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Comparação geomorfológica de algumas estruturas da superfície dos planetas Marte e Terra

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Abstract(s)

O trabalho apresentado nesta dissertação compreende estudos sobre vários aspectos geomor-fológicos do planeta Marte e possíveis analogias com a superfície da Terra. Os dados utilizados resultam de 30 anos de observação de Marte por sondas não tripuladas, essencialmente imagens e informações altimétricas obtidas a partir da órbita do planeta. Os dados obtidos pela Mars Global Surveyor, que esteve em actividade entre 1997 e 2006, assumem alguma importância neste trabalho, concretamente as imagens de alta resolução e as informações do altímetro laser. As estruturas geomorfológicas escolhidas para análise e comparação entre os dois planetas foram: estruturas de origem eólica, estruturas de origem fluvial e estruturas vulcânicas. A acção do vento na mobilização de materiais à superfície de Marte foi estudada, existindo diversos tipos de estruturas análogas às dunas que se encontram nas regiões áridas secas da Terra. Estas estruturas foram designadas como dunas e verificou-se que se encontram concentradas nas latitudes mais elevadas do hemisfério norte mas, também, no interior de várias crateras dissemina-das pelo planeta. As dunas analisadas nas regiões próximas do Pólo Norte podem ser classificadas como transversais, denunciando uma constância na direcção predominante do vento e um grande suprimento de materiais de tamanho areia. No interior das crateras estudadas existe uma maior variedade de formas de dunas, tendo-se observado barchans e dunas em estrela, o que reflecte dife-renças na disponibilidade de material mobilizável e, no caso das dunas em estrela, variações na direcção predominante do vento. A presença de estruturas de origem fluvial pode ser uma indicação de que já existiu água líquida à superfície de Marte. O Nirgal Vallis apresenta-se como um vale com baixa sinuosidade, escavado na superfície de Marte ao longo de cerca 700 km, em terrenos datados do Noachiano e Hesperiano. Ao contrário dos vales fluviais terrestres, apresenta um padrão dendrítico pouco desen-volvido e os seus afluentes iniciam-se em cabeceiras em forma de anfiteatro, o que aponta para uma possível origem em exsurgências de águas subterrâneas, embora a possibilidade de ter existido um contributo de águas de escorrência superficiais não possa ser totalmente excluída. iv Três vulcões de Marte foram alvo do nosso estudo com o fim de encontrar analogias com exemplos terrestres. Os vulcões escolhidos, Ceraunius Tholus, Uranius Tholus e Biblis Patera, situam-se na principal província vulcânica do planeta e parecem ter tido origem em escoadas de lava fluida, apresentando vertentes de baixo declive, semelhantes aos vulcões basálticos em escudo terrestres. Ceraunius Tholus e Uranius Tholus apresentam nos flancos estruturas semelhantes a canais, com disposição radial, que foram atribuídos à actividade fluvial. No caso de Ceraunius Tho-lus a disposição dos canais levou-nos a considerar a hipótese de estes poderem ter sido formados por águas provenientes de um glaciar de montanha bem como a possibilidade de ter existido um lago no interior da caldeira. Biblis Patera é um vulcão parcialmente soterrado por escoadas de lava mais recente, provenientes dos Tharsis Montes, e apresenta uma caldeira muito profunda e larga. O alargamento da caldeira parece ter ocorrido por colapsos sucessivos das paredes devido a um siste-ma de falhas circulares, apresentando muitas semelhanças com as caldeiras dos vulcões das ilhas Galápagos.

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Dissertação mest., Biologia e Geologia, Universidade do Algarve, 2007

Keywords

Teses Educação Marte Geomorfologia Dunas Redes fluviais Vulcões

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