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- A comparative study of impacts and implications of climate change on tourism in IRAN and Portugal (A case study of Kish Island and Algarve Region)Publication . Pordanjani, Mahdi Rahimi; Correia, Antónia; Carmo, Manuel do; Rahimi, DariushNa atualidade, as preocupações com as alterações climáticas estão a crescer em grande escala, o que estimula a investigação relacionada a nível mundial, ainda mais por as mesmas terem implicações no setor do turismo. Pela revisão da literatura realizada, podemos deduzir que um dos tópicos a que os investigadores estão a dar especial atenção é o da relação entre as alterações climáticas e o sector do turismo. O interesse pelas interações entre o clima de determinado destino e o turismo aumentou, visivelmente, à escala global; no entanto, ainda há muita investigação empírica a fazer, sobretudo sobre a forma como os turistas reagem às condições meteorológicas com que se deparam e como o seu comportamento se poderá alterar de acordo com os possíveis cenários de, igualmente possíveis, alterações climáticas no futuro. Sendo o sector do turismo muito dependente das condições meteorológicas, a previsão de possíveis alterações climáticas será essencial para o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos a nível mundial, particularmente em regiões com elevada vulnerabilidade às alterações climáticas, ou seja, em regiões criticas. Entre os diferentes tipos de turismo, o turismo costeiro é o mais vulnerável às alterações climáticas devido às suas atividades ao ar livre, pois as mesmas só são possíveis de realizar sob determinadas condições climáticas. Tendo como um dos objetivos primordiais o contributo para a literatura relacionada com o clima, numa visão holística, escolhemos duas zonas com vulnerabilidades climáticas diferentes, em dois países diferentes, mas pouco estudada(o)s até ao momento. Para tal, nesta tese é feita uma investigação intercontinental, um estudo em Portugal e outro no Irão. Os estudos realizados nos referidos países, em ambos os casos com uma eminente vocação turística, fornecem indicadores sobre alguns, possíveis, impactos das alterações climáticas no sector do turismo em ambos os lados do mundo. Em ambas as regiões consideradas para estudo o turismo costeiro é um motor económico dominante, o que os torna ainda mais vulneráveis relativamente às alterações climáticas. Devido ao aquecimento global, os destinos, em geral, estão a lidar com diferentes tipos de impactos tais como: impactos causados por catástrofes naturais, por tempestades, por fenómenos climáticos extremos, pela erosão costeira, por movimentos de sedimentos, por ondas de calor severas e cada vez mais frequentes, pelo desmoronamento de falésias selvagens ou pelos incêndios florestais devastadores. Na ilha de Kish, para além destes fenómenos, as alterações climáticas provocaram também inundações, secas severas, escassez de água potável e consequente contaminação da mesma, por uma diminuição drástica dos caudais dos rios e por uma elevada redução do nível da água do mar Cáspio. Estas catástrofes naturais também estão muito presentes em Portugal. Os casos de estudo foram selecionados através de um processo de downscaling em que serão comparados dois pontos muito semelhantes, homogéneos ao nível das alterações climáticas e de dependência do turismo costeiro, a Ilha de Kish e a região do Algarve. Este trabalho pode classificar-se como uma investigação aplicada-descritiva, em que se utiliza uma abordagem positivista apoiada em métodos quantitativos. Nesta tese é utilizado um modelo analítico comparativo para estudar e investigar as semelhanças e diferenças entre dois estudos de caso. Com os resultados do estudo pretende-se contribuir cientificamente, de forma robusta e sustentada, no apoio às diferentes entidades do sector do turismo de forma a reduzir a vulnerabilidade das regiões e a melhorar os esforços de adaptação face à situação volátil. Após uma relevante revisão crítica da literatura foi efetuada uma avaliação exaustiva da vulnerabilidade e da adaptação do turismo às alterações climáticas, com base numa abordagem ascendente nacional, utilizando os cenários do IPCC (Painel Internacional sobre Alterações Climáticas) de forma a modelar e a prever possíveis alterações futuras em ambas as regiões consideradas nos estudos de caso. A literatura sobre o impacto das alterações climáticas foi utilizada para fazer um enquadramento para a comparação entre as duas regiões em estudo de caso, situadas nos extremos do globo, a fim de testar um modelo comparativo mais abrangente e de modo a avaliar os impactos das alterações climáticas no turismo costeiro. Nesse sentido, e recorrendo-se a dados climáticos secundários, foi utilizado o Índice Climático do Turismo (ICT), o mais utilizado para avaliar a adequação climática de um destino em atividades turísticas gerais, para investigar os impactos das alterações climáticas no turismo costeiro das duas regiões em estudo. Além do referido, foram utilizados programas informáticos, como por exemplo a calculadora TCI e o Minitab 19, bem como testes estatísticos específicos para dados climáticos, como por exemplo o teste de tendência de Man-Kendall, o teste de declive de Sen, além do modelo do programa Lars-WG6. Acrescente-se que os testes de tendência de Mann-Kendall e o teste de declive de Sen são ferramentas disponibilizadas pelo XLSTAT.xla, suplemento do Excel. Apesar das dificuldades encontradas na obtenção de dados secundários, tanto em Portugal como no Irão, conseguiram-se fazer avaliações fiáveis e desenhar cenários para 2050 e para 2100 confiáveis. Os resultados obtidos mostram que, apesar dos impactos das alterações climáticas em cadeia, a maioria dos turistas continuará a viajar para a região do Algarve e para a Ilha de Kish, mas não durante as épocas altas. No essencial, os turistas manterão a sua fidelidade às regiões, contudo poderão alterar de época, o que poderá ser um, possível, bom indicador pois poderá suavizar sazonalidades intrínsecas às referidas regiões. Por outro lado, a investigação também indicia que as alterações climáticas poderão influenciar a escolha do destino, mas em menor escala. Tal como referido anteriormente, estes resultados contribuem para identificar os impactos potencialmente positivos e negativos das alterações climáticas em ambas as regiões de estudo de caso, o que permitirá aos gestores de destinos e aos decisores políticos tomar decisões apropriadas, sustentadas e robustas, de modo a minimizar os impactos potencialmente negativos e de forma a aproveitar as potenciais oportunidades do futuro. Consequentemente, constatamos que existe uma janela de oportunidade para contribuir para a redução dos impactos mais nefastos das alterações climáticas no setor, mas que será uma oportunidade limitada no tempo, pois a degradação do planeta, em termos climáticos, não para: o mundo tem menos de uma década para mudar de rumo. As medidas a serem implementadas nos próximos anos, ou as que deixarem de ser implementadas, terão um enorme impacto no futuro do sector do turismo e no desenvolvimento de outras atividades humanas. O mundo precisa de mais recursos, sejam ao nível financeiro ou de capacidades tecnológicas, para atuar no imediato. Fundamentalmente, o que falta é um sentido de urgência, de solidariedade humana com os nossos e com os outros, em termos de futuro, ou seja, de um interesse/espirito coletivo. Este estudo recomenda que se faça mais investigação, em particular a outras regiões de outros países com as mesmas preocupações, e sejam desenvolvidos novos métodos de forma a explorar novos índices e métodos que permitam prever situações críticas futuras bem como aplicações das referidas novas tecnologias de forma a mitigar a política de alterações climáticas e a reduzir o risco acrescido dos efeitos das alterações climáticas. Os assuntos tecnológicos, os investigadores, os cientistas metrológicos e os participantes internacionais, leia-se organizações mundiais, têm por obrigação apoiar estes objetivos