Browsing by Author "Sobral, Tiago Filipe Vilela"
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- O julgamento moral e a tríade negra de personalidadePublication . Sobral, Tiago Filipe Vilela; Martins, Ana Teresa; Faísca, LuísEstudos recentes sobre o julgamento moral referem que uma decisão utilitária é uma resposta racional dada no sentido de maximizar o bem-estar do maior número de pessoas, ainda que isso possa implicar o sacrifício de uma pessoa inocente. Pelo contrário, uma decisão não-utilitária é considerada uma decisão emocional e empática, em que o sacrifício de alguém não é aceite ainda que tenha como finalidade atingir o bem maior para uma maioria. Esta distinção entre respostas utilitárias e não utilitárias evidencia o papel que as emoções desempenham na decisão moral. Deste modo, um contexto emocional (por exemplo, quando somos expostos a uma situação de stresse) pode ser um fator com impacto decisivo no julgamento moral. Embora indivíduos sob stresse realizem menos julgamentos utilitários comparativamente a indivíduos com níveis de stresse reduzido, algumas evidências parecem indicar que a personalidade (normal e patológica) tem um processamento emocional distinto que pode influenciar o julgamento moral. Neste contexto, fomos avaliar um grupo de participantes da denominada Tríade Negra da personalidade com traços maquiavelistas (n = 12) e narcisistas (n = 10), e um grupo de 18 sujeitos saudáveis, distribuídos aleatoriamente por duas condições experimentais (condição stresse vs. condição controlo). Solicitou-se a estes participantes que completassem uma tarefa de julgamento moral que envolvia dilemas hipotéticos, tendo-se registado dados fisiológicos (batimento cardíaco) e de autorrelato (níveis de ansiedade). De um modo geral, os participantes da Tríade Negra tomaram mais decisões utilitárias do que os participantes saudáveis. No entanto, sob stresse, os participantes maquiavélicos apresentaram uma decisão mais emocional face a dilemas mais aversivos. Pelo contrário, os participantes narcísicos mantiveram um padrão utilitário (frio e calculista) independentemente de estarem expostos ou não a stresse, o que sugere que sujeitos com uma estrutura narcísica parecem mais impermeáveis às alterações emocionais, revelando respostas mais racionais e menos empáticas.
- Marketing interno e Burnout: a aplicação do modelo exigências-recursos laboraisPublication . Sobral, Tiago Filipe Vilela; Santos, JoanaO valor indispensável do capital humano nas empresas é largamente reconhecido como forma de se manterem competitivas, no entanto, condições de trabalho precárias estão associadas a níveis de burnout e reduzida produtividade, enquanto boas condições e trabalhadores envolvidos contribuem para o oposto. De acordo com o modelo das exigências-recursos laborais (JD-R), os ambientes organizacionais podem ser caracterizados em exigências e recursos laborais, desenvolvendo dois processos dinâmicos que contribuem para a deterioração de saúde ou para a um processo de motivação com consequências para a produtividade. Um maior foco interno que prioriza os trabalhadores permite motivá-los e aumentar a sua satisfação contribuindo para a concretização dos objetivos organizacionais. Neste contexto, surgem os programas de marketing interno, ainda assim, a literatura defende que na ausência da cultura apropriada, uma Orientação para o Mercado Interno (OMI), estes não serão efetivos. Deste modo, o objetivo do estudo foi investigar a relação entre o burnout e a OMI, para tal, testou-se o contributo das exigências e recursos laborais no desenvolvimento de uma orientação interna e no bem-estar dos trabalhadores e, consequentemente, no nível de produtividade percebida através de um questionário online a 369 trabalhadores, entre os 18 e os 69 anos, sendo 65.9% do género feminino. Os resultados confirmam os pressupostos defendidos pelo modelo JD-R, à exceção do contributo positivo das exigências tecnológicas. Foi observado o papel mediador do burnout entre as exigências emocionais e tecnológicas e a produtividade percebida, enquanto a OMI medeia a relação entre o feedback de desempenho e a perceção da produtividade. Estas conclusões demonstram que o feedback construtivo pode ajudar a um desempenho mais efetivo através da melhoria da comunicação interna, fator que foi um consequente positivo da aceleração tecnológica vivenciada e cujas exigências terão sido atenuadas pela interação entre os recursos pessoais e organizacionais.
