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Nesting biology of Green Sea turtles (Chelonia mydas), in Príncipe Island, Gulf of Guinea, Central Africa

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Abstract(s)

The green turtle (Chelonia mydas) hosts major nesting colonies in the Atlantic including São Tomé and Príncipe, where green sea turtles are the most common turtle species and Príncipe Island serves as a key nesting location. This rookery is known for exhibiting high genetic diversity, being an important genetic pool for the region. This study evaluated trends in the green turtle nesting population of Príncipe Island using data collected by Fundação Principe from 2015/16 until 2022/23 and data already published for Praia Grande from 2007/08 to 2014/15. Monitoring of sea turtle nesting activities occurs on all 36 nesting beaches from 1st September until the 30th of April and is divided into night and morning patrols during adult female and hatchling emergence. Green turtles followed a temporal distribution pattern that aligned with one of the dry periods (Gravaninha) and coincided with the nesting of São Tomé (August – March). Peaking between December and January, green turtles showed a preference for the eastern side of the island and a strong site fidelity. However, movements between nearby beaches were observed. Praia Grande and Praia Infante were the favourite nesting beaches, possessing ~ 80% of all nesting activity. 11,847 nests were monitored, with no significant increase in the nesting population, however, Praia Grande revealed consistent growth in nesting activity over 16 consecutive seasons, with a clutch frequency of 3.3 ± 1.8 clutches/season (range: 1-9). An estimated 884 nesting green turtle individuals was determined for the last three seasons, which revealed to be six times more than from the nesting seasons of 2007/08 – 2009/10. Long-term data analysis is still in need for determining definitive trends. Mean curved carapace lengths (99.4± 5.8 cm) of nesting females were smaller compared to other Atlantic populations, and similar to São Tomé. Clutch size (111 ± 22 eggs/clutch) also proved to be slightly lower from near green turtle populations and similar to São Tomé island’s average, likely due to the smaller size of nesting females. Hatching success was relatively high (88.9 ± 5.2%), but overestimations might have happened, since important data was missing like the percentage of ‘lost nests’ of the island, and detailed information of predation numbers. Predation was primarily made by dogs and tufted ghost crabs, remaining a significant threat to nesting success.
Para uma conservação eficaz de espécies vulneráveis, como as tartarugas marinhas, é necessário compreender o estado da sua população e as suas ligações ambientais, prevendo a sua viabilidade. Pressões sobre estas espécies conduziram a declínios significativos das populações ao longo dos séculos e, apesar dos progressos na investigação e conservação destas espécies ocorridos nas últimas décadas, muitos aspetos da sua biologia permanecem desconhecidos, continuando as suas populações a diminuir. A tartaruga-verde (Chelonia mydas) está atualmente classificada como ameaçada pela Lista Vermelha da IUCN devido à degradação do seu habitat e exploração das suas áreas de alimentação e descanso. Apesar de possuírem uma população global de mais de 2 milhões de indivíduos, o seu ciclo de vida complexo, caracterizado por um atraso na maturidade sexual e migrações de longa distância, tornam-nas vulneráveis a fatores ambientais e antropogénicos, como a poluição, alterações climáticas e caça furtiva. No Oceano Atlântico, uma das principais colónias de nidificação situa-se em São Tomé e Príncipe. Situada no Golfo da Guiné, acolhendo populações importantes de tartarugas marinhas, estudos anteriores mostraram que a colónia de tartarugas verdes de São Tomé e Príncipe apresenta uma elevada diversidade genética quando comparada com os valores registados noutras colónias atlânticas, sendo especialmente elevada quando confrontada com outras populações do Atlântico Oriental, constituindo um importante reservatório genético para a região. Pertencente ao arquipélago de São Tomé e Príncipe, na ilha do Príncipe, esta é a espécie mais abundante, nidificando em praticamente todas as praias arenosas da ilha. Embora existam desafios, estão em curso, na Ilha do Príncipe, esforços para melhorar a conservação e a compreensão da ecologia e da distribuição das tartarugas marinhas, como é o caso da implementação de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) e legislação local. No entanto, existem ainda lacunas significativas na compreensão da ecologia e biologia das tartarugas verdes desta região. Neste estudo, foram avaliadas tendências de nidificação, distribuições temporal e espacial, sucesso da eclosão e risco de predação dos ninhos, bem como a biometria das fêmeas nidificantes. Através da análise de dados de campo de longo prazo foi possível compreender o impacto dos fatores ambientais e das ações de conservação no sucesso reprodutivo. Em última análise, o viii objetivo era oferecer recomendações para melhorar a conservação e a gestão das tartarugas marinhas verdes do Príncipe. Este estudo foi realizado na Ilha do Príncipe, onde, desde 2015, a Fundação Príncipe assume a responsabilidade da monitorização de todas as praias nidificantes. Esta tese utilizou dados recolhidos