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Authors
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Abstract(s)
Gostei muito deste livro de
Maria de Fátima Santos (que já
recebera uma menção honrosa
no Prémio Literário João Gaspar
Simões). É daqueles livros que lemos
e não sabemos se é prosa ou
poesia, de tão bonito que é. Bonito…
talvez não seja este o adjetivo
que se esperaria para classificar
o conteúdo literário de um
livro, mas é o que não me sai da
cabeça. Não é que a história seja
bonitinha ou as personagens
exaltem em beleza. Não é isso.
Nem quer dizer que não haja
violência, mortes, traições. Que
as há. Mas existe nele um tom,
uma musicalidade, uma calma
(ajudada por uma pontuação
onde a exclamação está ausente)
que dão harmonia a um conjunto
de vozes que se vão fazendo
ouvir através de um narrador
peculiar.
Mas já lá vamos. Vou primeiro
apresentar a autora, que para alguns
pode ser menos conhecida.
Maria de Fátima Marques
Correia Santos nasceu em Lagos,
em 1948, e aposentou-se como
professora de Física e Química.
Talvez tenha sido essa condição
que lhe tem dado tempo – e
predisposição – para escrever e
pintar. Tem publicado poemas e
contos, quer no seu blogue, quer
em livro (foi também vencedora
de um dos cinco prémios Novos
Talentos FNAC Literatura 2012).
Quanto ao que desenha e pinta
(a que chama «o gosto pelo traço
desenhado e pelas tintas»), pode
ser visto num dos seus blogues,
Intimarte (http://intimarte.blogspot.
pt/). Só mais um abraço é o
seu primeiro romance. Mas não
parece nada, pois não padece de
maleita de principiante, que procura
mostrar tudo quanto sabe.
Antes pelo contrário: é uma escrita
muito contida, onde as
emoções, os sentimentos e as
ações ficam-se pela esfera do
não-dito e do subentendido.