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Vilhena Mesquita, José Carlos

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  • Subsídios para a História do Teatro Lethes
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    O edifício que hoje se conhece por Teatro Lethes começou por ser uma escola de Jesuítas, fundada p elo Bispo do Algarve D. Fernando Martins Mascarenhas e oficialmente reconhecida por Filipe I a 8-2-1599. Chamava-se Colégio de Santiago Maior de Faro, destinava-se ao ensino das letras e estabeleceu-se num edifício amplo e de fértil horta que o Prelado mandara restaurar após o saque efectuado pelas tropas do Duque de Essex em 1596. Abriu as suas portas a 26-9-1599 e subordinava-se à invocação de Santiago. Com o despotismo pombalino foi banida a Ordem e o Colégio de Faro encerrado em 1759. Vinte anos depois foi entregue aos padres Marianos ou Carmelitas Calçados, que em Faro possuíam já um hospício no mesmo edifício onde hoje se acha sediado o Montepio dos Artistas. Mas aos padres Marianos também a sorte não os favoreceu, pois que durante a ocupação de Junot serviu o Colégio de alojamento aos soldados franceses e de prisão a alguns exaltados patriotas. Pouco depois, em 1834, decretava-se a extinção das Ordens Religiosas. Os bens da Igreja foram alienados e em Faro almoedaram-se os quatro Conventos então existentes. A bela capela do Colégio viu-se então espoliada das suas alfaias, paramentos e imagens, que foram distribuídas pelos templos da cidade. Finava-se, assim, um lugar sagrado para que do mesmo chão despontasse um profano templo votado à arte de Talma.
  • Tradições do Natal Português
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    O nosso país, apesar da sua pequenez territorial, possui largas e ancestrais tradições etnográficas relacionadas com a festa da Natividade. Em todo o planeta, especialmente entre as comunidades cristãs, celebra-se efusivamente o Natal, se bem que nem sempre com o mesmo espírito religioso e festivo que nós, europeus, lhe outorgamos. A quadra natalícia entre nós tem um carácter telúrico e vigoroso que, em certas regiões, especialmente em Trás-os-Montes e nas Beiras, assume-se como fonte inesgotável de conhecimentos nos domínios da etnografia e da demopsicologia. Como características gerais apontam-se a queima do madeiro ou cepo do Natal, a Consoada, a Missa do Galo, o Presépio, as Janeiras e Reis, os cortejos evocativos dos Reis Magos e os autos, entremezes e vilancicos.
  • Subsídios para a História Eclesiástica do Algarve - Um catálogo dos bispos de Silves datado do século XVIII
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    Este Catálogo mais não é do que uma breve relação dos Bispos da Sé de Silves; mas cumpre acrescentar que o seu primordial interesse reside na comprovação documental da existência da conhecida contenda entre o rei de Castela e D. Afonso III respeitante à nomeação dos prelados silvenses, assim como a presença das suas assinaturas em vários diplomas de escrituras, doações e mercês, cuja citação constitui uma fonte de indesmentível importância para o estudo da História Eclesiástica do Algarve. Por outro lado, apercebi-me de que a maioria dos documentos aí referidos pertence ao Arquivo do Mosteiro de Stª. Cruz de Coimbra e ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, para além de serem citadas várias obras clássicas da historiografia ibérica. Tudo isto dava a entender que o seu autor seria um investigador erudito e bastante cuidadoso. Rapidamente me apercebi de que não me enganava ao verificar que a assinatura pertencia ao historiador Frei Manoel dos Santos, um dos mais notáveis intelectuais do seu tempo. O presente manuscrito que ora se dá a público, pela primeira vez, compõe-se de quatro folhas, preenchidas no rosto e verso, numeradas de fls. 112 a 115 do códice 152 depositado na B. N. L., pertencente ao espólio da antiga Academia Real da História Portuguesa.
  • Vila Real de Santo António no I Centenário do seu Fundador
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    Estudo relativo às comemorações do I Centenário do Marquês de Pombal, realizadas em 1882, as quais tiveram no Algarve forte repercussão em Vila Real de Santo António, cuja fundação no séc. XVIII se deve inteiramente à política de fomento das Pescas implementada por aquele grande estadista. Impõe-se dignificar a nossa história, por ser a essência do nosso povo e a razão de estarmos hoje aqui orgulhosamente livres, cientes da nossa própria identidade cultural. O nome de Portugal, já foi, em tempos idos, símbolo de um poder temível e duma cultura quase universal. Contra todos os erros cometidos e contra todas as críticas que lhe possamos tecer, uma coisa há que não podemos olvidar: a grandiosidade da nossa História.
