Browsing by Issue Date, starting with "2023-02-15"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Neural gain of human-animal interaction in cognitionPublication . Ferreira, Daiana Karen; Inácio, Filomena Café; Correia, JoãoA história humana está maravilhosamente entrelaçada com a dos animais. Ao longo de milhões de anos, até aos dias atuais, humanos e animais estabeleceram uma forte ligação. Atualmente, os cães são o animal de estimação mais comum nas casas, vivendo como membros da família para muitos. A proximidade e as experiências partilhadas rapidamente trouxeram novos temas com valor antropológico e científico, nos quais se incluem questões como o vínculo humano-animal e as interações humano-animal (IHA). Na última década, diferentes estudos focaram-se nos benefícios da IHA no bem-estar humano e a literatura comumente descreve-os a nível social, cognitivo, emocional e fisiológico. A inclusão de tais benefícios na melhoria da qualidade de vida e/ou independência de pessoas com patologias neurológicas tem ganho especial relevância, nomeadamente através das intervenções assistidas por animais. Os poucos estudos comportamentais e de neuroimagem que procuram investigar o impacto das IHA na cognição têm demonstrado resultados esparsos e pouco conclusivos. Contudo, potenciais marcadores da IHA têm sido estudados através de outros métodos, como através da análise de alterações químicas na saliva (por exemplo, hormonas e neurotransmissores). Estes estudos apontam para o papel central da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) no benefício obtido pelas IHA. Por outro lado, alguns estudos têm demonstrado também a influência do eixo HPA na cognição, mais especificamente, na sua influência sobre as funções executivas como o controlo inibitório. No presente estudo procuramos explorar a influência da IHA na cognição, tendo por base o facto desta interação ter impacto no eixo HPA, e este, por sua vez, influenciar o desempenho cognitivo. Assim sendo, neste estudo com recurso ao EEG, foi utilizada uma tarefa de controlo inibitório (go-nogo) para investigar as possíveis diferenças da IHA a nível comportamental e de ativação neuronal. Dois grupos de participantes realizaram a tarefa com a presença de um cão amigável (grupo experimental, N = 15) ou sem o mesmo (grupo controlo, N = 13). Para a tarefa go-nogo foi estabelecida uma relação de 80/20% e um intervalo entre trials fixo de 500 ms, com uma exibição máxima de 1000 ms (ou até a resposta) do estímulo. Este design permite avaliar melhor o sinal neuronal do controlo inibitório, incluindo a resposta cerebral antecipatória relacionada com as projeções dos gânglios da base-tálamo-corticais. Foram realizados três blocos de 250 trials, precedidos por estados de repouso (com os olhos fechados) e um estado de repouso final. Os múltiplos blocos permitiram investigar possíveis mudanças ao longo do tempo em ambos os grupos. Os estados de repouso permitiram registar uma medida de EEG independente da tarefa. O tempo de reação e a precisão durante as condições go e nogo constituíram as medidas comportamentais. Por fim, os ERPs obtidos da tarefa go-nogo (CNV, N2 e P3) e a potência de oscilação cerebral (Alfa e Beta) obtidos nos estados de repouso e no período de baseline constituíram as medidas neuronais. Foi estabelecido como hipótese que os participantes que interagem com o cão, enquanto participam na tarefa go-nogo, obteriam resultados comportamentais aprimorados (ou seja, tempos de reação mais curtos e maior precisão) e alteração nas respostas neuronais que podem estar ligadas ao controlo inibitório. Os resultados comportamentais parecem sugerir um leve aumento do desempenho do grupo experimental em relação ao grupo de controlo durante a tarefa, embora pareça não ser específico para o controlo inibitório uma vez que os principais resultados se relacionem com a condição go. Contudo, a análise das médias dos resultados comportamentais globais e por bloco não diferem de forma significativa entre os grupos. Um olhar mais atento sobre essas variáveis entre os blocos mostra uma melhoria significativa no tempo de reação (go) apenas no grupo experimental. Ao contrário, a precisão na condição nogo piorou de forma significativa em ambos os grupos. Para além disso, foi encontrada uma interação significativa com efeito moderado entre o grupo e o bloco na acuidade durante a condição go, onde se observou um aumento de desempenho no grupo experimental e o efeito invertido no grupo de controlo. Relativamente aos dados neuronais, foram encontradas diferenças significativas nos componentes do ERP. O potencial P3 apresentou menor amplitude para o grupo experimental (em relação ao grupo de controlo) em ambas as condições. Por outro lado, não foram encontradas diferenças no componente N2. Os dados neuronais mostram maiores diferenças entre os grupos no componente CNV. Diferenças significativas foram encontradas neste componente, onde se verifica uma maior negatividade e inclinação no grupo experimental. Além disso, o componente CNV foi gradualmente perdido pelo grupo de controlo ao longo dos blocos, enquanto o grupo experimental mostrou a progressão inversa, com aumento da negatividade do CNV. Estes resultados parecem ser não específicos para a tarefa de controlo inibitório, uma vez que a interação surge em ambas condições e começa durante o período de preparação para os estímulos (quando o participante ainda desconhece se é um estímulo go ou nogo). Quanto às oscilações cerebrais, não foram encontradas diferenças nas ondas Beta durante o estado de repouso. Contrariamente, níveis significativamente mais altos de ondas Alfa surgem no grupo de controlo durante os três estados de repouso. Não se encontraram diferenças nas oscilações durante o período de baseline. Embora os resultados comportamentais não tenham diferido de forma global, os dados do EEG parecem indicar que o grupo experimental e o de controlo realizaram a tarefa de maneira diferente. O efeito da IHA na cognição parece assim não estar relacionado com o controlo inibitório em si, mas talvez com outras variáveis com implicação mais global na cognição. Por outras palavras, parece influenciar fatores como a capacidade de se manter atento e/ou motivado ou reduzir a fadiga cognitiva, podendo influenciar a forma como a tarefa é realizada, com impacto em alguns resultados comportamentais. Esta investigação pode contribuir com uma nova visão na influência da IHA para a cognição, pois sugere que, embora ambos os grupos alcancem resultados semelhantes a nível comportamental, o processamento é diferente, pois há evidência de um processo neuronal diferente na presença do cão. Isto reforça a relevância do presente estudo e abre novos horizontes para compreender os possíveis benefícios da IHA na cognição.
