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- Tarefas matemáticas com base no texto literário A que sabe a Lua?Publication . Pires, Marta Sofia Venâncio; Guerreiro, António; Fonseca, Olga Maria Costa daO presente estudo realizou-se no âmbito da unidade curricular Prática de Ensino Supervisionada, numa instituição particular em Faro, e contou com dezassete crianças participantes da sala dos cinco anos. Com o objetivo de responder à questão de partida, a saber, “Será possível criar tarefas matemáticas com base no texto literário?”, foi selecionada a obra A que sabe a Lua?, de Michael Grejniec. Selecionou-se esta obra, por se adequar à faixa etária das crianças e se relacionar com a temática que estava a ser explorada em contexto de sala de atividades, possibilitando a criação de um fio condutor entre as diversas atividades lúdicopedagógicas que se estavam a desenvolver com o grupo. O planeamento das tarefas matemáticas foi igualmente pensado e adequado para o grupo e contemplou, ainda de que forma breve, as várias componentes do domínio da matemática, presentes na Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, nomeadamente as componentes de “números e operações”, “geometria e medida” e “organização e tratamento de dados”. Os resultados destacam que as crianças desta faixa etária são capazes de se envolver e resolver tarefas matemáticas, apresentadas de uma forma lúdica, que vão ao encontro dos seus interesses e necessidades, assumindo um interesse pela resolução de problemas de matemática. Como conclusões, saliento que foi possível criar diversas tarefas matemáticas com base no texto literário escolhido, o que indica que houve uma conexão real entre a literatura e a matemática. Confirmou-se que a literatura pode ser um veículo de motivação para as crianças, desafiando-as a querer aprofundar os seus conhecimentos matemáticos. No âmbito dos conhecimentos matemáticos, as crianças revelaram conhecer os numerais ordinais, comparar o tamanho e o volume dos animais, representando-os por ordem decrescente, transformar geometricamente as imagens de um peixe, duas representações da Lua, estrelas e vento, nomeadamente através da sua reflexão, com apoio da utilização de uma superfície espelhada, originando igualmente translações, rotações e reflexões deslizantes.
- Exploration of Ulva-holobiont diversity in Portugal: any lesson to learn for cultivation and use?Publication . Sidow, Alena Friederike; Engelen, Aschwin Hillebrand; Aires, TâniaNesta era do Antropoceno, entre desafios relacionados com a sobrepopulação e alterações climáticas, a necessidade de substituir os métodos tradicionais de exploração de recursos do nosso planeta por alternativas sustentáveis é cada vez mais urgente. Uma alternativa promissora para contrapor os efeitos adversos de práticas convencionais de agricultura é a aquacultura de macroalgas. Além do seu papel crucial como produtoras primárias, criadoras de habitat e biorremediadoras, as macroalgas podem ajudar com a sequestração de carbono. Estas representam também uma fonte sustentável e valiosa do ponto de vista comercial enquanto alimento para humanos ou para animais, e podem ser aplicadas a outras áreas como higiene pessoal, medicação, e produção de biocombustíveis. Até ao momento têm sido sobretudo países asiáticos a utilizar uma grande variedade de macroalgas, enquanto que na Europa a potencial diversidade que pode ser utilizada para cultivo ainda não foi devidamente explorada. O género de algas verdes Ulva é particularmente interessante para a indústria alimentar devido ao seu elevado valor nutricional. Adicionalmente, tem sido alvo de uma crescente atenção científica devido à sua recente aplicação enquanto modelo para o estudo de interações entre macroalgas e bactérias. Comunidades bacterianas associadas a macroalgas (microbiomas) têm sido reconhecidas por influenciar processos metabólicos essenciais entre o sistema alga-bactéria (holobionte). Certos tipos de bactérias providenciam ao hospedeiro vitaminas e fito-hormonas para crescimento e morfogénese, enquanto outros aparentam facilitar a adaptação a stressores ambientais. Contudo, a questão de como é determinada a composição do microbioma continua a ser um debate controverso e existem diferentes teorias para explicar este fenómeno. A teoria da lotaria baseia a composição do microbioma em processos estocásticos, a especificidade ao hospedeiro propõe que a espécie hospedeira determina que bactérias são “recrutadas”, enquanto a especificidade funcional ao hospedeiro indica que as bactérias se juntam de acordo com as suas funções e não à sua taxonomia. Finalmente, fatores ambientais também mostraram ser importantes na composição do microbioma. Embora todos os fatores indicados mostrarem ter importância, pouco se sabe sobre o fator principal que determina a composição de microbioma no género Ulva. Assim, neste estudo, diferentes espécies de Ulva foram recolhidas ao longo da costa sul e sudoeste de Portugal em diferentes ambientes e identificadas através do gene de alongamento do cloroplasto (tufA), e os seus microbiomas associados foram analisados através da determinação do perfil do gene de ARNr 16S. Numa etapa mais avançada, os dados filogenéticos foram combinados com os dados metagenómicos para avaliar o nível de especificidade ao hospedeiro e/ou região. Foi dada atenção especial a abundâncias de grupos particulares de bactérias: taxa