  • O homem que incendiou a Casa de Camilo
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    Em 1916 ocorreu um violento incêndio na freguesia de São Miguel de Seide, concelho de Vila Nova de Famalicão, precisamente na então designada "Casa Amarela", ou seja na velha mansarda que serviu de residência ao escritor Camilo Castelo Branco. Esse desastroso sinistro, que praticamente reduziria a escombros a notável habitação do emérito romancista, foi por muitos dos seus biógrafos considerado como um dos mais tristes episódios do itinerário camiliano. Nunca se chegaram a apurar as verdadeiras responsabilidades sobre a autoria do sinistro, pelo que na época chegou a correr em surdina que se tratara de uma vingança dos Farias (gente agressiva, virulenta e perigosa, a quem Camilo, nos seus romances, atribuíra vários crimes e atrocidades pouco abonatórios e bastante depreciativos do bom nome dessa família), cujos antigos ódios nunca se apaziguaram, nem mesmo depois do passamento do insigne romancista. Mas, no princípio da década de oitenta do século passado, sentindo que a chama da vida já se lhe estava a extinguir, o inocente incendiário da Casa de Camilo chamou-me à sua presença para me contar a real versão dos factos, a qual, por sua vontade, escrevi e publiquei no vespertino «Diário de Notícias».
  • O ensino universitário antes das reformas pombalinas
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    A história da pedagogia em Portugal é intrinsecamente escolástica, interrompendo-se a sua linha de curso na 2.ª metade do século XVIII, precisamente com a reforma de Pombal. As culpas que tradicionalmente se atribuem aos jesuítas de serem eles os responsáveis pela situação caótica do nosso ensino, não corresponde, totalmente, à verdade. Não queremos com isto ilibar os inacianos, mas antes procurar compreender que a fundação, da Companhia remonta ao século XVI e que, nessa altura, em Portugal já existiam escolas e universidades onde o método aristotélico-tomista era praticamente uma instituição inabalável.
  • Charles Bonnet, a reedição de uma obra e a urgência dum Jardim Botânico em Loulé
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    Artigo sobre a existência de um Jardim Botânico na cidade de Loulé, fundado pelo engº francês Charles Bonnet, na 2ª metade do séc. XIX. Este artigo evidencia também a importância da obra científica de Charles Bonnet, materializada no seu livro «Mémoire sur le Royaume de l'Algarve», fruto das suas expedições no sul do país para a definição da Carta Geológica de Portugal, com a qual o governo pretendia escolher o melhor trajecto para a implantação da linha férrea do sul-sueste.
  • Faro e o Movimento do Orfeu
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    Faro foi a única cidade de província a dar cobertura e apoio ao movimento futurista liderado por Fernando Pessoa, Mário Sá-Carneiro e Almada Negreiros. É esse o principal aspecto focado nesta comunicação, para além de ser lembrado que Fernando Pessoa viveu em Tavira, em casa de sua tia cujo imóvel bem merecia a colocação de uma placa evocativa da passagem pelo Algarve de um dos maiores poetas da cultura portuguesa. Será igualmente analisado o papel do semanário «O Heraldo», dirigido pelo pintor Lyster Franco na cidade de Faro e recordada a colaboração do artista Carlos Porfírio, director da revista «Portugal Futurista», de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Sá-Carneiro e de vários outros jovens algarvios. De salientar que o último sobrevivente do Movimento Futurista Português foi um algarvio, o Dr. Mário Lyster Franco, falecido em 1984.
  • A Universidade de Coimbra e os Jesuítas: o libelo do «Compêndio Histórico»
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    A Junta de Providência Literária, órgão básico da Reforma Pombalina, foi instituída por determinação régia em carta datada de 23-12-1770, firmada pelo Marquês de Pombal e pelo Cardeal da Cunha. O objectivo e a incumbência deste «órgão de revisão cultural» resumiu-se à execração de um libelo acusatório acerca do abominável atraso em que a Companhia de Jesus havia lançado o nosso ensino, ficando este conhecido pela ambiguidade do seu próprio título, «Compêndio Histórico». À primeira vista, parece estarmos em presença de um manual de carácter pedagógico, e não de um rol incriminatório da política educacional defendida pelos inacianos, enquanto dominaram a nossa cultura. Enfim, tudo tem os seus limites, e se bem que concordemos na globalidade com este documento, não podemos deixar de pensar que em certa medida ele exagera o alcance e a extensão das suas acusações.
  • O Museu Antonino de Faro e o turismo no Algarve
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    No contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse o Museu Antonino, que, reunindo características populares, perpectualiza justamente a memória de um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. A ermida de Stº António do Alto, onde se acha inserido o Museu, situa-se na mais alta colina da cidade, que em tempos idos foi uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832-1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pela edilidade.