- Desenvolvimento e implementação de um projeto luminotécnico de um sistema de iluminação públicaPublication . Farinha, David Bruno Caldeira; Gomes, JoãoA Iluminação Pública (IP) está diretamente ligada ao conforto das pessoas e à segurança nas vias públicas. Os principais objetivos são a visibilidade do trajeto a percorrer, a prevenção de criminalidade e a iluminação de monumentos, permitindo o seu embelezamento e destaque noturno. A finalidade deste projeto é o estudo, desenvolvimento e análise da viabilidade técnico económica de três sistemas de iluminação pública. O primeiro passa pelo recurso à iluminação LED, solução implementada hoje em praticamente todas as ruas do país. A segunda passa por uma solução mais virada para um sistema autónomo, híbrido, capaz de funcionar durante muito tempo desligado da rede, permitindo a poupança do consumo de energia elétrica. O terceiro e último é um sistema completamente independente, capaz de funcionar sem nenhuma energia recebida da rede elétrica, apostando no solar fotovoltaico como fonte de energia primária. Em Portugal, a IP é responsável por 3% do consumo energético. No entanto, tem-se verificado nos últimos anos uma tendência de aumento da rede de IP (cerca de 4 a 5% por ano), o que implica um conjunto de medidas direcionadas ao aumento da eficiência energética no parque de IP. Este elevado consumo de energia, na iluminação pública, faz com que esta seja uma parte bastante significativa das despesas dos produtores. Por outro lado, também tem havido uma preocupação em reduzir as emissões de dióxido de carbono. Deste modo, nos últimos anos tem-se procurado implementar medidas que levem a uma maior eficiência energética, sendo isto possível com a utilização de novas tecnologias de iluminação, como luminárias LED e/ou sistemas de controlo, gestão de IP e geração de energia através de fontes solares fotovoltaicas. Os resultados obtidos no estudo das soluções propostas mostram que o melhor cenário é o convencional recurso à iluminação LED. Este sistema apresenta um custo de implementação e manutenção mais reduzido que os restantes. Os dois sistemas de armazenamento de energia apresentam custos de implementação mais elevados. A vida útil da bateria é um dos custos mais consideráveis do sistema. Tratando-se de sistemas para servir o bem-estar da população, não apresentam retorno de investimento. O estudo comparativo dos investimentos a 14 anos demonstram que a diferença da solução convencional LED para as restantes ascende os 30000€.
- Patient information leaflets of drugs used in cardiometabolic disorders: Suitability for use by older personsPublication . Espírito-Santo, Margarida; Pinto, Ezequiel; Estêvão, M. Dulce; Nascimento, TâniaIn the European Union, all medicines must include appropriate labelling and the respective patient information leaflet (PIL), which is the most reachable source of medicine’s information for patients. This document includes a set of information understandable by their potential users and complementary to the information provided by health professionals. The ageing of the Portuguese population raises the need for the appropriateness of medicine’s information for older consumers, taking into account their specific needs arising from physiological changes impacting drug action. This project aimed to analyse the content of medicines’ PILs, specifically directed at older persons. A sample of medicines was selected considering the 100 active substances more consumed in Portugal by patients with chronic pathologies such as diabetes mellitus, hypertension, and dyslipidaemia. The analysis included readability, legibility, and content (directly and indirectly related to the use of medicines by older persons). A total of 69 PILs were analysed, and it was observed that the information provided about the drugs was included in most of these PILs (95.7%; n = 66) but without any specific information for patients belonging to different age groups. Signalling-specific warnings for older persons were only available in less than half of the PILs (46.4%; n = 32). The presence of relevant information on the appropriate use of the drug such as the recommended dose was only specified for older persons in 28% (n = 19) of the analysed PILs. The information available in PILs which can be considered as specifically directed to older persons is relatively scarce, even in areas as critical as the instructions for use. Hopefully, these results will contribute to increasing awareness regarding the need to adapt PILs’ content to specific consumers and to test them to guarantee that they are adequate for all potential consumers.