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- Characterization of marine environments from the aspiring Geopark Algarvensis Loulé-Silves-AlbufeiraPublication . Pierożyńska, Aleksandra; Veiga-Pires, C.Os municípios de Loulé, Silves e Albufeira, em conjunto com a Universidade do Algarve, através do seu Centro de Investigação Marinha e Ambiental - CIMA, juntaram-se para trabalhar na candidatura do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira a Geoparque Mundial da UNESCO. Este projeto intermunicipal do Sul de Portugal surgiu na sequência da descoberta paleontológica do Metoposaurus algarvensis - um anfíbio gigante extinto que viveu há 227 milhões de anos (Ma). O Geoparque encontra-se ainda na sua fase inicial de desenvolvimento, mas a importância desta candidatura para o futuro do território é significativa não só para a conservação do seu património geológico mas igualmente para o desenvolvimento local. O aspirante Geoparque Algarvensis constitui um território com uma geodiversidade única, que permite revelar vários capítulos da história natural do planeta Terra, e da região do Algarve, que ficaram registados nas rochas das paisagens do Geoparque. O objetivo principal do presente trabalho consiste na caracterização dos paleoambientes marinhos das Eras Paleozóica e Mesozóica, que deram origem ao atual território do Geoparque Aspirante Algarvensis. Este projeto visa uma abordagem holística na educação, conservação, e desenvolvimento sustentável, através da valorização e promoção do património natural e cultural. A base desta investigação paleoambiental e paleobiológica reside na pesquisa, organização e síntese de dados, principalmente bibliográficos, para desenvolver cenários relativos às alterações ambientais marinhas que ocorreram ao longo do tempo geológico e que deram origem às rochas do Geoparque Algarvensis. Esta abordagem científica sintetiza um vasto conjunto de dados da paleontologia, paleoecologia, (paleo)biologia marinha e geologia, a fim de reconstruir a natureza dos habitats e ambientes que existiram no passado, a partir de todas as evidências recolhidas. Estas evidências baseiam-se nas características ambientais dos sedimentos que originaram as rochas encontradas no tetrritório do Geoparque Algarvensis, mas principalmente no conteúdo fossilífero, e na sua paleobiologia, paleoecologia, ocorrência, e diversidade. As rochas do Geoparque Algarvensis "contam" uma história notável, sobretudo marinha, que representa a evolução ambiental do sul de Portugal. A posição da charneira da região algarvia, e o seu património geológico das Eras Paleozóica e Mesozóica, permite vislumbrar mudanças paleoambientais importantes, que ocorreram nos últimos 360 Ma. A caracterização paleoambiental fornecida neste trabalho está dividida em três fases principais: Carbonífero Superior (Paleozóico – I.º Ciclo Wilson), representado pelo fecho do antigo Oceano Rheic e a formação do supercontinente Pangea); Triásico Superior e Jurássico (Mesozóico – II.° Ciclo Wilson), associado à fracturação do continente Pangea, que levou à abertura e evolução do Oceano Atlântico - uma parte notável das paisagens do território Algarvensis, o Barrocal. Todos estes paleoambientes contam uma história única de organismos, ou grupo de organismos, e dos seus habitats, registados na geologia do território do aspirante Algarvensis. O primeiro paleoambiente registado no território, e o único da Era Paleozóica (I.