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Abstract(s)
Proponho-me, neste artigo, seguir a recomendação de Wolfgang Mieder, de que os múltiplos usos dos contos de fadas “têm que ser documentados e interpretados no que respeita à sua função e significado” (Tradition and Innovation in Folk Literature, 1987, p. 4), e explorar os diversos modos como a publicidade que utiliza contos de fadas transmite significados. Em primeiro lugar, proponho que os textos e imagens publicitárias são equiparáveis, como expressão de creatividade e imaginação, a formas de arte mais “convencionais” como a poesia, a prosa ficcional, o teatro ou o cinema, e devem, por conseguinte, ser “lidas” da mesma maneira. Após alguns breves comentários sobre o corpus publicitário que constitui a base da discussão, o estudo considera alguns aspectos gerais da publicidade. No passo seguinte estabelecem-se paralelos entre os contos de fadas e a publicidade em geral, especialmente como ambos os géneros jogam com os desejos (e os medos). Finalmente, através de uma série de análises detalhadas de anúncios da imprensa e da televisão que deliberadamente fazem uso de personagens, intrigas, linguagem e imagens dos contos de fadas, exploro o mecanismo de persuasão dos publicitários para convencer os potenciais compradores de que um fim feliz é possível, de que os sonhos podem tornar-se reais.