produtores de vitamina B12 (benéficos) e “ambivalentes” (potencialmente prejudiciais). Em conclusão, estes aspectos foram analisados de forma a perceber que lições podem ser tiradas para o cultivo futuro e uso de diferentes holobiontes Ulva. Seis espécies diferentes do género Ulva foram identificadas com sucesso com o uso do gene marcador tufA: U. rigida, U. compressa, U. californica/flexuosa, U. australis, Ulva sp.1, Ulva sp.2. A espécie não-indígena U. australis foi registada pela primeira vez em Portugal, assim como duas novas entidades. A suposição que U. californica e U. flexuosa formam um complexo (i.e. U. californica/flexuosa) foi verificada, e a distinção genética da U. rigida relativamente às suas parentes U. laetevirens e U. lacutca foi desenvolvida. Os microbiomas examinados neste estudo diferenciaram-se na sua composição e diversidade entre espécies Ulva e foram dominados maioritariamente pelas ordens Flavobactérias, Rhodobactérias, Caulobactérias, e Pirellulales. A última destas, já identificada como detentora de um conjunto de genes relacionados com resposta a stresses ambientais (i.e. Rhodopirellula), foi especialmente característica da U. compressa. Foi identificada especificidade ao hospedeiro clara e notável para U. rigida e U. compressa, respectivamente, com sinais de especificidade secundária à região a um nível intrahospedeiro, predominantemente para U. compressa. A possibilidade de determinar a composição do microbioma com base unicamente em processos estocásticos (lotaria) ou apenas em fatores ambientais pôde ser descartada. A única excepção foi o microbioma de U. californica/flexuosa de uma bacia artificial onde as condições ambientais distintivas aparentam ter tido um elevado impacto na composição e levaram a uma elevada abundância de bactérias benéficas (Flavobacteriales). Seguindo o raciocínio acima utilizado, as espécies U. compressa, U. rigida e U. californica/flexuosa foram propostas para ser de interesse especial para uso comercial. Com base numa elevada quantidade de Rhodopirellula e uma boa representação de Dinoroseobacter, U. compressa é assim recomendada para ser cultivada para consumo humano, conforme sugerido por estudos prévios. Devido à sua especificidade ao hospedeiro, a U. rigida poderá ser uma candidata apropriada para usos industriais para fornecer uma quantidade estável de compostos provenientes de bactérias específicas. A U. californica/ flexuosa poderá ser uma candidata adequada para a produção de vitamina B12 devido à possibilidade da sua capacidade de elevar a quantidade de Flavobactérias sob certas condições ambientais. No seu todo, estas descobertas têm importantes implicações pois a especificidade ao hospedeiro permite o uso de microbiomas como uma ferramenta de delimitação de espécies, traceamento de espécies não-indígenas (e. g. U. australis) e usos industriais para obter compostos específicos derivados de bactérias em Ulva cultivada.
- The effect of L-glutamine supplementation on the digestive physiology of Senegalese sole larvae, Solea senegalensis (Kaup, 1858)Publication . Viegas, Ana Rita Gomes; Modesto, Teresa; Ribeiro, Maria Laura BragaSenegalese sole (Solea senegalensis) is an altricial species, which undergo dramatic transformations before metamorphosing into juvenile. Therefore, larvae must capture and process exogenous food even though the digestive tract may not be fully developed. The inadequate digestion/absorption of exogenous nutrients resulting from late maturation of the enterocytes at the intestinal epithelium has hampered a successful juvenile production of this promising flatfish species. Glutamine is a conditionally essential FAA which is involved in immune function and intestinal health, and has been widely used in aquaculture. A 22-day feeding trial was conducted to evaluate the effect of dietary L-glutamine supplementation on the growth performance, survival, metamorphosis, and digestive physiology during the early life stage of Senegalese sole. Two experimental diets were established with different levels of L-glutamine enrichments – 0.0 g l-1 (CTL) and 0.5 g l-1 (GLN). Experimental treatments were randomly assigned to triplicate groups stocked at a density of 0.26 individuals cm-2, reduced to 0.14 individuals cm-2 at 19 DAH, in each tank. The results showed that growth performance and enterocyte height of fish fed L-glutaminesupplemented diet were significantly increased compared to the control group (p<0.05). Survival and metamorphosis were not significantly different between dietary groups (p>0.05). Significant improvements were observed on specific activity of pepsin-like and amylase from CTL group, whereas BB aminopeptidase was highlighted in GLN group (p<0.05). Total activity of pepsin-like, amylase and acid phosphatase from CTL group was greater (p<0.05) than GLN group, whereas BB aminopeptidase total activity and IMI assayed through this enzyme showed better results in GLN group. Specific and total activity of trypsin, aminopeptidase, and intestinal and BB alkaline phosphatase did not differ between groups. Also, acid phosphatase specific activity was not affected by dietary L-glutamine. In conclusion, dietary L-glutamine supplementation could improve the growth performance and enterocyte height at the intestinal epithelium of sole post-larvae. Further studies are needed to clarify the effect of L-glutamine supplementation on enzymatic activity.