° Ciclo de Wilson), é representado pelo Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (BAFG). Estas fácies resultantes de sedimentação em águas profundas incorporam diversos fósseis de goniatites. As espécies refereidas na bibliografia pertencem principalmente a oito famílias da ordem Goniatitida: Cravenoceratidae, Girtyoceratidae, Dimorphoceratidae, Homoceratidae, Reticuloceratidae, Gastroceratidae, Ramositidae, e Neoglyphioceratidae. Este associação fóssil de uma única ordem indica ambientes bastante peculiares, de águas profundas, nas quais as goniatites podiam habitar a diferentes profundidades na coluna de água. Os vários morfotipos das suas conchas indicam numerosos nichos ecológicos, tornando-os num dos grupos faunísticos marinhos mais bem sucedido do final do Período Carbonífero. Esta história baseia-se principalmente na síntese autoecológica, uma vez que não se encontrou outro conjunto fóssil nas fácies do BAFG, e como se trata de grupos extintos, seriam necessário estudos mais detalhados. Por ser o único hotspot de nautiloides no mundo, o Mar de Banda (Sul da Indonésia) pode ser considerado como um ambiente atual equivalente ao da "história do Paraíso das goniatites”. Esta antiga história dos cefalópodes baseia-se sobretudo no conhecimento genérico dos taxa de amonóides planispirais, e não das goniatites em particular, devido ao número reduzido de publicações sobre a fauna amonóide do BAFG. Além disso, a maioria destas publicações são antigas e centram-se apenas na identificação, sistematização paleontológica, estratigrafia, e correlação, dentro da ordem Goniatitida. A futura investigação detalhada (principalmente sobre morfótipos de conchas) deste conjunto de fósseis, pode levar a uma melhor compreensão do paleoambiente paleozoico associado ao território do Algarvensis. No entanto, esta história não durou muito tempo. No final do Carbonífero Superior, as duas grandes massas terrestres colidiram, fechando assim o antigo Oceano Rheic, e criando um novo supercontinente – a Pangea. Esta fase tectónica representa o final do I.° Ciclo de Wilson, acabando com o “paraíso dos cefalópodes”, e fechando assim o primeiro capítulo marinho da história geológica do aspirante Geoparque Algarvensis. O segundo paleoambiente, e o primeiro dentro da Era Mesozóica (II.° Ciclo de Wilson), descrito no presente trabalho, está representado pela Formação do Grés de Silves do Triásico Superior. Esta formação inclui as camadas rochosas das recentes descobertas de várias jazidas fossilíferas com restos do anfíbio gigante - Metoposaurus algarvensis, que estão na origem do projeto do aspirante geoparque algarvensis Loulé-Silves- Albufeira. Além disso, foram também descobertos um crânio de fitossauro e pequenos ossos dérmicos de placodontes (que ainda estão por identificar), tornando a história geológica deste território ainda mais notável. Durante este período, também foi revelada uma história menos conhecida, a dos pequenos Conchostracea (Euestheria minuta, e Pseudoasmussia destombesi). Todo este registo geológico e fossilífero apontam para uma deposição sedimentar numa bacia de rifte, de ambiente de transição de francamente continental para costeiro, caracterizado por condições áridas, que levaram à existência de lagoas temporárias. Por fim ocorreu a deposição de evaporitos, na recém-formada plataforma carbonatada marinha de pouca profundidade do período Jurássico. A região de Afar (África Oriental) é um exemplo atual deste tipo ambiente de transição. Tal como a atividade da Província Magmática do Atlântico Central (CAMP) do final do Triásico, e a consequente fracturação da Pangea, que levou à abertura de um novo mar tropical e estreito (a Bacia do Algarve), a elevada atividade vulcânica nesta região da África Oriental levou à abertura do Mar Vermelho, que à escala geológica é ainda bastante recente. Esta atividade tectónica relacionada com o rifte, abriu o segundo capítulo totalmente marinho da história geológica do aspirante Geoparque Algarvensis. O terceiro paleoambiente (II.