Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
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Browsing Faculdade de Ciências Humanas e Sociais by advisor "Anica, Aurízia"
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- A emigração clandestina do sotavento do Algarve para Marrocos durante o Estado NovoPublication . Dias, Maria do Livramento; Anica, AuríziaCom este trabalho pretendo dar mais um contributo para um melhor conhecimento da sociedade algarvia, durante o período do Estado Novo, através de um dos aspectos que melhor a caracterizam: a emigração clandestina. Claro que é um tema que se afigura complexo e por vezes contraditório, sem que haja elementos precisos de ordem estatística. Talvez este obstáculo tivesse constituído também um incentivo à realização deste trabalho com o qual se pretende contribuir para o estudo desta questão social que se tem revelado um fenómeno cíclico e constante na nossa História. A migração associada ao contrabando existe na zona fronteiriça desde os tempos mais longínquos, originando um elo de articulação de indivíduos e comunidades como factor da sua sobrevivência. O mesmo fenómeno está presente na zona do Sotavento do Algarve, na época contemporânea, por razões determinantes de natureza social e económica. Esta realidade presente na memória das gentes desta região levou-me a analisar um conjunto de processos-crime de 1933 até 1974, período do Estado Novo, das Comarcas de Vila Real de Santo António, Tavira, Olhão e Faro, cujos arguidos desempenham vários papéis sociais: uns são «emigrantes clandestinos» que saíram para vários países do Mediterrâneo, com predominância para Espanha, para Marrocos e para Gibraltar, por falta de condições de trabalho, empregando-se aí em actividades laborais que já praticavam na sua zona ou região onde viviam, isto é, em trabalhos agrícolas, na pesca e em vários ofícios, ligados à construção civil e à indústria de conservas e similares; outros são «angariadores» que praticavam o crime de aliciamento à emigração clandestina e outros ainda eram «engajadores», que aliciavam e transportavam emigrantes clandestinamente. A análise deste fenómeno exige uma contextualização política, económica e social, a identificação da origem e destino da emigração clandestina, e a interligação com outros aspectos da mesma índole, como o contrabando e a fronteira. As migrações continuam a ser um dos factores chave do processo de mudança e evolução social, razão porque a sua abordagem nos conduz a fascinantes percursos de pesquisa social e antropológica.
- Mutações no espaço rural: estudo de caso - freguesia do AzinhalPublication . Pedro, Maria José Lopes Antunes; Anica, AuríziaO tema desenvolvido na presente dissertação circunscreve-se ao processo de desruralização, tomando como exemplo a freguesia do Azinhal, pertencente ao concelho de Castro Marim. Esta freguesia rural situa-se no Algarve Oriental, na área de influência do rio Guadiana. No mundo mediterrânico repetem-se traços e características inerentes a uma cultura e sociedade que ao longo dos tempos tem estado ligada a uma economia rural, cuja riqueza é a terra e as suas gentes. Actualmente assistimos ao esvaziamento destas áreas que não resistiram às pressões demográficas e socioeconómicas. A análise que desenvolvi incidiu sobre as mutações desse espaço, procurando identificar as dinâmicas que nele emergem e, a partir daí, reflectir sobre o futuro desses territórios, pela sua reprodução social, cultural e económica, pelo (re)equacionar das diferentes variáveis com influência no desenvolvimento rural. Procurei identificar as dinâmicas aí existentes, numa área classificada como deprimida (onde se revelam maiores debilidades ao nível socioeconómico e demográfico). Num tempo de mudança, novas configurações económicas e sociais estão e serão encontradas, utilizando forças endógenas e exógenas. Neste contexto, a memória colectiva transpõe para o presente um conjunto de referências importantes para a construção e reconstrução da identidade cultural e da sua reprodução social. Deste modo, aliei os métodos histórico e antropológico procurando uma “reconstrução” de lugares, das vivências que perduram na memória dos mais velhos, situando-os e articulando-os no tempo histórico. Com a globalização da sociedade perdem-se identidades e referências. As políticas agrícolas, encontrando-se inseridas numa economia de mercado, não têm invertido a tendência para o abandono das terras. A revitalização destas áreas passa por propostas em que a agricultura está arredada. No espaço rural que é cada vez menos agrícola, emergem novas formas. A multifuncionalidade, novas relações entre rural /urbano, surgem como respostas. Localmente vive-se a tradição e a mudança.