Browsing by Author "Homem, Danielle Pereira Pinto"
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- Risco psicossocial e fatores de resiliência em adolescentes sob tutela do sistema socioeducativo do Distrito Federal (Brasil)Publication . Homem, Danielle Pereira Pinto; Lemos, IdaNo Brasil, o internamento socioeducativo de adolescentes é uma medida excecional (Brasil, 1990). Contudo, segundo dados do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal, em 30/03/2020, 1832 adolescentes estavam vinculados a medidas socioeducativas em Meio Aberto, 110 à medida de Semiliberdade e 749 à medida de Internamento. O conhecimento científico específico sustenta que é desejável que essas medidas sejam aplicadas considerando a estreita relação existente entre o desenvolvimento do adolescente e seus sistemas de apoio socioemocional (fatores protetores e promotores da resiliência). O presente estudo analisou fatores de risco psicossocial, indicadores de psicopatologia e recursos de resiliência em 58 adolescentes brasileiros em situação de internamento provisório. Foram aplicados três instrumentos: Questionário de caracterização de risco psicossocial, Inventário de Sintomas Psicopatológicos e o California Healthy Kids Resilience Assessment Module. Os resultados demonstraram que os adolescentes da amostra apresentaram Índice de Sintomas Positivos acima do normativo (ISP = 1.85), remetendo para um estado de sofrimento psicológico. Entretanto, não houve diferenças significativas no valor do Índice Geral de Sintomas dos grupos internado e não internado (U = 226.500; p > .05). Ainda, foi evidenciado que quanto maior foi a perceção de resiliência, menor foi o índice de sintoma psicopatológico. Também ficou demonstrado que a presença de fatores de risco colaborou para o comportamento transgressor nestes adolescentes e que os recursos de resiliência tenderam a influenciar em 50% a sensação de bem-estar neles. Concluiu-se que a prevenção da infracionalidade implica obrigatoriamente a intervenção psicossocial nos contextos de risco social e o desenvolvimento de programas que tenham como finalidade fortalecer as competências emocionais e cognitivas dos adolescentes. Por fim, sinalizamos que é indispensável que o Brasil promova uma mudança socioestrutural, em que a sociedade assuma, de facto, a proteção das crianças e dos adolescentes, respeitando a sua condição de pessoa em desenvolvimento.