° Ciclo Wilson) do território geoparque algarvensis apresentado na presente dissertação, está associado ao desenvolvimento, durante o Jurássico, de uma plataforma carbonatada em águas pouco profundas da Bacia Algarvia, que evoluiu para um estreito mar tropical, com recifes altamente diversificados e abundantes, dominados por corais. Aqui, as bioconstruções complexas produziram um grande número de fósseis de invertebrados, de faunas marinhas semelhantes no atual (Cenozóico). Todos os grupos de invertebrados associados aos fósseis encontrados em fácies do Jurássico, ainda existem nos oceanos atuais. Estas diversas associações fossilíferas dos recifes do Jurássico, permitiram uma caracterização paleoambiental mais detalhada, das formações da Bacia do Algarve, permitindo a utilização da abordagem sinecológica. Em comparação com as fases geológicas anteriores, o período Jurássico conta uma história geológica singular baseada nas associações de fósseis e não num único grupo de fósseis. Estes antigos recifes dominados por corais já forneciam uma vasta gama de habitats marinhos para diversos grupos de invertebrados. Este cenário enquadra-se perfeitamente no equivalente atual da natureza do Mar Vermelho (também resultado de riftogénese), que suporta uma fauna abundante e diversificada de recife de corais tropicais. Finalmente, foi no Cretácico (o último período da Era Mesozóica) que se deu o fim da vasta história marinha dos paleoambientes registados na geodiversidade do aspirante Geoparque Algarvensis.
- Examining good practices in digital content marketing: a study on Portuguese hotel blogsPublication . Marques, Celso André de Jesus; Agapito, Dora; Sequeira, BernardeteEste estudo examina o uso do marketing de conteúdo digital por parte de hotéis portugueses nos seus blogues. São analisadas boas práticas que a literatura aponta que devem ser utilizadas em blogues para que estes sejam bem-sucedidos na relação com o utilizador. Estas boas práticas sustentam-se no uso de aspetos específicos que beneficiam a gestão do blogue. O estudo oferece uma visão do nível da adoção dessas boas práticas/aspetos por parte de 22 hotéis analisados. O estudo é motivado pela escassez de informação existente sobre hotelaria portuguesa e o uso que esta faz do marketing de conteúdo digital nos seus blogues. Foram encontrados estudos que evidenciam a importância do marketing de conteúdo digital e a sua estreita ligação aos blogues noutras áreas, mas verifica-se uma lacuna na investigação deste tópico aplicado à hotelaria. Desta forma, este estudo centra-se em analisar como o marketing de conteúdo digital é utilizado nos blogues de hotéis portugueses. Os dados foram recolhidos através de um website gerido pelo Turismo de Portugal, no qual foi possível extrair-se uma lista de hotéis de 4 e 5 estrelas. Desta forma, foram identificados 198 websites de hotéis de 5 estrelas e 795 websites de hotéis de 4 estrelas, de forma a registar todos os hotéis que incorporavam blogues nos seus sites. Após esta fase preliminar, foi reunida uma amostra de 22 hotéis com blogues, nos quais se analisou seis dos seus mais recentes artigos/posts. Para o efeito, foi realizada uma análise de conteúdo dos mesmos, com uma aplicação quantitativa. Foram reunidas e analisadas 11 categorias principais e em alguns casos subcategorias, nomeadamente 1) “conteúdo educativo” (webinars, infográficos e e-books), 2) “credibilidade” (nome do autor), 3) “utilidade” (viagens/férias, dicas, lugares a visitar, relacionado ao negócio), 4) “relevância” (categorias), 5) “consistência”, 6) “atual”, 7) “cativante” (podcasts, vídeos, áudio, animações e imagens), 8) “comentários”, 9) “dimensão do texto”, 10) “botões de partilha” e 11) “artigos sugeridos”. A análise permitiu verificar que existe uma escassez de hotéis de 4 e 5 estrelas em Portugal com blogue no seu website, de acordo com os critérios usados no presente estudo. Além disso, algumas das categorias analisadas, como “conteúdo educacional” e suas subcategorias, nomeadamente webinars, infográficos e e-books, não estão a ser utilizados pelos blogues dos hotéis analisados. Ademais, na categoria analisada onde se tenta perceber se o conteúdo é “cativante” (engaging), relativamente às suas subcategorias, nomeadamente podcasts, vídeos, áudio, animações e imagens, concluiu-se que esta última subcategoria (imagens) é a mais adotada pela grande maioria dos hotéis nos posts dos seus blogues. Verificou-se que dos 22 hotéis, 21 (95%) utilizam imagens nos seus blogues. O uso