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Authors
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Abstract(s)
O maltrato infantil diz respeito a qualquer forma de abuso físico ou emocional,
abuso sexual, negligência ou exploração que cause dano na saúde, desenvolvimento ou
dignidade da criança. Os profissionais de saúde que trabalham diretamente com crianças
e jovens, e que se deparam regularmente com casos de maltrato infantil, têm como
objetivo a manutenção e restauração da saúde, através da prevenção ou cura de doenças,
tendo, no caso do maltrato, a responsabilidade acrescida de reportar os casos e trabalhar
com profissionais de outras áreas para conseguir obter um desfecho positivo que tenha
sempre em vista o interesse maior da criança ou jovem.
Este estudo teve como objetivo verificar qual as ideias e opiniões dos
profissionais de medicida e enfermagem em relação ao maltrato infantil, verificando se
este são capazes de identificar situações de maltrato, e qual a sua perceção em relação à
gravidade e frequência das mesmas, procurando perceber se estes profissionais têm
crenças relacionadas com este tema, e com que intensidade acreditam na sua
verassidade. Por fim procurou-se perceber se as variáveis socioeconómicas influênciam
a perceção do maltrato infantil. Para isso foi aplicado um questionário sobre as
representações sociais do maltrato infantil na família. A amostra foi constituída por 50
profissionais de saúde, dos quais das quais 21 eram médicos e 29 enfermeiras.
Os resultados sugerem que os profissionais de saúde são capazes de identificar
situações de maltrato infantil, no entanto, existe uma tendência, comum aos dois grupos,
em atribuir níveis de gravidade e frequência médios, sendo mais fácil para os profissionais
identificarem o maltrato ativo grave e leve, provavelmente devido às marcas mais
visíveis. Os médicos tendem a atribuir uma maior gravidade às situações. Quanto às
crenças relativas ao maltrato infantil, não existem de forma isolada e que tanto os profissionais de medicina como os de enfermagem, identificam mais do que uma
atribuem várias causas ao maltrato.
Assim, embora os resultados do estudo não possam ser generalizados foi possível
concluir que os profissionais de saúde conseguem reconhecer situações de maltrato
infantil mas apresentam alguma dificuldade na denúncia dos mesmos devido às
consequências que esta pode ter na sua vida pessoal e profissional. Por esta razão seria
importante abordar este tema durante a formação académica dos profissionais para que
estes se sintam seguros na identificação e denúncia dos casos de maltrato.
Description
Dissertação de mestrado, Psicologia Clínica e da Saúde, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2017
Keywords
Maltrato infantil Abuso infantil Profissionais de saúde Médicos Enfermeiras Representações do maltrato infantil