seu discurso. Numa segunda fase, para tornar mais sólidos os nossos resultados, fizemos um estudo lexicométrico, donde resultaram seis gráficos, que nos mostraram as diferenças entre cada reconto ao nível do léxico utilizado pelas crianças. Verificámos que o total de substantivos, verbos, adjetivos, advérbios e onomatopeias é sempre superior no reconto da narrativa feita com recurso aos fantoches, estando este mais completo e mais pormenorizado, aproximando-se muito do texto original.