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- Associação entre parâmetros do sono e funcionamento cognitivo em adultos idosos com e sem perturbação neurocognitiva ligeiraPublication . Fernandes, Nicola Teixeira; Reis, Alexandra Isabel Dias; Faísca, Luís MiguelAs alterações nos parâmetros do sono associadas ao envelhecimento e o seu possível impacto no declínio cognitivo e progressão para demência tornam cada vez mais pertinente uma melhor compreensão da relação entre a qualidade do sono e o funcionamento cognitivo na população idosa. O presente estudo procurou analisar a associação entre parâmetros objetivos e subjetivos da qualidade do sono e o desempenho cognitivo numa amostra comunitária de idosos, através de um estudo correlacional. Participaram 225 idosos (idade média de 68.4 ± 5.4 anos), 110 com provável Perturbação Neurocognitiva Ligeira (PNL) e 115 saudáveis, cujos parâmetros objetivos do sono foram registados utilizando um actígrafo e os subjetivos avaliados recorrendo a duas escalas de autorrelato (Pittsburgh Sleep Quality Index e Epworth Sleepiness Scale) e a um diário de sono. Os participantes também completaram uma bateria de testes neuropsicológicos para avaliação da memória, funcionamento executivo, atenção, raciocínio e perceção visuoespacial. Na análise de dados recorreu-se a regressões múltiplas, controlando os efeitos das caraterísticas sociodemográficas, estilo de vida e o funcionamento emocional. Os resultados mostraram inconsistências entre medidas objetivas e subjetivas do sono, com os participantes a relatarem mais problemas de sono do que os registados pela actigrafia. Os parâmetros objetivos do sono predizem o desempenho cognitivo em tarefas relacionadas com a atenção e memória de trabalho, funções executivas e memória visual, não parecendo ter um efeito significativo na memória verbal. Pelo contrário, os parâmetros subjetivos do sono permitiram explicar o desempenho dos participantes na maioria dos domínios cognitivos, mesmo após o controlo dos parâmetros objetivos. A relação entre os parâmetros de sono e o desempenho cognitivo foi mais forte nos participantes saudáveis do que nos participantes com provável PNL. São discutidas algumas implicações para a investigação neuropsicológica do envelhecimento e para a intervenção neuropsicológica e do sono.