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A review of frauds inside conglomerates: the cases of Keiretsu and Chaebol
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Abstract(s)
This dissertation systematically reviews the relevant literature concerning corporate frauds in Japanese and South Korean conglomerates. At a more detailed level, it analyzes the market reaction and how governments manage to diminish the incidence of these fraudulent acts by compiling and discussing the primary studies and identifying existing gaps to investigate at a doctoral level.
This study uses the Systematic Literature Review as methodology as it prevents the author's beliefs from interfering with the results obtained. Articles of several strands within the fraud theme were identified. The results show that the comprehensive understanding of this topic is recent given the significant increase in the incidence of fraud in companies that may be due to the tremendous pressure to remain competitive and relevant in the market. As such, there are several research opportunities to be explored in future investigations.
In this sense, the collected evidence points out that the market is only affected by the fraudulent acts of a company according to how the culture perceives it, emphasizing that this variable is crucial for future studies. In addition, the relationship between fraud and the corporate governance of the conglomerate that influences how the business is organized (e.g., hierarchization and the incentives and opportunities that the executives perceive) is crucial to understand the fraud phenomenon. However, some studies show a tendency to decrease the incidence of fraud in the countries studied and a dependence on the elasticity of the variables involved.
Esta dissertação revê de forma sistemática a literatura relevante sobre fraudes em conglomerados do Japão e da Coreia do Sul com o objetivo de compilar e discutir os principais estudos e identificar lacunas existentes para posterior desenvolvimento de uma investigação a nível de doutoramento. A primeira parte deste trabalho aborda todos os conceitos que são utilizados ao longo de todo a pesquisa com o objetivo de ambientar o leitor ao tema e facilitar a sua compreensão. É exemplificado o termo conglomerado com as peculiaridades de cada um abordado, os Keiretsu e dos Chaebol. São também discutidas as principais teorias académicas que buscam compreender as fraudes, como por exemplo a Teoria do Triangulo da Fraude criada por Cressey (1953) e a Teoria do Diamante da Fraude, de Wolfe & Hermanson (2004), sendo as precursoras de todas as outras teorias criadas posteriormente. O principal objetivo desta dissertação consiste no estudo da relação entre conglomerados e fraudes através da análise das reações que os mercados e os respetivos governos, japonês e coreano, apresentam para diminuir a incidência desses atos fraudulentos. A Revisão Sistemática da Literatura é utilizada como metodologia para identificar o conjunto de estudos relevantes e identificar as principais lacunas de investigação uma vez que permite alcançar este desígnio prevenindo que as crenças do autor interfiram nos resultados obtidos. A primeira parte do processo passou pela identificação de artigos científicos relevantes através da construção da cadeia de pesquisa por meio da seleção de palavras-chave relacionadas com o tema. Este conjunto de artigos foi posteriormente submetido à critérios rigorosos de exclusão e inclusão, nesta ordem, para obtermos um conjunto de 12 artigos identificados neste processo. A amostra final é composta por 15 artigos, uma vez que foram adicionados 3 artigos relevantes fora da cadeia de pesquisa e que se enquadram nos critérios de exclusão e inclusão. Os 15 estudos foram analisados de forma detalhada e integrada e estão na base das principais conclusões desta dissertação bem como das oportunidades de investigação identificadas. A análise destes estudos permite concluir que a literatura académica não apresenta uma definição unânime de fraude, pois os trabalhos analisados tendem a ajustar a sua definição com base nos seus objetivos de pesquisa. Neste contexto, foi identificado dois tipos de fraudes mais estudadas pelos académicos: fraudes cometidas por contabilistas certificados, geralmente relacionados com a aprovação dos relatórios financeiros que contêm erros ou manipulação dos resultados e estão diretamente ligadas a cultura local e como é mantida as relações interpessoais; e as fraudes contabilísticas que utilizam de métodos específicos ou brechas nos métodos contabilísticos para sobrevalorizar as empresas. E, muitos dos casos, visam evitar a falência, esconder perdas, enriquecimento próprio ou aumentar a influência do CEO nas empresas filiais. Após a descoberta das fraudes cometidas, as empresas devem lidar com as consequências. O mercado tende a reagir de forma negativa aos casos e todas as empresas no mercado acabam por perder valor, aumentando as comparações com os mercados ocidentais. E, conforme os seus dados, o mercado pode não levar a perda indireta de reputação tão a sério quanto leva a perda financeira direta do crime de colarinho branco e pode considerar os crimes de rua