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- Avaliação, educação e comunicação do risco sísmico no contexto das escolas do AlgarvePublication . Estêvão, João M. C.; Ferreira, Mónica; Sá, Luis Fazendeiro; Oliveira, Carlos SousaTem sido observado, um pouco por todo o mundo, que as populações não têm consciência do risco sísmico dos edifícios onde habitam, e que possuem espectativas irrealistas sobre o comportamento dessas construções. A perceção generalizada é que as habitações irão ficar intactas após um sismo moderado ou destruidor, desde que estas tenham sido corretamente projetadas e construídas, de acordo com as normas vigentes. Contudo, os edifícios somente são projetados para garantir a salvaguarda da vida humana, e não para a salvaguarda do património em si, podendo até não ser economicamente viável a sua reparação. Além disso, um sismo moderado poderá causar danos moderados ou severos, principalmente a nível não-estrutural, afetando assim o funcionamento das instalações por tempo indeterminado. Por outro lado, é importante promover a educação e informação das populações para contribuir para o aumento da resiliência das sociedades a estes fenómenos. Neste contexto, foi desenvolvida uma plataforma informática no âmbito do projeto de investigação PERSISTAH (Projetos de Escolas Resilientes aos SISmos no Território do Algarve e de Huelva), que possibilita a realização de avaliações de segurança sísmica dos edifícios das escolas do primeiro ciclo do ensino básico existentes no Algarve, recorrendo a modernas técnicas de análise estrutural. Usando esta ferramenta, é possível verificar qual o grau de dano provável de um edifício de uma escola, quer seja para um qualquer cenário de ocorrência de um sismo, ou simplesmente no contexto da verificação dos níveis de segurança estabelecidos nas normas NP EN 1998-1:2010 e NP EN 1998-3:2017. Estão a ser criados documentos direcionados para técnicos da área da construção, para aprendizagem das referidas metodologias, assim como relativas ao uso de técnicas de reabilitação sísmica. Em paralelo, também foram desenvolvidos instrumentos para aumentar a resiliência sísmica da população estudantil, designadamente o Projeto Educativo “Porquê que o chão se move?”, com atividades e material pedagógico para a educação e comunicação do risco sísmico, e o “Guia Prático da Escola Resiliente aos Sismos”, que também visam a implementação de medidas de redução do risco sísmico não-estrutural.
- Avaliação, mitigação e comunicação do risco sísmico: ensinamentos do projeto PERSISTAHPublication . Estêvão, João M. C.; Amaral Ferreira, Mónica; Sá, Luis; Oliveira, Carlos SousaTêm sido evidentes os efeitos dos sismos em países como Itália ou o México, onde ocorreram colapsos de edifícios escolares que provocaram vítimas mortais, os quais foram construídos, quer com estrutura de betão armado, quer em alvenaria tradicional. Algumas dessas escolas tinham sido objeto de intervenções de reabilitação, mas sem ter em conta a segurança sísmica. Em Portugal, também existem muitas escolas que foram sujeitas a intervenções visando melhorar as suas características térmicas, e tentando criar espaços mais modernos e funcionais, contudo sem existirem quaisquer preocupações em relação à segurança sísmica. Provavelmente, a recente legislação sobre reabilitação publicada em Portugal em 2019, que estabelece o Eurocódigo 8 (EC8) como sendo a base dos estudos de vulnerabilidade sísmica, irá lentamente começar a mudar as atitudes dos promotores imobiliários e dos técnicos ligados à construção civil, em relação ao risco sísmico. O projeto PERSISTAH, desenvolvido ao abrigo do programa INTERREG España-Portugal, foi pioneiro em Portugal na aplicação das metodologias de avaliação sísmica previstas no EC8, designadamente a um conjunto alargado de escolas do 1º ciclo do ensino básico existentes no Algarve. Para que fosse possível atingir esse ambicioso objetivo, foi desenvolvido um programa informático que permite avaliar o nível de segurança sísmica de uma escola para dois tipos de ação sísmica: a ação regulamentar estipulada no EC8 e a ação resultante de um determinado cenário de ocorrência de um sismo. Com este tipo de ferramenta informática, é possível hierarquizar as necessidades de reforço sísmico dos edifícios das escolas. A sua utilização permitiu verificar que as antigas escolas do Algarve, construídas em alvenaria de pedra, não satisfazem os níveis de segurança atualmente exigidos, o que é especialmente preocupante atendendo ao elevado número de crianças que ainda estudam nesse tipo de edifícios. Foi neste contexto que foi realizado o reforço sísmico de uma escola no Algarve, que se pretende que funcione como estudo-piloto, cujos ensinamentos serão incluídos num manual destinado a apoiar os profissionais que trabalham na região, em virtude deste novo desafio para o setor da construção civil do Algarve. No entanto, também é importante que as populações entendam que mesmo que um edifício cumpra os requisitos de segurança sísmica estipulados num regulamento, as estruturas não são concebidas para resistir aos sismos sem danos, podendo até mesmo ser economicamente inviável a sua reparação após um sismo muito intenso. Uma estrutura bem projetada somente tem como objetivo garantir a salvaguarda da vida humana. Neste contexto, a comunicação do risco sísmico é de grande importância para o aumento da resiliência sísmica das comunidades, sendo que a população estudantil constitui um alvo muito importante. Por esse motivo, foram criados textos de apoio aos professores e alunos, de modo a facilitar a assimilação de conceitos e de medidas de autoproteção, designadamente relacionadas com os elementos não-estruturais, que poderão ficar seriamente danificados mesmo em edifícios corretamente projetados, podendo causar ferimentos ou mesmo a perda de vidas e funções de um edifício. O projeto PERSISTAH permitiu perceber quais as reais dificuldades associadas à avaliação, mitigação e comunicação do risco sísmico, cujos ensinamentos são descritos no presente trabalho.
- Risco sísmico nas escolas do 1º ciclo do Algarve e Huelva: avaliação, reabilitação, educação e comunicação do riscoPublication . Estêvão, João M. C.; Amaral Ferreira, Mónica; Morales-Esteban, Antonio; Fazendeiro-Sá, Luis; Oliveira, C. S.As escolas com a sua elevada concentração de pessoas num espaço confinado e com relativo pequeno rácio de adultos por criança tornam-se locais bastante vulneráveis aos sismos, merecendo por isso uma maior atenção e estudos relacionados com estes eventos. A avaliação da segurança sísmica de escolas é de grande importância para a sociedade, atendendo às graves consequências de um eventual colapso deste tipo de edifícios, ou mesmo meramente em resultado de danos não estruturais. Neste contexto, o projeto PERSISTAH tem como principais objetivos a avaliação da segurança sísmica das escolas do 1º ciclo do ensino básico existentes nas regiões do Algarve (Portugal) e de Huelva (Espanha), e o estudo de medidas de reabilitação sísmica das tipologias existentes nestas regiões, bem como criar ferramentas de educação e comunicação de risco para crianças e professores. Foi desenvolvido um programa informático que possibilita a avaliação do estado de dano provável em consequência de uma determinada ação sísmica, recorrendo aos métodos de análise não linear que estão preconizados no Eurocódigo 8. Também estão a ser estudadas possíveis soluções de reforço sísmico para as tipologias que apresentam pior desempenho sísmico, em virtude das características de vulnerabilidade e níveis de ação sísmica para o local de implantação (contemplando a possível amplificação das vibrações associadas a efeitos de sítio).