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OS EFEITOS INDIRECTOS DO INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO SPILLOVERS: O CASO PORTUGUÊS
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Os efeitos indirectos do investimento directo estrangeiro: os casos de Portugal, República Checa e Hungria
Publication . Santos, Rogério Guerra; Medeira, Lisete; Fontoura, Maria Paula
O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) tem desempenhado um papel da maior
importância no desenvolvimento do mundo económico moderno. Tanto a dimensão
teórica como a análise empírica do IDE têm sido objecto de um notável número de
estudos e muitos economistas de renome internacional têm contribuído com os seus
melhores esforços para a compreensão das suas complexidades.
Duas questões principais são tradicionalmente levantadas quando se pensa em
investimento estrangeiro: (I) Quais são as motivações que levam um empresário a
investir e produzir fora das suas fronteiras naturais? e (II) Quais são as consequências
de tal decisão?
Estas questões definem os dois principais campos de investigação na área do
investimento directo estrangeiro: Determinantes e Efeitos.
O primeiro, provavelmente por razões de simples cronologia, beneficiou da atenção
de grande número de académicos que produziram um quadro teórico bastante sólido
e amplo trabalho econométrico com resultados robustos. O mesmo não pode ser dito,
na generalidade, acerca do segundo. Em particular no caso dos efeitos indirectos,
tema desta investigação, apesar do vasto número de trabalhos já produzido, não só o
esforço teórico é insuficiente para responder a questões hoje consideradas fulcrais,
como os resultados encontrados são menos que consensuais.
Este trabalho pretende investigar a existência de efeitos indirectos (spillovers) do
IDE na década de 90 em três economias de acolhimento: Portugal, República Checa
e Hungria. A escolha destas economias resulta de três aspectos: por um lado, a sua
dimensão ser semelhante; por outro, as tranformações económicas e sociais que
tiveram lugar nos dois países da Europa Central; e, ainda, por outro, do grau de
maturidade do investimento directo estrangeiro (IDE) se encontrar em diferentes
estágios de desenvolvimento nas economias em apreço. Deverá ser, assim, possível
avaliar se aquele factor é relevante para a natureza dos efeitos estudados. Outro
objectivo subjacente à escolha de mais de um país é obter resultados que possam ser
comparados com bases estatísticas de características idênticas e a mesma
metodologia. Este último aspecto tem por enquanto sido escassamente explorado na literatura, o que dificulta ou inviabiliza mesmo em alguns casos, a comparação dos
resultados obtidos nos diversos estudos.
O trabalho foi estruturado em três partes.
A primeira contém a Introdução e uma análise estatística do IDE, com o objectivo de
estabelecer as condições de base para o seguimento do estudo.
Na segunda e principal parte introduz-se algumas considerações teóricas sobre o
conceito de efeitos indirectos e elabora-se acerca das características específicas deste
tipo de efeitos. Segue-se uma abordagem econométrica onde se avalia a existência
dos efeitos indirectos na produtividade das empresas nacionais, uma vez controlado o
efeito da presença de empresas multinacionais na economia de acolhimento e de
outros factores condicionantes da produtividade daquelas empresas e ainda o
diferencial tecnológico entre os dois tipos de empresas. Avalia-se ainda a existência
de efeitos indirectos mas agora através de uma premissa diferente, a de que um
aumento na presença de empresas multinacionais, medido pela quota do factor
trabalho que emprega, deverá provocar no capital humano uma subida do salário
médio do sector de actividade; procura-se ainda avaliar que tipo de empresas
contribui para esta subida do salário médio, se as nacionais se as estrangeiras,
Finalmente, uma terceira abordagem ao problema da existência de efeitos indirectos
analisa e mede o grau de convergência entre as produtividades parcial e total das
empresas nacionais e multinacionais.
Na terceira parte procura-se, essencialmente, encontrar explicações para os
resultados obtidos, nomeadamente a sua relação com o IDE e com as características
específicas do país de acolhimento, como o grau de maturidade (efeito tempo), a
dimensão do IDE, o diferencial tecnológico e a capacidade de absorção. Propõe-se
ainda, nesta terceira parte, a aplicação de uma matriz do tipo McKinsey-Shell para
posicionar os quatro grandes vectores condicionantes da existência de spillovers em
cada país e para sugerir algumas prescrições estratégicas. Encerra-se o trabalho com
uma sugestão de regras práticas para análise do potencial de cada país para spillovers
e com algumas conclusões gerais.
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Contributors
Funders
Funding agency
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Funding programme
PRAXIS XXI
Funding Award Number
PRAXIS XXI/BD/9311/96