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- Estudos pré-clínicos para o desenvolvimento de dermocosméticos de origem marinhaPublication . Pinho, Maria Inês Teixeira de; Simes, Dina; Viegas, Carla Alexandra São BentoA pele é o órgão mais extenso do corpo humano, atuando como barreira protetora e apresentando uma importantíssima função sensorial, imunológica, e de termorregulação. Atualmente, existe uma preocupação generalizada com a saúde da pele e, devido à crescente informação disponível sobre compostos de origem sintética, é cada vez maior o interesse e a procura de compostos alternativos, nomeadamente de origem natural, nas fórmulas dos dermocosméticos. O oceano tem-se tornado uma importante fonte de ingredientes bioativos. As atividades biológicas de organismos marinhos, tal como microalgas, macroalgas, bactérias e fungos marinhos têm sido alvo de estudo, nomeadamente metabolitos primários e secundários, tendo igualmente grande interesse algumas biomoléculas como proteínas, glúcidos e lípidos. Dentro das atividades biológicas com aplicação na área da dermocosmética a atividade de antienvelhecimento é a de maior interesse e será o foco nesta monografia. Assim, dos compostos bioativos de organismos marinhos com atividade de antienvelhecimento, distinguem-se as proteínas, aminoácidos, compostos fenólicos, polifenóis e florotaninos, assim como pigmentos fotossintéticos. No domínio dos produtos cosméticos, a Comissão Europeia estabeleceu a data de 11 de março de 2009 para a proibição de ensaios em animais, bem como da comercialização de produtos acabados cujos ingredientes tivessem sido ensaiados em animais. Atualmente, métodos alternativos à experimentação animal relativamente a toxicidade já se encontram validados e legislados. Os ensaios pré-clínicos necessários para a produção de dermocosméticos, são de corrosão, sensibilidade, absorção e fototoxicidade cutâneas, segundo métodos alternativos à experimentação animal. Estes ensaios, devem ser realizados em função das diretrizes da Organização para a Cooperação Económica e o Desenvolvimento (OCDE). Após a validação destes, é possível a sua transição para estudos clínicos e, por conseguinte, uma possível introdução do produto no mercado.
- Relação entre literacia financeira e planeamento de pensões em PortugalPublication . Oliveira, Miguel José Pádua de; Coelho, Luís; Peixinho, RúbenAs previsões demográficas e a sustentabilidade da Segurança Social em Portugal são dois fatores que colocam a população portuguesa questionar a capacidade do sistema nacional de pensões na garantia de pensões condignas no futuro. Esta dissertação aborda a relação entre a Literacia Financeira e o Planeamento de Pensões em Portugal reforçando a sua importância para o período pós-carreira. Os objetivos deste trabalho compreendem em identificar os níveis de Literacia Financeira, numa amostra com inquiridos de nacionalidade portuguesa e relacionar os níveis de Literacia Financeira apurados com a elaboração de um Planeamento de Pensões individual. A investigação empírica analisou as respostas fornecidas num inquérito com um conjunto de questões, de forma a avaliar os níveis de Literacia Financeira e a existência de um Planeamento de Pensões. Foi respeitada uma determinada metodologia previamente aplicada num conjunto de países nos quais, os respetivos autores, não só estudaram as variáveis de forma individual, mas também a qualidade da relação entre as mesmas. No domínio dos estudos sobre Literacia Financeira, realçando os seus benefícios, é destacado a importância da aquisição de competências financeiras, com a finalidade de encarar os cada vez mais complexos e diversificados produtos financeiros oferecidos, na tentativa de melhorar a qualidade de decisão do indivíduo. Desse modo, é salientado que bons níveis de Literacia Financeira não só melhoram a capacidade de efetuar um plano individual de reforma, mas também permitem aos consumidores adquirirem melhores produtos financeiros. Neste trabalho são identificados alguns grupos sociodemográficos com menores níveis de Literacia Financeira, tais como: o género feminino, indivíduos com menores habilitações literárias e com idade superior a 45 anos. Os resultados também sugerem uma relação positiva entre a Literacia Financeira e o Planeamento de Pensões em Portugal, contudo não foi possível caracterizar um determinado perfil, de quem melhor relaciona as duas vertentes. Foi concluído ainda, um conjunto de factos que relacionam positivamente a existência de Planeamento de Pensões, com a capacidade de poupança e na gestão de despesas correntes por parte dos inquiridos.
