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Study on the impact of cetacean watching in the Algarve

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Msc Thesis Francisco C Freitas nÂș70193.pdf810.15 KBAdobe PDF Download

Abstract(s)

As pressĂ”es antropogĂ©nicas impactam profundamente a natureza e sĂŁo uma preocupação central dos conservacionistas. EspĂ©cies emblemĂĄticas, como os cetĂĄceos, nĂŁo sĂŁo uma exceção. Ao longo de grande parte dos sĂ©culos XIX e XX, os cetĂĄceos foram considerados um recurso a ser colhido devido aos diversos produtos extraĂ­dos destes mamĂ­feros. Esta captura em grande escala de mamĂ­feros marinhos atingiu o seu pico em 1960, com os navios-fĂĄbrica, e esteve perto do fim na dĂ©cada de 1980, quando as populaçÔes de baleias ficaram gravemente ameaçadas. Finalmente, em 1986, a ComissĂŁo Baleeira Internacional (CBI) declarou uma moratĂłria sobre a caça comercial de baleias, destinada a proteger as baleias da ameaça de extinção. Desde esta moratĂłria, a interação predominante entre cetĂĄceos e humanos mudou completamente na maior parte do globo. Atualmente, existe um forte apoio em grande parte do mundo para tratar as baleias como um bem pĂșblico global intrinsecamente valioso que deve ser protegido para o benefĂ­cio do planeta. A observação de baleias Ă© uma indĂșstria de turismo baseada na natureza que se desenvolveu nos Estados Unidos durante a dĂ©cada de 1950. A observação de baleias Ă© uma atividade que assenta na observação de espĂ©cies de cetĂĄceos; todos os grupos de cetĂĄceos sĂŁo alvo desta atividade, incluindo Mysticeti e Odontoceti. A observação de baleias geralmente envolve passeios de barco, mas Ă© tambĂ©m possĂ­vel observar baleias de terra ou por via aĂ©rea (helicĂłptero ou aviĂŁo). Os levantamentos terrestres tambĂ©m sĂŁo considerados parte desta indĂșstria, especialmente em locais onde as baleias estĂŁo muito prĂłximas da costa, permitindo a observação a partir de pontos de vista bem posicionados, muitas vezes promovidos pelo turismo local. As ameaças Ă  maioria das espĂ©cies de cetĂĄceos ainda nĂŁo sĂŁo completamente compreendidas. Em 2008, havia tĂŁo poucos dados disponĂ­veis sobre cetĂĄceos que mais de metade das espĂ©cies foram classificadas, na categoria de dados deficientes, pela UniĂŁo Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Portugal continental tem potencial para a observação de golfinhos, tal como previsto no relatĂłrio de 2001 do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (FIBA). Desde um inĂ­cio lento em 1998, com 1.380 observadores de baleias, para em 2008, mais de 58.000. A atividade comercial de observação de baleias ou golfinhos, em Portugal continental, aumentou dramaticamente de 11 empresas em 2008, para 45 apenas na regiĂŁo do Algarve no ano de 2022. As operaçÔes marĂ­timo-turĂ­sticas nĂŁo regulamentadas e mal supervisionadas podem causar impactos negativos nas populaçÔes de cetĂĄceos, que podem ser agravados pelo aumento acentuado do nĂșmero de operadores turĂ­sticos. As investigaçÔes sobre cetĂĄceos tĂȘm dois modelos de atuação distintos os dados podem ser recolhidos atravĂ©s de plataformas dedicadas Ă  investigação ou atravĂ©s de plataformas oportunistas. A maior parte dos dados recolhidos no Algarve e em Portugal continental tĂȘm origem em observaçÔes oportunistas. A falta de conhecimento e estudo sobre a abundĂąncia e distribuição de cetĂĄceos no Algarve dificulta as possĂ­veis medidas de mitigação dos impactos antropogĂ©nicos nestas espĂ©cies emblemĂĄticas. Como tal, a observação de baleias em contexto turĂ­stico Ă© uma solução alternativa, proporcionando plataformas de investigação oportunista, para investigadores de cetĂĄceos, financiadas por turistas. No geral, apesar dos dados oportunistas apresentarem grandes limitaçÔes que podem afetar a fiabilidade dos resultados, devido a limitaçÔes como a detetabilidade de diferentes cetĂĄceos, a proximidade dos animais ou o tempo limitado por viagem devido a restriçÔes empresariais ou legislativas. Os benefĂ­cios podem superar as limitaçÔes, uma vez que proporciona plataformas de pesquisa de baixo custo que de outra forma nĂŁo estariam disponĂ­veis. Estas plataformas provaram-se fulcrais para o nosso estudo, fornecendo novos conhecimentos sobre locais com falta de dados, como Ă© o caso do Algarve. Como tal, no nosso estudo decidimos implementar duas metodologias oportunistas, com o intuito de combater a falta de dados sobre os cetĂĄceos da regiĂŁo. Estas