cometidos pelos executivos como assuntos pessoais. Além de adotarem uma postura de preventiva contra a reação do mercado e mudarem de auditor quando a qualidade é questionada. Adicionalmente, notou-se que a estrutura da empresa influência diretamente as fraudes. Como os conglomerados são centralizados numa única empresa, permite um maior controlo das transações internas e manipulações para benefícios próprios dos executivos. A estrutura da gestão corporativa que apresenta um fraco controlo interno também pode influenciar nas oportunidades de fraude, assim como a presença de bancos nos conglomerados japoneses, embora tenha uma maior monitorização, aumenta os incentivos de fraude com a pressão de atingir certos objetivos. Também se verifica que existe uma tendência por parte dos executivos, que para esconder fraudes dos acionistas, realizam as reuniões anuais em datas populares para evitar a presença dos mesmos. Alguns mecanismos foram criados com a intenção de evitar fraudes nas empresas, como a criação de legislações por parte dos governos, mas é enfatizada a necessidade da criação de uma única lei que englobe todos os tipos de fraude, evitando possíveis brechas. Ainda, foi implementado a política de rotação da auditoria para tentar garantir a alta qualidade, porém após dez anos deixou de ser obrigatória por não apresentar resultados satisfatórios e a solução foi adotar as normas internacionais de relatório financeiro. Por fim, a respeito das perspetivas futuras de fraude, há um otimismo para a redução dos índices de fraudes após o período pandémico, mas importante salientar que a cultura local é um importante fator a ser considerado na ocorrência de fraudes e nas suas perspetivas futuras. Ao analisar os resultados obtidos foi observado que apesar de ter estudos datados da metade do século passado que originaram as teorias utilizadas nas investigações atuais, apenas recentemente este tema deixou de ser estudado unicamente no âmbito teórico e passou a ter mais ênfase nos estudos empíricos, provavelmente também por um aumento significativo da incidência de fraudes nas empresas que podem se dar devido à grande pressão de continuarem competitivas e relevantes no mercado, abrindo margem para muitas oportunidades a serem exploradas em investigações futuras. Neste sentido, as evidências coletadas apontam que o mercado só é afetado pelos atos fraudulentos de uma empresa consoante como a cultura o percebe, ou seja, existem atos que em alguns países e mercados são considerados fraudulentos enquanto em outros não, o que demonstra que a cultura é uma variável extremamente relevante e deve ser incluída em futuros estudos desenvolvidos. Outra perspetiva apontada é a relação entre a fraude e o conglomerado vista através da sua gestão corporativa que influencia na forma como o negócio é organizado, incluindo na sua hierarquização e nos incentivos e oportunidades que os executivos percebem dentro dos conglomerados que os levam a cometerem fraude. E, por último, é destacado a importância de reproduzir alguns dos estudos da amostra, visto que houve implementações de novos regulamentos e leis, tanto no Japão quanto na Coreia do Sul, que podem alterar os resultados e, até mesmo, modificar as conclusões dos autores, assim a nossa compreensão a respeito do tema em questão também é alterada, levando-nos a desenvolver e expandir cada vez mais o conhecimento académico acerca das fraudes no ambiente corporativo.
Esta dissertação revê de forma sistemática a literatura relevante sobre fraudes em conglomerados do Japão e da Coreia do Sul com o objetivo de compilar e discutir os principais estudos e identificar lacunas existentes para posterior desenvolvimento de uma investigação a nível de doutoramento. A primeira parte deste trabalho aborda todos os conceitos que são utilizados ao longo de todo a pesquisa com o objetivo de ambientar o leitor ao tema e facilitar a sua compreensão. É exemplificado o termo conglomerado com as peculiaridades de cada um abordado, os Keiretsu e dos Chaebol. São também discutidas as principais teorias académicas que buscam compreender as fraudes, como por exemplo a Teoria do Triangulo da Fraude criada por Cressey (1953) e a Teoria do Diamante da Fraude, de Wolfe & Hermanson (2004), sendo as precursoras de todas as outras teorias criadas posteriormente. O principal objetivo desta dissertação consiste no estudo da relação entre conglomerados e fraudes através da análise das reações que os mercados e os respetivos governos, japonês e coreano, apresentam para diminuir a incidência desses atos fraudulentos. A Revisão Sistemática da Literatura é utilizada como metodologia para identificar o conjunto de estudos relevantes e identificar as principais lacunas de investigação uma vez que permite alcançar este desígnio prevenindo que as crenças do autor interfiram nos resultados obtidos. A primeira parte do processo passou pela identificação de artigos científicos relevantes através da construção da cadeia de pesquisa por meio da seleção de palavras-chave relacionadas com o tema. Este conjunto de artigos foi posteriormente submetido à critérios rigorosos de exclusão e inclusão, nesta ordem, para obtermos um conjunto de 12 artigos identificados