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Abstract(s)
Neste novo livro, António
Manuel Venda situa os acontecimentos
numa edilidade
na serra, nunca nomeada.
Sabendo nós que o autor
é de Monchique, podemos
deduzir que pode ter sido
a sua fonte de inspiração,
mas deste modo torna-se
mais ambíguo, mais universal,
e pode-se aplicar a
muitas outras terras por
esse país fora. O mesmo se
passa com os nomes: exceto
a bruxa (Maria Cadela) e os
diabos (Diabo e Diaba), ninguém
ali tem nome próprio,
mas são todos conhecidos
pela profissão que exercem:
o especialista, o funcionário,
o vereador, o guarda, etc.
O título diz-nos que se
trata de um livro de contos,
mas, na verdade, os dez casos
ali narrados mais parecem
capítulos de uma novela,
pois entreligam-se entre
si, não só pelas personagens
que se repetem de história
para história (o presidente
da câmara, protagonista
ou personagem secundária,
aparece quase sempre),
como pelas referências que
são feitas e que remetem de
uns para outros. Por exemplo,
no último conto, «Com
a cruz às costas», quando o
presidente matuta no aproveitamento
político que se
pode fazer de um aparente
milagre, discorre, ao mesmo
tempo: «O milagre tinha
mesmo pegado. Não tinha
sido como o dos diospiros,
que estava rapidamente a
cair no esquecimento», remetendo
o leitor para a história
das «Duas nuvens furiosas
em pleno Verão».