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- Adaptação de um instrumento de rastreio cognitivo, o MoCA (Montreal Cognitive Assessment) para população cabo-verdianaPublication . Moreira, Jeannette Felicia Tavares; Faísca, Luís; Araújo, SusanaO rastreio cognitivo por meio de instrumentos de avaliação de rápida aplicação é uma mais valia na deteção precoce de défices cognitivos. O Montreal Cognitive Assessment (MoCA) é um instrumento breve que abrange várias funções cognitivas e que se tem mostrado sensível aos estádios de declínio mais ligeiros. Objetivos: Traduzir e adaptar o MoCA para a população cabo-verdiana; analisar as qualidades psicométricas e validade clinica da versão adaptada (MoCA-CV). Metodologia: Concluída a fase de adaptação transcultural, o MoCA-CV foi administrado a uma amostra de 147 indivíduos adultos, sendo 117 saudáveis (idade=66,1 ± 8,18; escolaridade=5,4 ± 4,00) e 30 com défice cognitivo associado a diferentes quadros neuropsicológicos (idade=77,4 ± 8,01; escolaridade=2,7 ± 2,73). Para além do MoCA, o protocolo aplicado incluía ainda uma anamnese, o Mini-Mental State Examination (MMSE), o Geriatric Depression Scale (GDS-15) e o Clinical Dementia Rating Scale (CDR). Foi realizado um reteste com 14 sujeitos após um intervalo de tempo de cerca de 30 dias. Resultados: O MoCA- CV revelou indicadores de fiabilidade adequados relativamente à sua pontuação total (consistência interna, α=,784; estabilidade temporal, r =.884). Verificaram-se também bons indicadores de validade, nomeadamente a correlação concorrente com outras medidas utilizadas e uma discriminação robusta entre amostra saudável e a amostra clínica (média para o grupo saudável: M ± DP = 24,02 ± 3,828 e média para o grupo clinico: M ± DP =12.67 ± 3.880). As variáveis sociodemográficas mais associadas ao desempenho na prova foram a idade e a escolaridade, tendo-se apresentado os valores médios por faixa etária e nível de escolaridade. Considerando o grupo clínico e uma amostra saudável emparelhada nas variáveis sociodemográficas relevantes, encontrou-se um ponto de corte que ronda os 18 pontos, a que está associada uma sensibilidade de 90%. Conclusão: O MoCA-CV revelou boas qualidades psicométricas e o seu uso pode ser promissor no contexto clinico cabo-verdiano.
- A influência das funções executivas e ansiedade na memória prospetiva de jovens adultosPublication . Santos, Andreia Filipa Matos dos; Silva, DinaA memória desempenha um papel fundamental no nosso quotidiano, contribuindo para a codificação, retenção e recuperação de informações necessárias nas nossas tarefas diárias. A Memória Prospetiva caracteriza-se pela capacidade de criar uma intenção e recuperá-la num momento adequado para a sua execução. As tarefas de memória prospetiva exigem planeamento e monitorização, assume-se, então, que outras componentes cognitivas estejam envolvidas, como por exemplo as funções executivas. Vários estudos salientam, também, o papel da ansiedade na falha dos processos mnésicos prospetivos. O presente estudo pretendeu averiguar o impacto que os fatores supracitados têm no desempenho da Memória Prospetiva. Para tal, foi reunida uma amostra de jovens adultos que foram submetidos a uma tarefa prospetiva experimental baseada no evento. A tarefa encontrava-se embutida numa outra tarefa de categorização de palavras (tarefa decorrente). Em relação às funções executivas e ansiedade foram aplicados instrumentos validados para a população portuguesa para examinar a componente executiva (Tarefa de Fluência Verbal Semântica, Teste de Stroop de Palavras e Cores e Trail Making Test) e a ansiedade (STAI: State-trait anxiety inventory). Os resultados não permitiram confirmar a relação expectável entre o funcionamento executivo e a memória prospetiva, ou entre a ansiedade e o desempenho prospetivo. Porém, foi encontrada uma correlação forte entre a tarefa decorrente e uma das provas avaliativas do funcionamento executivo, neste caso o Trail Making Test - Parte B, o que seria de esperar visto que a competência avaliada por esta prova é importante para a eficaz realização da tarefa decorrente (categorização). Foi encontrada, também, uma relação entre a dimensão estado da ansiedade e a rapidez de resposta às palavras apresentadas imediatamente após a palavra-alvo prospetiva. Este último resultado vai de encontro a alguns estudos que referem que a ansiedade pode interferir com os recursos atencionais necessários para um bom desempenho em tarefas cognitivas.