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O terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa

dc.contributor.authorMesquita, José Carlos Vilhena
dc.date.accessioned2023-06-21T14:05:25Z
dc.date.available2023-06-21T14:05:25Z
dc.date.issued2020
dc.description.abstractO Algarve, pelo evoluir dos acontecimentos político-socioeconómicos, constituiu-se numa espécie de enclave revolucionário, liberal-constitucionalista, de apoio e em consonância com a Junta Governativa do Porto. O fracasso da “Revolta de Maio”, em 1828 no Algarve, contribuiu decisivamente para a usurpação miguelista e para a restauração do absolutismo, cujo clima persecutório acabaria por desencadear a guerra-civil. Na verdade, a prepotência miguelista deixou-se resvalar para os limites da insanidade política, num quotidiano excessivamente repressivo, vedando à nação os seus mais elementares direitos de cidadania. O autismo político do regime absolutista dividiu o país em dois projectos distintos – o do passado tradicionalista, apostólico e legitimista; e o do futuro, liberal, constitucional e parlamentar. A grande diferença entre os dois projectos políticos incidia na concepção e cedência da liberdade, para transformar os vassalos em cidadãos. Faltou à aristocracia do poder a racionalidade necessária para compreender que estava em curso na Europa uma mudança de paradigma, um novo contrato social, uma alteração do modo de produção. A velha sociedade agrícola e rural, capitalizada na posse fundiária, sobre a qual se embasara a nobreza e o espírito absolutista, estava a esboroar-se lentamente pela acção fiduciária do comércio externo de longo curso, e da produção industrial em massa de bens de consumo. O grande erro do partido miguelista foi não perceber a mensagem da mudança que ribombava na Europa desde a Revolução Francesa, clamando por uma nova ordem social, livre, fraterna e igualitária. Preferiu enquistar-se na conservação do privilégio e do regime absoluto, para cuja conservação impôs a violência e a tirania. Os “corcundas”, epíteto com que se designavam os leais servidores do Trono e do Altar, impuseram a lei da rua, do fueiro, do cacete e do punhal, para aterrorizarem a nação e desse modo contrariarem a assunção do liberalismo e da burguesia mercantil, originária da Revolução Industrial britânica. Entre a liberdade e a dependência cavou-se um fosso cada vez mais largo e inconciliável que acabou por degenerar numa desastrosa guerra-civil. Por estranho que pareça, foi após esse fratricida conflito, que se estabeleceu a ponte necessária ao entendimento e coexistência pacífica dos dois partidos, mas não das duas ordens políticas, porque o absolutismo estava em dissonância com os ventos da mudança e a luz do futuro estava em harmonia com a liberdade.pt_PT
dc.description.versioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersionpt_PT
dc.identifier.issn0872-2323
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.1/19731
dc.language.isoporpt_PT
dc.peerreviewedyespt_PT
dc.publisherArquivo Municipal de Loulépt_PT
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0/pt_PT
dc.subjectMiguelismopt_PT
dc.subjectLiberalismopt_PT
dc.subjectAbsolutismopt_PT
dc.subjectGuerra Civilpt_PT
dc.subjectD. Miguel Ipt_PT
dc.subjectD. Pedro IVpt_PT
dc.subjectHistória do Algarvept_PT
dc.subjectLoulépt_PT
dc.subjectSocial Sciencespt_PT
dc.titleO terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassapt_PT
dc.typejournal article
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.conferencePlaceArquivo Municipal de Loulépt_PT
oaire.citation.endPage196pt_PT
oaire.citation.startPage159pt_PT
oaire.citation.titleAl-Úlyà, Revista do Arquivo Municipal de Loulépt_PT
oaire.citation.volume22pt_PT
person.familyNameVilhena Mesquita
person.givenNameJosé Carlos
person.identifier.ciencia-id5410-C860-8660
person.identifier.orcid0000-0003-4899-6129
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typearticlept_PT
relation.isAuthorOfPublicationbfdc094a-bf52-4707-b0b9-c8a0ab131bdf
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