- Age, growth and reproductive biology of the tub gurnard (Chelidonichthys lucerna) in North-East PortugalPublication . Rodrigues, Juliana Cristina Ferreira; Erzini, Karim; Correia, Alberto TeodoricoChelidonichthys lucerna, ou cabra-cabaço como é vulgarmente conhecida em Portugal, é uma espécie piscícola marinha e demersal pertencente à família Triglidae. Os indivíduos pertencentes a esta família são vulgarmente denominados como ruivos. Nas águas do Atlântico Nordeste existem oito espécies identificadas, embora apenas seis sejam frequentemente comercializadas, sendo C. lucerna uma dessas espécies. Esta espécie tem uma distribuição geográfica bastante ampla, sendo que pode ser encontrada no Oceano Atlântico, à exceção das regiões arquipelágicas da Madeira e dos Açores, e ainda nos mares Mediterrâneo e Negro. Ocorre em águas pouco profundas, entre os 20 m e os 300 m, e com temperaturas compreendidas entre os 8ºC e os 24ºC. Durante a primavera e o verão, encontram-se em águas mais rasas, mas no inverno migram para águas ligeiramente mais profundas. Esta espécie tem características morfológicas e merísticas marcantes, em particular a coloração das suas barbatanas, que a permitem distinguir das restantes espécies congenéricas. Relativamente à alimentação, C. lucerna apresenta um comportamento oportunista, alimentando-se de diferentes tipos de presa ao longo do ciclo de vida. Enquanto os juvenis desta espécie preferem alimentar-se de crustáceos, os organismos adultos alimentam-se preferencialmente de outros peixes. No início da maturação sexual, os indivíduos maiores tendem a migrar para maiores profundidades, alterando o seu regime alimentar. A alimentação também sofre alterações, dependendo da estação do ano, sendo que preferem alimentar-se de peixes no inverno e de crustáceos no verão. Não existem, contudo, diferenças registadas entre a alimentação de machos e fêmeas. C. lucerna é uma espécie de crescimento rápido e de vida relativamente longa. Geralmente, as fêmeas são maiores e mais velhas que os machos, sendo comum a ausência de machos nas classes de idade mais avançadas. Relativamente à reprodução, é comum que os machos atinjam a maturidade sexual mais cedo e com menor tamanho, até porque estes apresentam um crescimento mais rápido. Vários estudos apontam para uma época de reprodução bastante extensa, podendo ocorrer ao longo de todo ano, embora com picos de intensidade em épocas particulares, dependendo da localização geográfica. Em termos de proporção sexual é frequente ser encontrado um maior número de fêmeas em relação aos machos na coluna de água. Quanto à pesca, uma grande parte das espécies da família Triglidae é rejeitada ainda no mar, uma vez que têm um valor comercial reduzido. No entanto, dentro das espécies desta família, C. lucerna é a mais abundante e a que apresenta um maior valor comercial. Embora esta espécie não seja uma espécie-alvo de várias pescarias, é frequentemente uma captura acessória em arrastos de portas. Para a realização deste estudo, um total de 244 indivíduos foram considerados: 180 indivíduos amostrados bimensalmente, entre junho de 2018 e maio de 2019, e capturados pela frota artesanal a operar ao largo de Matosinhos, Nordeste de Portugal, com recurso a redes de emalhar e de arrasto de vara; mais 64 indivíduos provenientes de uma campanha do IPMA que teve lugar durante os meses de janeiro e fevereiro de 2019, capturados através de redes de arrasto de portas. Os indivíduos foram medidos (comprimento total), pesados (inteiros e eviscerados) e os seus índices gonadossomático e hepatossomático foram obtidos. Foi feita a estimativa de idades dos animais por leitura dos anéis de crescimento anual dos otólitos sagittae. Fez-se inicialmente a identificação macroscópica do sexo e estadio de desenvolvimento gonadal dos indivíduos, posteriormente confirmado com recurso a cortes histológicos. O comprimento total das fêmeas e machos variou entre 12,3 – 46,2 cm e 13,3 – 30,3 cm, respetivamente. A relação peso-comprimento foi definida separadamente para ambos os sexos, indicando um crescimento alométrico positivo para as fêmeas (W = 6,39 e -6 L 3,13) e um crescimento isométrico para os machos (W = 8,89 e -6 L 3,02). Um total de 225 otólitos foram lidos com sucesso e as idades dos peixes variaram entre 0 e 8 anos, sendo que para as fêmeas as idades variaram entre 0 e 8 anos, e para os machos as idades variaram entre 0 e 4 anos. As bordas dos otólitos também foram analisadas e foi possível verificar uma maior percentagem de bordas opacas nos meses de maio, julho e setembro (primavera-verão), enquanto que uma maior percentagem de bordas translúcidas foi verificada nos meses de novembro, janeiro, fevereiro e março (outono-inverno), sugerindo uma deposição anual dos annuli. Durante as amostragens, o número de fêmeas foi sempre superior ao número de machos, apresentando uma proporção sexual de 1.00:0.31. Apenas foi possível encontrar indivíduos imaturos nos meses de maio, julho e setembro. A época de reprodução foi estimada com base numa combinação entre a análise dos valores dos índices gonadossomático e hepatossomático, assim como a identificação do grau de desenvolvimento das gónadas dos indivíduos. Na costa norte portuguesa, a reprodução ocorre preferencialmente entre os meses de novembro e março, com um pico em janeiro. Também foi possível observar um maior número de estômagos vazios durante a época de reprodução, sugerindo que os indivíduos suspendem a sua alimentação na época pré-reprodutiva. O fator de condição parece ser influenciado pela época de reprodução e variou entre 0,80 e 0,89 para maio e setembro, respetivamente. Os parâmetros da equação de crescimento de von Bertalanffy apresentaram diferenças significativas entre machos e fêmeas, sendo estimados como L∞ = 33,3 cm e k = 0,42 anos-1 para machos e L∞ = 54,1 cm e k = 0,14 anos-1 para fêmeas. Os valores do comprimento (e idade) de primeira maturação também apresentaram diferenças entre machos e fêmeas, sendo estes estimados como 18,3 cm (e 0,61 anos) e 20,3 cm (e 0,71 anos) para fêmeas e machos, respetivamente.
