Browsing by Issue Date, starting with "2016-10-04"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Pensamentos intrusivos desagradáveis: frequência, avaliação e estratégias para os controlarPublication . Costa, Daniela Alexandra Jesus; Jiménez-Ros, Antonia MaríaA partir do estudo e dos modelos cognitivo-comportamentais da perturbação obsessivo-compulsiva, têm sido desenvolvidas teorias sobre a prevalência dos pensamentos intrusivos na população não-clínica e da sua importância no desenvolvimento e manutenção da POC (Rachman, 2014; Rachman e de Silva, 1978). Destes modelos, postulou-se a possibilidade da existência de um contínuo entre normalidade-patologia (Clark & Inozu, 2014). Esta questão tem sido alargada ao estudo de outras perturbações mentais, que assumem a possibilidade de continuidade entre pensamentos intrusivos “normais” e pensamentos intrusivos “patológicos”. Como é o caso da perturbação dismórfica corporal (Veale, 2001), das perturbações alimentares (Williamson, White, York-Crowe & Stewart 2004) e da perturbação de ansiedade em relação à saúde (Abramowitz, Olatunji, e Deacon, 2007). O objetivo principal desta investigação foi explorar e descrever os pensamentos intrusivos de carácter obsessivo, dismórfico, alimentar e de ansiedade na saúde, na população não clínica portuguesa, assim como a forma como estes indivíduos avaliam estas intrusões e as estratégias que utilizam para as controlar. Participaram nesta investigação 312 indivíduos da população não clínica com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. A maioria dos participantes (69.7%) eram mulheres. Após a obtenção do consentimento informado, os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e ao Questionário de Pensamentos Intrusivos Desagradáveis (QUPIDES), Os resultados principais mostraram que a maioria (94,6%) dos participantes reconheceu ter experimentado alguma vez na vida intrusões dos quatro tipos de conteúdos avaliados. O pensamento foi a forma de manifestação mais frequente dos quatro conteúdos de intrusões. Os conteúdos de intrusões mais frequentemente experimentados e considerados mais incómodos foram os obsessivos. As intrusões relacionadas com a saúde provocaram mais medo do que as restantes. Quanto ao humor, as intrusões obsessivas foram as que provocaram menos tristeza e as dismórficas as que provocaram mais. As intrusões obsessivas causaram uma maior interferência no pensamento do que os outros conteúdos e as alimentares menos. Na comparação dos quatro conteúdos, na realização de avaliações disfuncionais e utilização de estratégias de controlo, as intrusões obsessivas foram as avaliadas como mais disfuncionais e nas que foram utilizadas mais estratégias de controlo. Pelo contrário as intrusões alimentares foram as avaliadas como menos disfuncionais e foram empregues menos estratégias de controlo.
- Bodybuilders: a construção do corpo enquanto objeto artísticoPublication . Alvarez, Rafael Rodrigo Vieira; Vasques, Eugénia; Branco, AntónioBODYBUILDERS, incide na análise e reflexão em torno de um conjunto de obras e criadores cujo discurso e prática autoral se foca no corpo enquanto matéria, forma e objecto, através da sua espectacularização/especulação. A auto-representação do corpo e a construção de identidade(s)/subjectividade(s) e do lugar do outro, surgem como problemáticas centrais desta investigação, Falamos de artistas e obras que vivem de imagens construídas, coladas, esculpidas, materializadas, subtraídas, travestidas e inscritas no corpo – o corpo do artista/criador/autor, ele mesmo, corporalizadas na primeira pessoa do singular. O corpo funciona aqui como canvas, como folha em branco, palco vazio, cenário e protótipo. A investigação de cariz, transversal e interdisciplinar, parte da análise de diferentes práticas e discursos artísticos que exploram, traduzem, desconstroem, problematizam ou questionam este corpo enquanto matéria, ferramenta, media, objecto, display ou linguagem. A apropriação e o jogo de palavras implícito no título - bodybuilders, surge-nos como a metáfora que atravessa toda a reflexão, para pensar e debater um corpo, que é simultaneamente construção, conceito, objecto e representação, problematizando um mundo pós-moderno de paradoxos e paradigmas. Reflecte-se de igual modo, sobre as implicações que tais alterações de paradigmas, inferem nas práticas artísticas contemporâneas, no espaço social e nas políticas corporais, dando relevância as suas dimensões éticas, políticas e estéticas. Os corpos que ocupam os palcos que aqui se investigam, são devedores das heranças da filosofia de Foucault e de Arendt (entre outros), e estão, sob influência dos contributos da teoria crítica feminista, dos estudos de género, dos cultural studies e do pós-colonialismo. O corpo destes bodybuilders é um corpo utópico mas real, e é nesse sentido que se conduz esta reflexão, procurando entender e problematizar o lugar de interpelação do real a que a criação artística convida, numa mediação constante dos nossos modos de ver o outro e a nós mesmos. O corpo que aqui se convoca, é um corpo ready-made, de espelhos e vontades de representação/transformação do mundo. É um corpo de alteridades, pluralidades e liberdades.