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Já tivemos oportunidade de salientar que os retábulos devem ser tratados como um capítulo autónomo da história da arte e não como uma variante da talha, isto é, das artes decorativas.
Se atualmente, os retábulos, por vezes parcialmente adulterados por intervenções menos adequadas, são somente um testemunho patrimonial do passado, durante séculos foram utilizados como equipamentos religiosos de grande relevância, necessários para dignificar o culto, conforme se verifica na petição feita ao rei D. João V, em 1725, pelo provedor e mais irmãos da irmandade do Santíssimo Sacramento da vila de Santo António de Sá (…) a capela-mor se acha sem retábulo e por esta causa com grande indecência por se achar o sacrário desacompanhado sobre o altar e a tribuna sem mais ornato que uns papéis pintados que pelas festas se pregam em umas tábuas que a guarnecem e por esta razão querem os suplicantes fazer um retábulo e tribuna de talha em que com mais decência se venere o Santíssimo Sacramento1. Neles ocorriam os principais eventos litúrgicos promovidos em todas as comunidades, quer urbanas, quer rurais. À semelhança dos templos, eram entendidos como um local sagrado, o que é atestado num edital, de 25
de janeiro de 1785, do bispo do Pará, D. frei Caetano Brandão, que afirma: nós podemos dizer com segurança que a Divindade habita corporalmente sobre os nossos altares2. Os retábulos transmitiam uma mensagem religiosa, que se expressa não só nas artes figurativas (pintura e escultura), mas que também recorre à arquitetura, às artes decorativas e, por vezes, à heráldica. Os retábulos afirmavam-se ainda como um símbolo do poder da entidade ou do cliente responsável pela sua administração.
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Departamento de Artes e Humanidades da Universidade do Algarve - CIAC-Centro de Investigação em Artes e Comunicação