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Vilhena Mesquita, José Carlos

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  • Tomás Cabreira (1865-1918) - Figura cimeira da República e nobre precursor do turismo no Algarve
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    Tomás Cabreira, pela sua eloquência e erudição, pela sua linhagem e nobreza de espírito, pela sua conduta moral e cívica, pela sua obra científica e superior acção como estadista, pode e deve ser considerado como um dos maiores vultos da história contemporânea do Algarve. Foi, acima de tudo, um idealista e um visionário, pois que a ele se devem os novos modelos de análise económica que usou para planear o futuro do país, nos períodos em que ocupou as cadeiras ministeriais durante os anos conturbados da I Grande Guerra. Por outro lado, idealizou de uma forma premonitória o Turismo como o sector de maior potencialidade no incremento da economia nacional. Numa altura em que o turismo era ainda uma atividade incipiente – prática exótica da burguesia possidente do sul da Europa – já Tomás Cabreira alertava as autoridades públicas e os empresários para se unirem num projeto de fomento nacional, capaz de oferecer a quem nos visita as melhores condições de alojamento, segurança, conforto e lazer. Além de militar, herdeiro genético duma notável plêiade marcial, Tomás Cabreira foi acima de tudo um intelectual, profícuo cultor das ciências e das letras, um espírito superior do saber e da probidade, da integridade moral e da lealdade cívica, um servidor da pátria e da causa pública, que pautou toda a sua existência pela honestidade dos seus procedimentos, mercê da sua indomável perseverança contra a injustiça, a infâmia e a perfídia. Na primeira parte deste trabalho descrevemos e analisamos o seu trajecto biográfico, repartindo-o pelas diferentes fases em que se desenrolaram as suas principais atividades sociais, profissionais, ideológicas políticas e culturais. Na segunda parte, abordamos o papel pioneiro de Tomás Cabreira na descoberta das invulgares potencialidades do Algarve para o incremento do Turismo, enquanto sector de fomento económico para a sustentabilidade da sua tão almejada autonomia administrativa da região. Na minha humilde opinião cabe a Tomás Cabreira a honra de ter inventado o turismo moderno no Algarve.
  • O terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    O Algarve, pelo evoluir dos acontecimentos político-socioeconómicos, constituiu-se numa espécie de enclave revolucionário, liberal-constitucionalista, de apoio e em consonância com a Junta Governativa do Porto. O fracasso da “Revolta de Maio”, em 1828 no Algarve, contribuiu decisivamente para a usurpação miguelista e para a restauração do absolutismo, cujo clima persecutório acabaria por desencadear a guerra-civil. Na verdade, a prepotência miguelista deixou-se resvalar para os limites da insanidade política, num quotidiano excessivamente repressivo, vedando à nação os seus mais elementares direitos de cidadania. O autismo político do regime absolutista dividiu o país em dois projectos distintos – o do passado tradicionalista, apostólico e legitimista; e o do futuro, liberal, constitucional e parlamentar. A grande diferença entre os dois projectos políticos incidia na concepção e cedência da liberdade, para transformar os vassalos em cidadãos. Faltou à aristocracia do poder a racionalidade necessária para compreender que estava em curso na Europa uma mudança de paradigma, um novo contrato social, uma alteração do modo de produção. A velha sociedade agrícola e rural, capitalizada na posse fundiária, sobre a qual se embasara a nobreza e o espírito absolutista, estava a esboroar-se lentamente pela acção fiduciária do comércio externo de longo curso, e da produção industrial em massa de bens de consumo. O grande erro do partido miguelista foi não perceber a mensagem da mudança que ribombava na Europa desde a Revolução Francesa, clamando por uma nova ordem social, livre, fraterna e igualitária. Preferiu enquistar-se na conservação do privilégio e do regime absoluto, para cuja conservação impôs a violência e a tirania. Os “corcundas”, epíteto com que se designavam os leais servidores do Trono e do Altar, impuseram a lei da rua, do fueiro, do cacete e do punhal, para aterrorizarem a nação e desse modo contrariarem a assunção do liberalismo e da burguesia mercantil, originária da Revolução Industrial britânica. Entre a liberdade e a dependência cavou-se um fosso cada vez mais largo e inconciliável que acabou por degenerar numa desastrosa guerra-civil. Por estranho que pareça, foi após esse fratricida conflito, que se estabeleceu a ponte necessária ao entendimento e coexistência pacífica dos dois partidos, mas não das duas ordens políticas, porque o absolutismo estava em dissonância com os ventos da mudança e a luz do futuro estava em harmonia com a liberdade.
  • A imprensa periódica do concelho de Lagoa, no Algarve
    Publication . Mesquita, José Carlos Vilhena
    Não existem sociedades modernas sem a disponibilidade de meios de comunicação social que facilitem a informação noticiosa, a divulgação de eventos socioeconómicos e as ideias filosóficas que contribuem para a formação intelectual das suas populações. Neste contexto, a imprensa periódica, sobretudo os jornais locais e regionais, assumiram no passado um papel fundamental na consciencialização dos seus leitores para a defesa dos direitos políticos e de cidadania, para a preservação dos valores culturais e patrimoniais com que melhor se identificam, e para a reivindicação de melhoramentos locais que promovam o desenvolvimento socioeconómico dos munícipes. É na promoção dos valores locais, individuais e coletivos, na difusão das características e potencialidades autóctones, tanto económicas e patrimoniais, como ambientais e culturais, que reside a força e importância da imprensa regional. O concelho de Lagoa, devido à sua recente institucionalização (criado em 16-1-1773), mas também pela sua escassa população, não teve nos últimos cem anos um significativo crescimento no âmbito da imprensa regional. Ainda assim, os lagoenses tiveram ao seu dispor a leitura de diferentes periódicos com distintas ideologias e desiguais opções político-partidárias, defendendo díspares opiniões culturais e religiosas, que serviram sempre com o maior desvelo os seus munícipes. Neste artigo relembramos a história da sua imprensa, desde os mais antigos periódicos até à atualidade.