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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
The current work investigates the main depositional events that occurred on the continental
shelf adjacent to the Guadiana River mouth (northern Gulf of Cadis, southwestern Iberian
Peninsula) during the late Pleistocene and the Holocene, and relates them with main forcing
mechanisms, namely climate change, mean sea-level rise and the impact of human activities
in the region. An integrated approach based on several palaeoindicators was conducted in four
sediment cores collected on the shelf, including sedimentological (sediment grain-size, sand
fraction composition and morphoscopy of quartz grains) and micropalaeontological (benthic
foraminifera) data, integrated into a temporal framework obtained from AMS (Accelerated
Mass Spectometry) radiocarbon (14C) datings. One of these cores was located on the inner
shelf and the other three on the mid-shelf mud body. Data analysis and integration allowed to
recognize the specific evolution of the depositional patterns in each one of these shelf
domains and to interpret the evolution of the mud body. Moreover, the higher resolution of
the muddy deposits enabled to reconstruct with greater detail the history of the region.
During the phase of fast sea-level rise that marked the late Pleistocene and the beginning of
the Holocene, both shelf domains revealed a transgressive trend, with the rise in sea level
constituting the main controlling factor of the type and amount of sediments that reached the
shelf, and also of the main benthic foraminiferal species that colonized the middle shelf
environment. As the mean sea level approached its present-day position around mid-
Holocene, the climatic mechanisms became preponderant in determining the evolution of the
depositional and ecological patterns across the shelf until ca. 2,500 years ago. Profound
changes were observed during the last ca. 2,500-1,500 years, with higher amounts of
sediments, mostly fine-grained, starting to reach the shelf and the onset of a clear
modification on the benthic foraminifera of the mud body. The Roman and Islamic
occupation of southern Iberia seemed to have been the main cause behind these changes, as
they led to intensive land-use activities that enhanced soil erosion along the Guadiana Basin.
Since then, and until modern times, the depositional record of the shelf and of the mud body,
in particular, showed that the coupled-action of the anthropogenic impact with the more
recent climate variations, these largely modulated by the North Atlantic Oscillation (NAO),
has been the main forcing agent for the environmental changes occurring in the study area.
O presente trabalho investiga os principais eventos deposicionais ocorridos na plataforma continental adjacente ao Rio Guadiana (norte do Golfo de Cádis, Sudoeste da Península Ibérica) durante o final do Pleistocénico e o Holocénico, e sua relação com os mecanismos forçadores, nomeadamente as variações climáticas, a subida do nível médio do mar e o impacte das ações antrópicas na região. Recorreu-se a uma abordagem integrada de vários indicadores em quatro testemunhos verticais de sedimentos (cores) recolhidos na plataforma, incluindo dados sedimentológicos (textura sedimentar, componentes da fração areia e morfoscopia do quartzo) e micropaleontológicos (foraminíferos bentónicos), integrados numa malha temporal construída com base em datações radiocarbono. Destes testemunhos, um localizou-se no ambiente da plataforma interna e os restantes no ambiente do corpo lodoso do Guadiana, a várias profundidades da plataforma média. A análise e integração dos dados permitiram reconhecer a evolução específica dos padrões deposicionais em cada um dos ambientes e fazer uma interpretação evolutiva do próprio corpo lodoso, cuja maior resolução temporal possibilitou, por sua vez, reconstruir mais detalhadamente a história evolutiva da região. Durante a fase mais acelerada da transgressão marinha pós-glaciar que caracterizou o final do Pleistocénico e o início do Holocénico, ambos os ambientes revelaram sequências com tendência transgressiva. A subida do nível do mar constituiu o principal fator condicionante do tipo e quantidade de sedimentos fornecidos à plataforma, bem como das espécies de foraminíferos colonizadoras desses sedimentos. Com o nível do mar a aproximarse do atual por volta do Holocénico médio, os fatores climáticos revelaram-se preponderantes na evolução dos padrões depocicionais e ecológicos. Foram registadas profundas alterações durante os últimos cerca de 2,500-1,500 anos, com maiores quantidades de finos a serem fornecidos à plataforma e uma mudança clara nas faunas de foraminíferos do corpo lodoso. As ocupações Romana e Islâmica do sul da Península Ibérica terão tido grande importância no desenvolvimento destas alterações, provocando profundos impactes na paisagem e nas taxas de erosão ao longo da Bacia do Guadiana. Desde então, e até próximo da atualidade, o registo da plataforma e do corpo lodoso revelaram terem sido os impactos antrópicos aliados às oscilações mais recentes do clima, em grande parte modeladas pela Oscilação do Atlântico Norte (NAO), os principais agentes modeladores de toda a região em estudo.
O presente trabalho investiga os principais eventos deposicionais ocorridos na plataforma continental adjacente ao Rio Guadiana (norte do Golfo de Cádis, Sudoeste da Península Ibérica) durante o final do Pleistocénico e o Holocénico, e sua relação com os mecanismos forçadores, nomeadamente as variações climáticas, a subida do nível médio do mar e o impacte das ações antrópicas na região. Recorreu-se a uma abordagem integrada de vários indicadores em quatro testemunhos verticais de sedimentos (cores) recolhidos na plataforma, incluindo dados sedimentológicos (textura sedimentar, componentes da fração areia e morfoscopia do quartzo) e micropaleontológicos (foraminíferos bentónicos), integrados numa malha temporal construída com base em datações radiocarbono. Destes testemunhos, um localizou-se no ambiente da plataforma interna e os restantes no ambiente do corpo lodoso do Guadiana, a várias profundidades da plataforma média. A análise e integração dos dados permitiram reconhecer a evolução específica dos padrões deposicionais em cada um dos ambientes e fazer uma interpretação evolutiva do próprio corpo lodoso, cuja maior resolução temporal possibilitou, por sua vez, reconstruir mais detalhadamente a história evolutiva da região. Durante a fase mais acelerada da transgressão marinha pós-glaciar que caracterizou o final do Pleistocénico e o início do Holocénico, ambos os ambientes revelaram sequências com tendência transgressiva. A subida do nível do mar constituiu o principal fator condicionante do tipo e quantidade de sedimentos fornecidos à plataforma, bem como das espécies de foraminíferos colonizadoras desses sedimentos. Com o nível do mar a aproximarse do atual por volta do Holocénico médio, os fatores climáticos revelaram-se preponderantes na evolução dos padrões depocicionais e ecológicos. Foram registadas profundas alterações durante os últimos cerca de 2,500-1,500 anos, com maiores quantidades de finos a serem fornecidos à plataforma e uma mudança clara nas faunas de foraminíferos do corpo lodoso. As ocupações Romana e Islâmica do sul da Península Ibérica terão tido grande importância no desenvolvimento destas alterações, provocando profundos impactes na paisagem e nas taxas de erosão ao longo da Bacia do Guadiana. Desde então, e até próximo da atualidade, o registo da plataforma e do corpo lodoso revelaram terem sido os impactos antrópicos aliados às oscilações mais recentes do clima, em grande parte modeladas pela Oscilação do Atlântico Norte (NAO), os principais agentes modeladores de toda a região em estudo.
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Keywords
Paleoambiente Período holocénico Período plistocénico Variações climáticas Sedimentos Foraminíferos bentónicos