das outras subcategorias é quase residual. Embora a literatura aponte como importante exibir o nome do autor do post/artigo no final do mesmo como forma de dar mais credibilidade, apenas 4 blogues (18%) incluem esta característica. Relativamente à atenção dada ao grau de “utilidade” (value) dos posts para os utilizadores, verificou-se que apenas 2 dos blogues analisados (9%) fazem melhor uso desta característica de forma consistente. Cerca de 41% recorrem a esta boa prática mas não de forma consistente. Com respeito à característica que indica que o blogue deve dar a possibilidade ao utilizador de escolher entre diferentes categorias (relevância), verificou-se que apenas 7 hotéis (32%) fazem uso desta opção. Verificou-se também que é importante que os blogues façam uma partilha regular de posts/artigos. Nesta categoria foi verificada a sua consistência ao longo do tempo. Os resultados apontam que 7 blogues (32%) partilham posts de forma consistente. Analisou-se se os blogues partilham posts que sejam atuais e que estejam ligados a eventos recentes. Verificou-se que 16 blogues (73%) partilharam posts que aplicam esta boa prática de marketing de conteúdo digital. Relativamente à característica que se refere à possibilidade de os utilizadores deixarem comentários nos posts, constatou-se que apenas 2 blogues (9%) permitem que o utilizador deixe comentários, o que não é consistente com a ideia de interatividade esperada ao nível do marketing de conteúdos digitais aplicado aos blogues. Com respeito à dimensão do texto dos posts, a literatura enfatiza a recomendação de que estes devem ter um mínimo de extensão de 500 palavras. Nesta característica, “dimensão do texto”, verificou-se que apenas 2 blogues (9%) são consistentes em todos os posts analisados. Embora alguns blogues partilhem artigos que respeitam este número de palavras, estes não são consistentes em todos os posts analisados Analisou-se se os blogues dos hotéis incorporavam um botão (share button) diretamente nos posts que permitisse a que os utilizadores pudessem partilhar o post nas suas redes sociais. Aqui analisaram-se 3 redes sociais diferentes, nomeadamente Facebook, LinkedIn e Twitter, assim como a possibilidade de partilha via email. Constatou-se que 9 blogues (41%) permitem partilhar artigos diretamente no Facebook, seguido pelo Twitter, com 8 blogs (36%), LinkedIn com 6 blogs (27%) e e-mail com 5 blogs (23%). Os resultados indicam também se os blogues fazem a sugestão de leitura de outros posts relacionado no próprio post que o utilizador leia. Desta forma, observou-se que 16 blogues (73%) aplicam esta boa prática. Este estudo revelou que as boas práticas analisadas são importantes para que os hotéis possam otimizar os seus blogues a nível da estratégia de comunicação digital, por conseguinte, tornar a sua relação com os utilizadores mais próxima. Do que foi analisado, constata-se que nenhum blogue reúne todas as categorias e subcategorias examinadas. No entanto, existem pelo menos 2 hotéis que sobressaem em comparação com os demais, como aplicando o maior número de boas práticas de marketing de conteúdos digitais em blogues. De uma forma geral, a maioria dos blogues não segue as práticas recomendadas na literatura de forma consistente, não estando, dessa forma, a usufruir de todos os benefícios de uma estratégia de comunicação digital por via desta ferramenta. Este estudo contribui para a literatura de marketing de conteúdo digital com aplicação em blogues de hotéis. Preenche uma lacuna existente ao nível do conhecimento, investigando de forma exaustiva o uso do marketing de conteúdo digital no uso de blogues que geridos por hotéis de 4 e 5 estrelas em Portugal. A metodologia usada pode ser usada no futuro no âmbito de outras tipologias de alojamento. Além disso, esta investigação enfatiza para a importância do uso de blogues de forma consistente e estruturada. Recomendações de marketing são oferecidas com o foco na gestão de marketing de hotéis com recurso a blogues.