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- The phytoplankton-zooplankton nexus and bioindicator value in reservoirs: a case study in meso-oligotrophic systems in NW PortugalPublication . Silva, Inês Mariana Meirinho da; Domingues, Rita; Castro, BrunoAssim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variação sazonal e espacial da comunidade fitoplanctónica em quatro albufeiras da região do Minho em Portugal (Andorinhas, Caniçada, Touvedo e Venda Nova), bem como o seu valor bioindicador, associando-o à comunidade de zooplâncton residente. Ao relacionar os dois níveis tróficos, esperamos obter mais informações sobre a saúde ambiental destes sistemas, cuja produtividade é limitada por baixos níveis de fósforo (que limita a produtividade primária) e cálcio (que limita a herbivoria de grandes crustáceos zooplanctónicos). As albufeiras escolhidas para este estudo estão sujeitas a distúrbios antropogénicos muito baixos (além de sua artificialidade), estando inseridas numa zona florestal. Além disso, são sistemas caracterizados por baixa mineralização da água, sendo considerados oligo-mesotróficos de acordo com a OCDE (1982). Em cada albufeira, foram escolhidos de dois a três pontos de amostragem ao longo da sua extensão. O período de amostragem foi realizado entre novembro de 2021 e julho de 2022, usando uma embarcação sem motor para aceder as áreas centrais das albufeiras. Foram medidos vários parâmetros físicos e químicos in situ, como temperatura, pH, condutividade, oxigénio dissolvido e transparência da água. Além disso, foram colhidas amostras de água para posterior análise laboratorial da biomassa fitoplanctónica (clorofila a), fósforo total, turbidez e sólidos suspensos. Para a comunidade de zooplâncton, as amostras foram recolhidas com uma rede de plâncton, e preservadas em álcool antes da identificação e enumeração dos organismos. As comunidades de fitoplâncton foram recolhidas na subsuperfície (amostra de água) e identificadas por meio de microscopia invertida. Diversos índices foram calculados para avaliar a diversidade e a composição de ambas as comunidades, complementados com técnicas de análise multivariável como Análise de Componentes Principais (PCA), Análise de Coordenadas Principais (PCoA) e Análise de Redundância Baseada em Distância (db-RDA) para relacionar os dados ambientais com as comunidades. As análises estatísticas foram realizadas no software R, e diversos pacotes estatísticos foram utilizados para a análise dos dados. Os resultados mostram que a qualidade da água nas albufeiras escolhidas foi considerada boa ao longo do estudo. A análise dos parâmetros físico-químicos e biológicos indicou flutuações sazonais e variações espaciais na qualidade da água. A profundidade das albufeiras mostrou ter influência na composição de ambas as comunidades, com reservatórios menos profundos a apresentar maior ressuspensão de nutrientes. Quer o zooplâncton quer o fitoplâncton responderam às mudanças ambientais sazonais, e ambos revelaram diferenças claras na composição das comunidades entre as albufeiras amostradas; em contraste, as diferenças espaciais intra-albufeira foram praticamente imperceptíveis. Regra geral, as diferenças nas comunidades zooplanctónicas revelaram uma associação mais forte aos gradientes ambientais (profundidade e produtividade) do que as comunidades fitoplanctónicas. As comunidades de zooplâncton nas albufeiras variam sazonalmente, com diferentes espécies predominantes em diferentes épocas do ano. O aumento da temperatura no verão pode favorecer zooplâncton menor, como Bosmina spp. e Ceriodaphnia sp., que não conseguem controlar efetivamente a biomassa do fitoplâncton, resultando em águas mais turvas. Além disso, a presença de peixes planctívoros pode ter tido um impacto significativo nas populações de zooplâncton, eliminando filtradores de grandes dimensões, como Daphnia spp., sendo a comunidade substituída por zooplanctontes de pequenas dimensões, como, por exemplo, Bosmina, com menos capacidade de regulação do fitoplâncton. Quanto ao fitoplâncton, a comunidade foi influenciada pelo nível de nutrientes e profundidade da albufeira. Diatomáceas foram predominantes em albufeiras menos profundas, enquanto Chlorococcales coloniais dominaram albufeiras mais profundas. A presença de dinoflagelados também foi observada, principalmente no verão em todas as albufeiras. No geral de ambas as comunidades, as albufeiras Caniçada e Venda Nova foram muito próximas, quase indistinguíveis, mas claramente separadas das Andorinhas (a albufeira mais pequena e menos profunda), enquanto Touvedo ocupava uma posição intermédia entre estes dois extremos, embora tendencialmente mais próximo das Andorinhas. Em conclusão, este estudo destaca a importância de considerar tanto o zooplâncton quanto o fitoplâncton como bioindicadores complementares para avaliar a saúde geral do ecossistema aquático. A análise integrada destas comunidades pode fornecer uma compreensão mais abrangente e representativa do estado real dos corpos de água e dos fatores ambientais que influenciam o seu desenvolvimento. Além disso, a monitorização do zooplâncton pode fornecer informações valiosas sobre o controle trófico no ecossistema e no controle da transparência da água. Com base nesses resultados, é recomendável a inclusão do zooplâncton como um dos indicadores biológicos na avaliação do status ecológico da água, a fim de melhorar os esforços de conservação e monitorização da qualidade da água.