a partir de 2015/16 para toda a análise, assim como dados de abundância fornecidos e já publicados para a Praia Grande de 2007/08 a 2014/15 por Loureiro et al. (2011) (2007/08 - 2009/10) e Ferreira et al. (2019) (2007/08 - 2015/16). A monitorização das atividades de nidificação é realizada anualmente em todas as 36 praias de nidificação da ilha, de 1 de setembro a 30 de abril. Esta divide-se, numa primeira fase, em patrulhas noturnas (por terra) e matinais (por mar), durante a emergência das fêmeas adultas (de 1 de setembro até final de fevereiro), e, numa segunda fase, durante a emergência dos recém-nascidos (de 1 de março a 30 de abril). Patrulhas noturnas são realizadas todos os dias entre as 18h00 e as 05h00 nas praias acessíveis por terra; e as patrulhas matinais, destinadas a praias inacessíveis a pé, realizadas por barco, das 08h00 às 14h00, alternando entre praias do norte e do sul, todos os dias. Estes relatórios são realizados para avaliar a ocorrência e distribuição das atividades de nidificação, medir as fêmeas nidificantes, registar evidências de predação dos ninhos e monitorizar o sucesso da eclosão e emergência dos recém-nascidos. Durante os levantamentos, toda a praia é examinada e todas as emergências de tartarugas marinhas são registadas e classificadas como: 1. ninho bem-sucedido, 2. tentativa de ninho, ou 3. falsas rastejantes (ou meia-lua). Todos os ninhos encontrados são marcados com uma estaca de madeira numerada até ao dia da sua exumação. O processo de exumação (escavação do ninho) decorre durante o dia, das 08h00 às 15h00. Neste estudo, a população de tartarugas verdes do Príncipe seguiu um padrão de distribuição temporal que se alinhou com um dos períodos secos da ilha (Gravaninha) e que coincidiu com a época de desova da população de São Tomé (agosto - março). Com um pico entre dezembro e janeiro, as tartarugas-verdes mostraram uma preferência pelo lado oriental da ilha e uma forte fidelidade ao local, regressando às mesmas praias de nidificação de forma consistente. No entanto, foram observados movimentos entre praias próximas o que realça a necessidade de uma marcação e monitorização mais abrangentes. A Praia Grande e a Praia Infante demonstraram esta fidelidade, sendo as praias preferidas para nidificação e possuindo quase 80% de toda a atividade de desova ix observada. Porém, com o tempo, as alterações climáticas poderão ter impacto nos padrões de nidificação devido a mudanças na precipitação e nas caraterísticas das praias, o que poderá influenciar a distribuição futura dos locais de desova, com as tartarugas a favorecerem possivelmente praias com melhores condições ambientais. Durante oito anos consecutivos foram observados 11.847 ninhos na ilha do Príncipe com flutuações anuais consideráveis, mas não foi visualizado um aumento significativo na tendência de nidificação, devido ao seu pequeno período de monitorização. Ainda assim, a Praia Grande, considerada como a praia índice deste estudo, revelou um crescimento significativo na atividade de desova ao longo de 16 épocas de nidificação consecutivas, com uma frequência de ninhos de 3,3 ± 1,8 ninhos/época (intervalo: 1-9) colocados por cada fêmea nidificante. Não é ainda possível determinar se isso será um reflexo do crescimento real da população ou se poderá estar ligado aos maiores esforços de pesquisa desde a monitorização padronizada pela Fundação Príncipe. Relativamente à ilha do Príncipe, foi obtida uma estimativa de 884 tartarugas verdes nidificantes nas últimas três épocas, o que revelou um crescimento de população seis a sete vezes mais do que nas épocas de nidificação de 2007/08 - 2009/10. A análise de dados a longo prazo continua a ser necessária para determinar tendências definitivas. A população nidificante do Príncipe apresentou comprimentos médios da carapaça curvada (99,4 ± 5,8 cm) mais pequenos em comparação com outras populações atlânticas, mas semelhantes às fêmeas nidificantes de São Tomé. O tamanho da desova (111 ± 22 ovos/ ninhada) também se revelou ligeiramente inferior ao das populações de tartarugas verdes mais próximas e semelhante à média da ilha de São Tomé, provavelmente devido ao tamanho inferior das fêmeas. O sucesso de eclosão foi relativamente elevado (88,9 ± 5,2%) quando comparado com outras populações, o que poderá indicar condições de nidificação favoráveis. Poderão ter sido feitas sobrestimações, uma vez que faltaram dados importantes como a percentagem de 'ninhos perdidos' na ilha e informação detalhada sobre o número de predadores. As taxas médias de sucesso de eclosão foram também determinadas para a Praia Grande, onde foi possível obter números dos 'ninhos perdidos' de cada temporada (58,4 ± 21,9% com 'ninhos perdidos' e 89,8 ± 20,9% sem 'ninhos perdidos'), o que reflete uma redução considerável no sucesso global. x Com uma variedade de predadores, a predação foi feita principalmente por cães e caranguejos fantasma, permanecendo uma ameaça significativa para o sucesso da nidificação. Este estudo foi a primeira descrição da população de tartarugas marinhas verdes da Ilha do Príncipe, realçando a importância de esforços contínuos de conservação e monitorização detalhada, assim como da abordagem dos desafios ambientais.

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Sea turtles Chelonia mydas Nesting trends Temporal distribution Predation Hatching success

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