Browsing by Issue Date, starting with "2024-03-18"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Interplay between mineralization and inflammation in osteoarthritis: gla-rich protein and marine bioactive compounds as new therapeutic approachesPublication . Araújo, Nuna Cláudia Peixoto de; Simes, Dina; Viegas, Carla; Vermeer, CeesOsteoarthritis (OA) is a prevalent joint disorder with significant global impact, characterized by limited treatment options and challenges in early diagnosis. This research aimed to address a deeper understanding of the onset and progression of OA, while exploring novel therapeutic strategies. Pathologic calcification and inflammation, associated with degradation of cartilage extracellular matrix, are prominent features observed in OA. Gla-Rich Protein (GRP), a vitamin K-dependent protein, has recently shown promising potential in possessing anti-inflammatory and anti-mineralization properties in articular cells, suggesting its role in the interplay between inflammation and mineralization in OA. Based on that, we developed chitosan-based nanoparticles to encapsulate GRP, aiming to enhance its bioavailability and thereby facilitating its application in functional assays. These nanoparticles effectively delivered GRP and retained its anti-inflammatory activity in human activated macrophages (THP-1 MoM) and chondrocytes. The novel nanoformulation demonstrated promising potential for therapeutic applications in chronic inflammatory diseases. Furthermore, we developed an experimental pipeline in order to evaluate potential OA-modifying compounds and their effects on inflammation and mineralization. The pipeline involved a series of activity assessments, starting from a simpler cell-based model of OA and progressing to a more complex co-culture model based on human cartilage. This progressive approach allowed us to examine potential drugs as mediators of inflammation and mineralization, mimicking the early disease stages and providing valuable insights into the complex pathological processes involved in OA progression. In the search for new active compounds to treat OA, we investigated the utilization of a marine bioactive compound, amentadione (YP), in the context of OA treatment, using the established pipeline. Amentadione exhibited strong anti-inflammatory effects, by downregulating key inflammatory mediators such as cyclooxygenase 2 (COX-2) and interleukin 6 (IL-6), and also demonstrated the ability to regulate nuclear factor κB (NF-κB) signaling pathways. By decreasing matrix metalloproteinase-3 (MMP3) levels and chondrocyte hypertrophic differentiation factors, Col10 and Runx2, YP contributed to cartilage homeostasis. These findings highlight the high therapeutic potential of amentadione as a cartilage protective factor in OA. In summary, this research highlights the therapeutic potential of both GRP and marine bioactive compound YP in the management of inflammatory responses in OA. The utilization of novel drug delivery systems, including chitosan-based nanoparticles, along with the comprehensive evaluation of compounds using the established experimental pipeline, offers the possibility of better understanding the underlying disease mechanisms and to explore new potential active compounds in OA.
- Study on the impact of cetacean watching in the AlgarvePublication . Freitas, Francisco Cardoso de; Castilho, RitaAs pressões antropogénicas impactam profundamente a natureza e são uma preocupação central dos conservacionistas. Espécies emblemáticas, como os cetáceos, não são uma exceção. Ao longo de grande parte dos séculos XIX e XX, os cetáceos foram considerados um recurso a ser colhido devido aos diversos produtos extraídos destes mamíferos. Esta captura em grande escala de mamíferos marinhos atingiu o seu pico em 1960, com os navios-fábrica, e esteve perto do fim na década de 1980, quando as populações de baleias ficaram gravemente ameaçadas. Finalmente, em 1986, a Comissão Baleeira Internacional (CBI) declarou uma moratória sobre a caça comercial de baleias, destinada a proteger as baleias da ameaça de extinção. Desde esta moratória, a interação predominante entre cetáceos e humanos mudou completamente na maior parte do globo. Atualmente, existe um forte apoio em grande parte do mundo para tratar as baleias como um bem público global intrinsecamente valioso que deve ser protegido para o benefício do planeta. A observação de baleias é uma indústria de turismo baseada na natureza que se desenvolveu nos Estados Unidos durante a década de 1950. A observação de baleias é uma atividade que assenta na observação de espécies de cetáceos; todos os grupos de cetáceos são alvo desta atividade, incluindo Mysticeti e Odontoceti. A observação de baleias geralmente envolve passeios de barco, mas é também possível observar baleias de terra ou por via aérea (helicóptero ou avião). Os levantamentos terrestres também são considerados parte desta indústria, especialmente em locais onde as baleias estão muito próximas da costa, permitindo a observação a partir de pontos de vista bem posicionados, muitas vezes promovidos