neste processo. A amostra final é composta por 15 artigos, uma vez que foram adicionados 3 artigos relevantes fora da cadeia de pesquisa e que se enquadram nos critérios de exclusão e inclusão. Os 15 estudos foram analisados de forma detalhada e integrada e estão na base das principais conclusões desta dissertação bem como das oportunidades de investigação identificadas. A análise destes estudos permite concluir que a literatura académica não apresenta uma definição unânime de fraude, pois os trabalhos analisados tendem a ajustar a sua definição com base nos seus objetivos de pesquisa. Neste contexto, foi identificado dois tipos de fraudes mais estudadas pelos académicos: fraudes cometidas por contabilistas certificados, geralmente relacionados com a aprovação dos relatórios financeiros que contêm erros ou manipulação dos resultados e estão diretamente ligadas a cultura local e como é mantida as relações interpessoais; e as fraudes contabilísticas que utilizam de métodos específicos ou brechas nos métodos contabilísticos para sobrevalorizar as empresas. E, muitos dos casos, visam evitar a falência, esconder perdas, enriquecimento próprio ou aumentar a influência do CEO nas empresas filiais. Após a descoberta das fraudes cometidas, as empresas devem lidar com as consequências. O mercado tende a reagir de forma negativa aos casos e todas as empresas no mercado acabam por perder valor, aumentando as comparações com os mercados ocidentais. E, conforme os seus dados, o mercado pode não levar a perda indireta de reputação tão a sério quanto leva a perda financeira direta do crime de colarinho branco e pode considerar os crimes de rua cometidos pelos executivos como assuntos pessoais. Além de adotarem uma postura de preventiva contra a reação do mercado e mudarem de auditor quando a qualidade é questionada. Adicionalmente, notou-se que a estrutura da empresa influência diretamente as fraudes. Como os conglomerados são centralizados numa única empresa, permite um maior controlo das transações internas e manipulações para benefícios próprios dos executivos. A estrutura da gestão corporativa que apresenta um fraco controlo interno também pode influenciar nas oportunidades de fraude, assim como a presença de bancos nos conglomerados japoneses, embora tenha uma maior monitorização, aumenta os incentivos de fraude com a pressão de atingir certos objetivos. Também se verifica que existe uma tendência por parte dos executivos, que para esconder fraudes dos acionistas, realizam as reuniões anuais em datas populares para evitar a presença dos mesmos. Alguns mecanismos foram criados com a intenção de evitar fraudes nas empresas, como a criação de legislações por parte dos governos, mas é enfatizada a necessidade da criação de uma única lei que englobe todos os tipos de fraude, evitando possíveis brechas. Ainda, foi implementado a política de rotação da auditoria para tentar garantir a alta qualidade, porém após dez anos deixou de ser obrigatória por não apresentar resultados satisfatórios e a solução foi adotar as normas internacionais de relatório financeiro. Por fim, a respeito das perspetivas futuras de fraude, há um otimismo para a redução dos índices de fraudes após o período pandémico, mas importante salientar que a cultura local é um importante fator a ser considerado na ocorrência de fraudes e nas suas perspetivas futuras. Ao analisar os resultados obtidos foi observado que apesar de ter estudos datados da metade do século passado que originaram as teorias utilizadas nas investigações atuais, apenas recentemente este tema deixou de ser estudado unicamente no âmbito teórico e passou a ter mais ênfase nos estudos empíricos, provavelmente também por um aumento significativo da incidência de fraudes nas empresas que podem se dar devido à grande pressão de continuarem competitivas e relevantes no mercado, abrindo margem para muitas oportunidades a serem exploradas em investigações futuras. Neste sentido, as evidências coletadas apontam que o mercado só é afetado pelos atos fraudulentos de uma empresa consoante como a cultura o percebe, ou seja, existem atos que em alguns países e mercados são considerados fraudulentos enquanto em outros não, o que demonstra que a cultura é uma variável extremamente relevante e deve ser incluída em futuros estudos desenvolvidos. Outra perspetiva apontada é a relação entre a fraude e o conglomerado vista através da sua gestão corporativa que influencia na forma como o negócio é organizado, incluindo na sua hierarquização e nos incentivos e oportunidades que os executivos percebem dentro dos conglomerados que os levam a cometerem fraude. E, por último, é destacado a importância de reproduzir alguns dos estudos da amostra, visto que houve implementações de novos regulamentos e leis, tanto no Japão quanto na Coreia do Sul, que podem alterar os resultados e, até mesmo, modificar as conclusões dos autores, assim a nossa compreensão a respeito do tema em questão também é alterada, levando-nos a desenvolver e expandir cada vez mais o conhecimento académico acerca das fraudes no ambiente corporativo.
Description
Keywords
Fraude empresarial Fraude financeira Crime empresarial Conglomerado japonês Conglomerado coreano