Browsing by Author "Raja, Mussa Iussufo Muhamad"
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- A geoarqueologia da jazida da idade da pedra superior de Txina-Txina, Massingir, MoçambiquePublication . Raja, Mussa Iussufo Muhamad; Bicho, Nuno Gonçalo Viana Pereira Ferreira; Achimo, MussaAs alterações paleoambientais ocorridas durante o Último Máximo Glacial com mais destaque na África Austral terão favorecido um conjunto de mudanças bioculturais e por conseguinte ocupações de espaços. É neste sentido que o presente trabalho, sob perspectiva geoarqueológica, apresenta os resultados de um estudo sobre as alterações paleoambientais e formação do sítio arqueológico de Txina-Txina, Massingir, Moçambique durante a Idade da Pedra Superior. Estudos anteriores e de caráter regional sustentam a hipótese de que Moçambique é um corredor biocultural, por ser um país que se localiza entre duas regiões onde foram descobertos restos fósseis dos humanos anatomicamente modernos associados à um conjunto de materiais artefatuais. Para testar a hipótese supra mencionada, o trabalho centrou a atenção em uso de indicadores sedimentológicos, geoquímicos e arqueológicos, para compreender a história do processo de formação do sítio de Txina-Txina. Este estudo contribui ainda para o aumento do conhecimento sobre as alterações paleoambientais ocorridas nesta área e os seus impactos sobre a evolução do comportamento dos humanos anatomicamente modernos. Concluiu-se, através das análises dos indicadores geoarqueológicos, que o sítio de Txina-Txina, apresenta depósitos fluviais na sua base que foram cobertos principalmente por depósitos coluviais (intercalados por alguns depósitos fluviais) que contêm horizontes arqueológicos datados desde há ca. de 32 000 anos. Assim, verificou-se que este sítio foi ocupado tanto em períodos quentes e húmidos como em frios e secos.As evidências arqueológicas mostram que os humanos anatomicamente modernos que habitaram Txina-Txina se adaptaram a esses ambientes explorando os ecossistemas terrestres e fluviais, evidenciando, assim, resiliência às alterações paleoambientais.
- Os processos de formação do registo arqueológico de Vale Boi: uma abordagem geoarqueológicaPublication . Raja, Mussa Iussufo Muhamad; Bicho, Nuno Gonçalo Viana Pereira Ferreira; Moura, DelmindaOs resultados de pesquisas arqueológicas sobre o sítio de Vale Boi demonstraram ocupação humana nessa área durante o Paleolítico Médio e Superior, Mesolítico e Neolítico. Porém, estão em aberta algumas questões sobre o seu processo de formação como espaço de depósito de registo arqueológico e posterior preservação. Esta lacuna levou à necessidade do estabelecimento do objeto de estudo do presente trabalho, o qual incidiu sobre os processos de formação do registo arqueológico de Vale Boi. O estudo baseou-se na análise de sedimentos e material arqueológico recolhidos nas área 2 (Terraço) e 4 (Abrigo 2) do sítio em estudo. Foram particularmente importantes os métodos de Peneiração para sedimentos grosseiros e Difração à Laser para sedimentos finos, e análise geoquímica de sedimentos e reexaminação de resultados da análise do material arqueológico por via da revisão da literatura. Através desses métodos foi possível observar que o sítio arqueológico teve ocupações contínuas pelas comunidades pré-históricas e o registo arqueológico manteve-se sempre íntegro, preservado in situ até à sua descoberta. Também foi possível identificar fatores naturais e culturais que contribuiram para a formação da jazida arqueológica. Essa conclusão insere-se na perspetiva teórica, o designado refugo primário, dado que os vestígios arqueológicos foram preservados no local onde foram produzidos e abandonados pelas comunidades pretéritas que os utilizaram. No entanto, os sedimentos analisados mostram que estes são autótones, foram produzidos localmente através do desgaste lento da rocha pré-existente, o calcário. Esta assumpção é justificada pela notável presença de sedimentos com textura fina e Cálcio (Ca) em todas as camadas arqueológicas amostradas. Contudo, os horizontes com material arqueológico correspondente ao Neolítico, Mesolítico, Epipaleolítico, Solutrenses e Gravetenses revelaram que não houve perturbação pós-deposicional.