pelo turismo local. As ameaças à maioria das espécies de cetáceos ainda não são completamente compreendidas. Em 2008, havia tão poucos dados disponíveis sobre cetáceos que mais de metade das espécies foram classificadas, na categoria de dados deficientes, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Portugal continental tem potencial para a observação de golfinhos, tal como previsto no relatório de 2001 do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (FIBA). Desde um início lento em 1998, com 1.380 observadores de baleias, para em 2008, mais de 58.000. A atividade comercial de observação de baleias ou golfinhos, em Portugal continental, aumentou dramaticamente de 11 empresas em 2008, para 45 apenas na região do Algarve no ano de 2022. As operações marítimo-turísticas não regulamentadas e mal supervisionadas podem causar impactos negativos nas populações de cetáceos, que podem ser agravados pelo aumento acentuado do número de operadores turísticos. As investigações sobre cetáceos têm dois modelos de atuação distintos os dados podem ser recolhidos através de plataformas dedicadas à investigação ou através de plataformas oportunistas. A maior parte dos dados recolhidos no Algarve e em Portugal continental têm origem em observações oportunistas. A falta de conhecimento e estudo sobre a abundância e distribuição de cetáceos no Algarve dificulta as possíveis medidas de mitigação dos impactos antropogénicos nestas espécies emblemáticas. Como tal, a observação de baleias em contexto turístico é uma solução alternativa, proporcionando plataformas de investigação oportunista, para investigadores de cetáceos, financiadas por turistas. No geral, apesar dos dados oportunistas apresentarem grandes limitações que podem afetar a fiabilidade dos resultados, devido a limitações como a detetabilidade de diferentes cetáceos, a proximidade dos animais ou o tempo limitado por viagem devido a restrições empresariais ou legislativas. Os benefícios podem superar as limitações, uma vez que proporciona plataformas de pesquisa de baixo custo que de outra forma não estariam disponíveis. Estas plataformas provaram-se fulcrais para o nosso estudo, fornecendo novos conhecimentos sobre locais com falta de dados, como é o caso do Algarve. Como tal, no nosso estudo decidimos implementar duas metodologias oportunistas, com o intuito de combater a falta de dados sobre os cetáceos da região. Estas técnicas de investigação, foram as observações marinhas, onde os investigadores recolhiam dados em embarcações marítimo-turísticas, bem como as observações costeiras, feitas através de binóculos colocados em pontos vantajosos da costa algarvia, como faróis ou falésias. A distribuição dos cetáceos e a forma como utilizam os habitats são de enorme importância no esforço de conservação. A distribuição dos cetáceos é muito influenciada pela batimetria, ou seja, pela proximidade da costa e pela profundidade das águas, bem como pela quantidade de embarcações presentes na área. Estas variáveis oceanográficas apresentam diferenças significativas em todo o Algarve, particularmente entre as nossas duas áreas de estudo: a costa de arribas rochosas de Vilamoura, com águas mais rasas maioritariamente abaixo dos 50m e a região de Faro com profundidades até 500m. Como tal, no nosso estudo tivemos uma prevalência de espécies costeiras, tais como o roaz-corvineiro (Tursiops truncatus) e o golfinho-comum (Delphinus delphis). Também as variáveis antropogénicas recolhidas revelaram diferenças entre Vilamoura e Faro, sendo que estas áreas foram classificadas, respetivamente, como zonas de grande e pequeno impacto. Os levantamentos de barco incluídos numa atividade turística proporcionaram-nos conhecimentos importantes sobre a distribuição dos cetáceos, utilização do habitat, abundância e diversidade de espécies em duas áreas adjacentes, mas distintas do Algarve. Os levantamentos de barcos também permitiram comparar diferentes abordagens de observação de baleias em áreas com alta e baixa densidade de barcos (Vilamoura e Faro). Vilamoura, onde a observação de cetáceos é aliada à visita de grutas, revelou-se uma zona de maior impacto para os cetáceos, uma vez que a densidade de embarcações é maior e o cumprimento da legislação é menor, sendo ao mesmo tempo um habitat menos diversificado. As viagens exclusivamente dedicadas à observação de cetáceos em Faro revelaram-se uma abordagem menos invasiva, uma vez que houve menos restrições de tempo, bem como uma mentalidade mais consciente por parte dos responsáveis, que levaram a um melhor cumprimento da lei e consequentemente a uma atividade menos impactante. Os levantamentos terrestres revelaram-se uma metodologia útil para aumentar o conhecimento sobre os cetáceos no Algarve, especialmente quando associados a levantamentos de barco. Esta metodologia também provou ter um grande potencial para ajudar a mitigar os impactos negativos dos cetáceos, especialmente no que diz respeito à aplicação da legislação. Como tal, esta metodologia deveria ser incluída na legislação de observação de cetáceos, tal como acontece nos Açores e na Madeira.