tĂ©cnicas de investigação, foram as observaçÔes marinhas, onde os investigadores recolhiam dados em embarcaçÔes marĂ­timo-turĂ­sticas, bem como as observaçÔes costeiras, feitas atravĂ©s de binĂłculos colocados em pontos vantajosos da costa algarvia, como farĂłis ou falĂ©sias. A distribuição dos cetĂĄceos e a forma como utilizam os habitats sĂŁo de enorme importĂąncia no esforço de conservação. A distribuição dos cetĂĄceos Ă© muito influenciada pela batimetria, ou seja, pela proximidade da costa e pela profundidade das ĂĄguas, bem como pela quantidade de embarcaçÔes presentes na ĂĄrea. Estas variĂĄveis oceanogrĂĄficas apresentam diferenças significativas em todo o Algarve, particularmente entre as nossas duas ĂĄreas de estudo: a costa de arribas rochosas de Vilamoura, com ĂĄguas mais rasas maioritariamente abaixo dos 50m e a regiĂŁo de Faro com profundidades atĂ© 500m. Como tal, no nosso estudo tivemos uma prevalĂȘncia de espĂ©cies costeiras, tais como o roaz-corvineiro (Tursiops truncatus) e o golfinho-comum (Delphinus delphis). TambĂ©m as variĂĄveis antropogĂ©nicas recolhidas revelaram diferenças entre Vilamoura e Faro, sendo que estas ĂĄreas foram classificadas, respetivamente, como zonas de grande e pequeno impacto. Os levantamentos de barco incluĂ­dos numa atividade turĂ­stica proporcionaram-nos conhecimentos importantes sobre a distribuição dos cetĂĄceos, utilização do habitat, abundĂąncia e diversidade de espĂ©cies em duas ĂĄreas adjacentes, mas distintas do Algarve. Os levantamentos de barcos tambĂ©m permitiram comparar diferentes abordagens de observação de baleias em ĂĄreas com alta e baixa densidade de barcos (Vilamoura e Faro). Vilamoura, onde a observação de cetĂĄceos Ă© aliada Ă  visita de grutas, revelou-se uma zona de maior impacto para os cetĂĄceos, uma vez que a densidade de embarcaçÔes Ă© maior e o cumprimento da legislação Ă© menor, sendo ao mesmo tempo um habitat menos diversificado. As viagens exclusivamente dedicadas Ă  observação de cetĂĄceos em Faro revelaram-se uma abordagem menos invasiva, uma vez que houve menos restriçÔes de tempo, bem como uma mentalidade mais consciente por parte dos responsĂĄveis, que levaram a um melhor cumprimento da lei e consequentemente a uma atividade menos impactante. Os levantamentos terrestres revelaram-se uma metodologia Ăștil para aumentar o conhecimento sobre os cetĂĄceos no Algarve, especialmente quando associados a levantamentos de barco. Esta metodologia tambĂ©m provou ter um grande potencial para ajudar a mitigar os impactos negativos dos cetĂĄceos, especialmente no que diz respeito Ă  aplicação da legislação. Como tal, esta metodologia deveria ser incluĂ­da na legislação de observação de cetĂĄceos, tal como acontece nos Açores e na Madeira.
Whale-watching activities can induce behavioural changes that may negatively affect cetacean populations. This activity is a growing industry in the Algarve and constitutes an essential share of all the maritime touristic activities in the area. The activity started in the Algarve during the last decade of 1900s and led to national law - Decreto-Lei n.Âș 9/2006 that regulates whale watching in waters under Portuguese jurisdiction. This study will tackle an identified gap in the Algarve concerning cetaceans' distribution, abundance, and behaviour. Will cover the area between the Alfanzina lighthouse and the East end of Armona Island to assess the impact of human activity on the cetaceans. Such data will be obtained by observing the boat-cetaceans interaction in situ (onboard) and recording and classifying the cetaceans' behaviour observed from land. The weak law enforcement usually conducts to greater proximity between the boat and the individuals. Therefore, we expect to observe some level of distress in the animals, which particular behaviours can detect. To mitigate this anthropogenic effect, we will gather data on the distribution and abundance of cetaceans and the number of surrounding boats. Such methodology abundantly used in the Macaronesia Islands, especially the Azores Archipelago, is still insufficiently used in the Algarve. We will compare two regions with different anthropogenic pressures, Vilamoura (high) and Faro (low). We will assess if land-based surveys are a reliable quantification tool to detect boat/cetacean interaction.

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PressÔes antropogénicas Baleias Cetåceos Bem-estar animal

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