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Abstract(s)
A Hemorragia Subaranoideia (HSA) encontra-se associada a alterações cognitivas e consequentes dificuldades sociais, familiares e de reintegração profissional. Os defeitos cognitivos mais frequentemente associados a esta patologia incluem domínios como a memória e as funções executivas, e confabulação (Burgess & McNeil, 1999; Dab, Claes, Morais, & Shallice, 1999). A confabulação, em conjunto com instrusões e falso reconhecimento, são geralmente discutidas no âmbito das memórias falsas. A par de um défice mnésico, as memórias falsas encontram-se igualmente associadas a um desempenho inferior em provas do funcionamento executivo (Baddeley & Wilson, 1988; Cunningham, Pliskin, Cassisi, Tsang, & Rao, 1997).
O principal objetivo do presente estudo foi compreender a contribuição individual de défices mnésicos e do funcionamento executivo na produção de memórias falsas, num grupo clínico e de controlo. O grupo clínico foi constituído por oito participantes que sofreram rutura de aneurisma da Artéria Cominucante Anterior (ACoA) e consequente HSA. Os participantes foram selecionados a partir de sujeitos previamente acompanhados pelo Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental – Hospital de Egas Moniz. O grupo de controlo foi constituído por oito participantes sem a condição referida, ou outro compromisso de ordem neurológica e/ou psiquiátrica.
As provas de avaliação neuropsicológica utilizadas foram selecionadas com base no objetivo do estudo e na revisão da literatura realizada. Relativamente ao funcionamento executivo, foram selecionadas provas de avaliação da flexibilidade cognitiva, planeamento e fluência verbal; relativamente à memória, foram avaliadas a memória declarativa, memória visual, memória de faces e memória de trabalho.
Os resultados obtidos permitem-nos sugerir que o grupo clínico apresenta algumas capacidades mnésicas e de funcionamento executivo comprometidas em comparação ao grupo de controlo. Relativamente à confabulação, os resultados sugerem que o grupo clínico produz mais memórias falsas que o grupo de controlo. Em suma, os resultados obtidos indicam que, em sujeitos com rutura de aneurisma da ACoA, a evocação de memórias falsas e o falso reconhecimento parecem depender em maior parte de capacidades do funcionamento executivo.
Description
Dissertação de Mestrado, Neurociências Cognitivas e Neuropsicologia, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2014
Keywords
Memórias falsas Confabulações Funcionamento executivo Memória HSA