Browsing by Issue Date, starting with "2016-06-07"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Razões para viver como fator protetor da ideação suicida em jovens-adultosPublication . Madeira, Ana Rita Salvé-Rainha; Brás, MartaO comportamento suicida é, nos dias de hoje, um problema de saúde pública que tem vindo a preocupar profissionais de saúde e entidades de diversas áreas. Para uma correta intervenção e prevenção deste fenómeno é imprescindível uma adequada compreensão de todos os processos envolvidos no comportamento suicida. Deste modo, existe uma grande necessidade em desenvolver estudos sobre a temática, nomeadamente, estudos que abordem a relação entre fatores de risco e de proteção, de maneira a haver uma maior acessibilidade em prevenir e intervir neste tipo de comportamento. O presente trabalho é composto por dois estudos. O primeiro estudo pretende analisar as características psicométricas do Reasons for Living Inventory for Young Adults – II (RFL-YA-II) com recurso a uma amostra de 936 jovens-adultos (Midade = 21.77; DP = 2.88) da população portuguesa. Para além do RFL-YA-II, os participantes responderam a um questionário sociodemográfico, ao questionário de ideação suicida (SIQ), ao inventário de depressão de Beck-II (BDI-II), à escala de desesperança de Beck (BHS) e à Escala de afetos positivos e negativos (PANAS). Os resultados da análise fatorial exploratória permitem replicar o modelo original de 4 fatores do RFL-YA-II e os da análise fatorial confirmatória obtêm índices de ajustamento bastante satisfatórios. Em relação à fiabilidade e validade convergente, discriminante e concorrente, estes resultados vão ao encontro do estudo original do RFL-YA-II e permitem considerá-lo um instrumento viável e fidedigno para o estudo dos fatores protetores do comportamento suicida em jovens-adultos portugueses. Quanto ao segundo estudo, o principal objetivo consistiu em analisar os fatores preditores de risco (sintomatologia depressiva e desesperança) e protetores (razões para viver) da ideação suicida e verificar se existe mediação por parte das razões para viver na relação entre os fatores de risco e a ideação suicida. Neste estudo foi utilizada a mesma amostra (N = 936) e os mesmos instrumentos, exceto ao PANAS, que no estudo 1. Os principais resultados deste estudo revelam que os indivíduos com história de comportamentos autolesivos (N = 145) e tentativas de suicídio (N = 36) possuem maiores índices de ideação suicida, sintomatologia depressiva e desesperança e menores níveis de razões para viver do que a amostra total (N = 936). Além disso, verifica-se uma relação negativa entre os fatores de risco e ideação suicida com as razões para viver. São identificadas diferenças significativas entre género, mais precisamente, com o sexo feminino a pontuar níveis mais elevados de razões para viver do que o sexo masculino. O contributo dos fatores de risco na ideação suicida é garantido, explicando 53% da variação. Quanto às relações de mediação, os resultados sugerem que as razões para viver podem mediar parcialmente a relação entre a desesperança e a ideação suicida, quer na amostra total como no grupo de sujeitos com história de comportamentos autolesivos. Na relação entre sintomatologia depressiva e ideação suicida, as razões para viver podem mediar parcialmente essa relação, na amostra de indivíduos que efetuaram comportamentos autolesivos. Com este estudo conclui-se que as razões para viver possuem um papel importante, como fator protetor, na relação entre sintomatologia depressiva e desesperança com a ideação suicida.
- Adaptação da Florida Affect Battery à população portuguesaPublication . Nascimento, Vanessa Vinagre; Reis, Alexandra; Faísca, LuísApesar do esforço observado nos últimos anos na adaptação de instrumentos neuropsicológicos para a população portuguesa, a utilização de instrumentos não aferidos é uma realidade na prática clínica. O objetivo deste estudo foi traduzir e adaptar para Português a Florida Affect Battery (FAB), uma bateria composta por dez subtestes que avalia duas componentes da cognição social: o reconhecimento de emoções através de expressões faciais e através do tom de voz (prosódia). A bateria foi aplicada a uma amostra de 250 adultos saudáveis de nacionalidade portuguesa, com idades compreendidas entre os 18 e 64 anos. Os resultados mostram que, apesar da amostra saudável alcançar altos níveis de acerto nos diferentes subtestes, a FAB demonstra reduzida consistência interna em mais de metade das provas. De igual modo, os resultados da FAB não se correlacionam com uma medida de empatia utilizada para testar a validade de constructo da mesma. A variável idade revelou correlações negativas com as pontuações na FAB sugerindo um declínio de magnitude moderada no reconhecimento de emoções à medida que a idade aumenta. Uma vantagem sistemática dos participantes mais escolarizados nos diferentes subtestes indica que o desempenho na FAB parece ser sensível aos efeitos da escolaridade. Não se observaram efeitos sistemáticos do sexo. As diferenças observadas entre grupos justificaram a apresentação de dados normativos para o desempenho nos diferentes subtestes da bateria. Será necessário mais investigação para determinar a validade da adaptação da FAB à população portuguesa.