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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
Ultimamente, neste espaço
do Cultura.Sul, tenho escrito
sobre livros publicados há
pouco tempo, mas isso tem
acontecido por pura obra do
acaso. Hoje, ao percorrer as
prateleiras da minha biblioteca,
parei na lombada azul de
A Cidade de Ulisses, de Teolinda
Gersão, datado de 2011 (o que,
para quem gosta de livros com
mais de 2000 anos, convenhamos
que até pode ser considerado
muito recente).
Dividido em três capítulos, é
o último (da p.159 à 206) que
dá o nome ao livro, como se a
cidade fosse o ponto de partida
(o título) e de chegada
(o capítulo final), como um
ciclo que se completa, depois
de muitas voltas e reviravoltas
no percurso das personagens.
Este é um livro muito interior,
em forma de carta, onde
o narrador expõe a sua vida, os
seus amores, os seus mais íntimos
pensamentos e ações. Inclusivamente,
confessa vilezas,
algo pouco comum, como já
Fernando Pessoa ironizava no
seu «Poema em Linha Recta»:
Quem há neste largo mundo que
me confesse que uma vez foi vil?
Fernando Pessoa que também
apadrinha a exposição que o
narrador, um artista plástico,
elabora com/para aquela
que pensa ter sido a mulher
da sua vida, «Lisbon Revisited,
numa nova versão, assinada
por nós» (p.16).